O poder da hierarquia editorial

Paula Soares
Representacao Visual School
2 min readOct 4, 2018

Podemos entender como o conceito de hierarquia o processo de organização de elementos dispostos em algo, de forma que exista uma diferença entre estes elementos em relação a tamanho, formato, cores e outras edições que transmitam ideia de diferenciação dos mesmos.

É possível interpretar muito bem esse conceito com base em processos editoriais e suas hierarquias de informações, em revistas, jornais, publicações alternativas, entre outros.

Desconstruindo a hierarquia

Capa da revista MI — Musica Independente e Pernambuco

Tendo como primeiro exemplo para análise de hierarquia em capas de revistas, temos a revista MI — Música Independente em Pernambuco, que possui uma capa com hierarquias quebradas, assim, nem se identificando o nome da mesma.

A revista possui elementos visuais confusos e algumas noticias adicionadas de cabeça para baixo, quebrando totalmente qualquer sentido de hierarquia que possua um minimo de organização, porém, nesse caso o processo de quebra de organização se torna intencional, agregando um valor alternativo e fora de qualquer padrão de publicação.

Sendo uma publicação focada para o público regional, a revista traz algumas gírias ditas pelas pessoas entrevistadas e frases de duplo sentido. Toda a revista é monocromática, não apresentando nenhuma hierarquia de cor, mais uma vez, quebrando a ideia de grid e distinções de coisas mais importantes em relação as informações alocadas dentro dela.

Provando de conceitos

Capa da Revista The New York Times Magazine

Como ótimo meio de representar uma hierarquia muito bem utilizada e um grid esteticamente muito nítido e claro, temos a capa da revista The New York Times Magazine, onde possui uma única chamada na capa titulada de “ The power of simplicity” (O poder da simplicidade), acompanhada de uma fotografia simples porém impactante, onde o foco principal da capa no geral é direto ao rosto da mulher, e como informação secundária segue as informações escritas, como o título da revista e a única chamada.

A fotografia é simples, sendo classificada como um retrato, e a modelo da mesma não está nem maquiada nem com algo que chame atenção em seu cabelo, assim, mostrando a singularidade apenas do seu rosto como ponto focal da revista, e reforçando a chamada da mesma mostrando como “o poder da simplicidade” que a modelo apresenta.

A capa possui cores frias e tendo apenas um grande contraste que é a sua chamada em branco, contrastando fortemente com a larga quantidade de verde escuro que ocupa a maior parte da capa.

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Paula Soares
Representacao Visual School

Recifense , Ilustradora, Product Designer, Pesquisadora e Mestranda em Design no C.E.S.A.R. — Instituto de Inovação.