Os Oito Pilares da Pesquisa de Experiência (User Research)

Como você pode começar com Operações de Pesquisa, a menos que você entenda o que é importante para pesquisadores de experiência?

Pedro Vargas
researchops-community-pt
8 min readJun 27, 2023

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Por Emma Boulton | Traduzido por Pedro Vargas

Em 2018 o @TeamReOps iniciou uma aventura global com o Projeto #WhatIsResearchOps, dando origem ao Framework.

The #WhatIsResearchOps Framework

O framework foi criado com dados de uma pesquisa de mais de 300 respostas e insights de 33 workshops. Queríamos ser capazes de fornecer algum contexto aos participantes do workshop, então iniciamos nossa análise usando as respostas abertas da pesquisa à pergunta:

‘Quais são os desafios com a operacionalização da pesquisa em sua organização?’

O resultado foi uma taxonomia e um conjunto de tags que poderíamos usar para marcar os insights do workshop.

Após os workshops, focamos em mapear nossa compreensão do que é ResearchOps e criar nossa definição.

ResearchOps são os mecanismos e estratégias que colocam a pesquisa de experiência em movimento. Fornece as funções, ferramentas e processos necessários para apoiar pessoas pesquisadoras na entrega e dimensionamento do impacto da atuação em uma organização.

À medida que compartilhamos essa definição e a estrutura em conferências e encontros, muitas perguntas nos foram feitas. Muitas das perguntas giram em torno ‘Como isso funciona na prática?’ e ‘Como eu começo?’.

Em resumo, percebemos que depende.

Depende da maturidade da organização, depende do tamanho da equipe, quem são seus pesquisadores e quantas pesquisas estão acontecendo. Depende da adesão da equipe executiva, do escopo e dos recursos.

Conforme conversamos sobre esses tópicos no Slack e pessoalmente, percebemos que tínhamos alguns dados que poderiam nos ajudar a entender melhor. No início de 2019, voltamos ao restante desses dados e começamos a fazer algumas análises adicionais. Há mais para compartilhar.

Apresentando… Os oito pilares da pesquisa de experiência (User Research).

Ambiente Escopo Recrutamento e administração Gestão do Conhecimento Pessoas Contexto organizacional Governança de Dados Ferramentas e infraestrutura
Os oito pilares da pesquisa de experiência

Esses oito pilares são as áreas amplas da pesquisa de experiência. Abaixo desses pilares estão grupos de coisas com as quais os Pesquisadores de Usuários ou “Pessoas Que Fazem Pesquisa” (PQFP) — em inglês, "People Who Do Research" (PWDR) — estão preocupados. Muitas dessas coisas são desafios para a operacionalização da pesquisa.

Por que as pesquisas acontecem? Quem está engajado? Silos de pessoas Educação Valor da pesquisa Apoio Retrocesso Focado internamente Stakeholders Executivos Colegas

Primeiro, Ambiente — esse foi o pilar que mais se falou como sendo um desafio para a operacionalização da pesquisa. É algo que ouvimos falar o tempo todo.

Como e quando acontece a pesquisa? Quais métodos? Cadência Compartilhamento de insights Priorização Integração de insights Processos Métodos Protocolos Pesquisa como um esporte de equipe
Escopo

Segundo, Escopo — a maior parte do trabalho. O como e quando — processos, métodos.

Como faço a administração do projeto e dos participantes? Incentivos Agendamento Logística Gerenciamento de painel Documentação Controle de horários Coordenação de participante
Recrutamento e administração

Terceiro, Recrutamento e administração. Algo com o qual toda pessoa pesquisadora luta e, muitas vezes, um gatilho para pensar sobre as ResearchOps.

O que acontece com as descobertas, dados e insights? Biblioteca de pesquisas Silos de dados Gestão de dados e insights Modelos de documentos Gestão do conhecimento
Gestão do Conhecimento

Quarto, Gestão do Conhecimento — um tema realmente quente! Muitas vezes, informações valiosas são perdidas com o tempo, à medida que as equipes crescem e mudam. Como garantimos que os mesmos estudos não sejam repetidos?

Quem é responsável pela realização da pesquisa? Comunidade de prática Desenvolvimento profissional Gestão de pessoas Plano de carreira Liderança Design organizacional
Pessoas

Quinto, Pessoas. Não são apenas pessoas Pesquisadoras de Usuários que fazem pesquisas. A pesquisa pode ser feita por designers e gerentes de produto. Podemos criar uma comunidade de prática para apoiar e amadurecer a atuação? Como é um plano de carreira maduro?

