Padronagem: Stencil

Lorenna Lira
4 min readOct 8, 2018

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Um padrão nada mais é do que um elemento visual contínuo e baseado em repetições, seja de linhas, pontos, planos, formas, cores ou qualquer outra coisa. É comum observarmos padrões em vários cenários da vida cotidiana, como paredes, cerâmicas, quadros ou roupas (na forma de estampas), por exemplo. E é justamente este último tipo de padrão que o texto a seguir irá abordar.

Dentro da disciplina de representação visual, em sala de aula, foi realizada uma atividade que consistiu na criação de um padrão feito através de stencils, produzidos pelos alunos. A atividade se deu em etapas, que foram desde a concepção do desenho, até a pintura em tecido.

A primeira fase desta atividade foi a criação dos desenhos que iriam compor os padrões. Nós, alunxs, recebemos algumas pecinhas que tinham um determinado formato e fomos solicitados a criar algum desenho em papel, utilizando até 3 peças, dentro de um quadrado sem tamanho específico. Não havia restrição de desenho ou tamanho do quadrado, apenas foi solicitado pelas professoras que o desenho tocasse, ao máximo possível, as bordas do quadrilátero. Feito isso, tivemos que criar algum desenho ali dentro daquelas formas, de forma até um pouco descoordenada, que seria justamente o desenho que o padrão teria.

Após o desenho concluído e repetido mais três vezes, recortamos os 4 módulos e os fixamos em um outro papel com uma montagem diferente (imagem abaixo), no meu caso, em rotação (girando cada módulo em 90° com relação ao anterior e em forma de quadrado — dois em cima e dois em baixo — por opção minha).

Feito isso, chegou a hora de transformar o módulo em stencil para pintura. Para isso, utilizamos folhas de exames de raio-x que possuíamos em casa. As folhas foram lavadas e esfregadas com água, detergente, buchas de prato e até uma lixa, a fim de retirar aquela tinta preta e obter uma parte transparente do papel. Depois, colocamos as folhas de raios-x já limpas por cima do papel que continha os módulos colados e fixamos com fita para evitar que qualquer uma delas saísse do local correto. O trabalho aqui foi decalcar o desenho por cima da folha de raio-x com um estilete para rasgar o acetato nos locais onde a pintura deveria passar para o material de baixo. Pessoalmente, tive um pouco de dificuldade nesta etapa por ter escolhido um desenho com curvaturas mais fortes, o que é um pouco difícil de fazer com um estilete e, ainda mais, em um material mais resistente. Como se pode ver na foto abaixo, o stencil consiste numa espécie de “máscara” por onde o artista pinta e, devido aos recortes, a tinta passa para o material de baixo apenas nos locais escolhidos, formando o desenho escolhido.

Com o stencil, propriamente dito, pronto, chega a hora da pintura. De início, é recomendável testar a técnica em um papel, para evitar complicações quando a pintura for definitiva. Saber a quantidade certa de tinta é bem importante nessas horas, pois, caso seja colocada tinta demais, o desenho pode ficar manchado.

Depois de tudo isso, chegou a hora de, finalmente, aplicar a técnica no tecido. Com a ajuda de uma bucha de pratos (do lado mais fofo), o trabalho aqui era molhar a bucha na tinta, retirar o excesso e dar leves batidinhas ao longo de todo o desenho do stencil por cima da roupa até completar a forma, tomando cuidado para o molde não sair do lugar (ou sair, dependendo da sua intenção). Depois disso, era só brincar com as formas e repetições para criar os padrões de acordo com o seu gosto e estilo. Ao final, o resultado da minha camiseta foi o seguinte:

Por fim, vale ressaltar que a atividade foi importante para a compreensão de todo o processo de modulagem e criação de padrões e stencils, uma vez que permitiu a nós, alunxs, passar por todas as etapas deste processo.

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