Quais são as restrições internas e externas? Espaço Tempo Recursos Orçamento ROI Restrições de negócios Forças de mercado Maturidade organizacional
Contexto organizacional

Sexto, Contexto Organizacional. Qual é o nível de maturidade da organização? Quais são as restrições externas?

Quais são as considerações legais e éticas? Avaliações de risco GDPR Jurídico Segurança da informação Consentimento Ética
Governança de dados

Sétimo, Governança de Dados. Quais são as considerações legais e éticas que afetam nosso trabalho?

Quais sistemas e ferramentas são necessários? Compras Softwares Hardwares Laboratórios Sistemas Tecnologia Redes
Ferramentas e infraestrutura

Por último, Ferramentas e infraestrutura. Adoramos ferramentas novas e brilhantes, não é?

ISSO É MUITO!

Não é de admirar que tantas pessoas pesquisadoras estejam se sentindo pressionadas. Com todo esse trabalho extra, nosso foco se dilui.

Isso é muito!

Compreendendo esses pilares, podemos começar a pensar em como operacionalizar a pesquisa em nossas organizações. Podemos começar a pensar sobre onde uma camada de ResearchOps pode entrar. Se trouxermos operações de pesquisa como uma camada, ela pode começar a ficar assim.

Adicione uma camada de ResearchOps

Parte desse trabalho sobe e se torna algo que podemos rotular como ResearchOps. Isso nos permite rastrear essas tarefas e medir quanto tempo elas levam. Ao fazer isso, temos os meios para pedir mais ajuda. Talvez essas tarefas sejam apenas compartilhadas pela equipe, mas também pode nos permitir trazer um especialista em Operações de Pesquisa com uma missão e um conjunto de habilidades claros. Este é o ponto de partida para construir o caso de negócios. Depois disso, você pode usar a estrutura para mapear sua camada de operações de pesquisa com mais detalhes. Como Kate Towsey disse no UXRConf,“contratar pessoas de ResearchOps significa que seus pesquisadores podem se concentrar naquilo em que são bons.”

Deixe pessoas pesquisadoras focarem na pesquisa

Construindo sua capacidade de ResearchOps

Com esse objetivo em mente, vamos ampliar a estrutura de operações de pesquisa para ver quais partes são mais relevantes para cada pilar.

Primeiro, Ambiente. Para este, trata-se do amadurecimento da prática de Pesquisa. O Modelo de maturidade de pesquisa de design de Chris Avore informou nosso pensamento inicial neste espaço.

Modelo de maturidade de pesquisa de design de Chris Avore — Disponível somente em inglês

Mais recentemente, também fomos influenciados pelo trabalho de Leah Buley para a Invision.

Leah Buley para InVision — Tradução: "Quais empresas fazem Ops?"

No relatório, Leah escreve que “as equipes passam de Conectoras (Nível 2) para Arquitetas (Nível 3) à medida que implementam a infraestrutura que permite o design em escala. É aqui que entram as operações — especificamente contratando pessoas semi-dedicadas ou dedicadas para preencher os tipos de funções associadas a uma abordagem sistemática, incluindo designers, engenheiros e gerentes de produto que se concentram exclusivamente na criação de sistemas para design em escala.”

Se entendermos o quão madura é a prática de pesquisa em uma organização, podemos ser realistas sobre o que provavelmente alcançaremos e quais devem ser os próximos passos prováveis.

Próximo, Escopo.

Escopo

Guias e Templates são uma maneira simples de começar com ResearchOps — reunindo todos os modelos e diretrizes em um só lugar. Isso é particularmente importante se você tiver muitos não pesquisadores fazendo pesquisa e precisar educá-los e treiná-los.

Terceiro, Recrutamento e administração.

Recrutamento e administração

Esse costuma ser o ponto problemático que faz as pessoas pensarem em operações de pesquisa. Lidar com recrutamento e administração é uma enorme perda de tempo para os pesquisadores. Dependendo da maturidade e cadência da prática de pesquisa, isso precisará funcionar de maneira diferente para diferentes organizações.

Em uma organização madura, uma boa equipe de recrutamento de pesquisa deve fornecer fontes internas e externas de participantes, entender os processos e necessidades de design e pesquisa do usuário e lidar com a varredura completa de amostragem e triagem, para agendar e pagar incentivos, para fechar o ciclo com entrevistados e participantes.

Quarto,Gestão do Conhecimento.

Gestão do Conhecimento

Gestão do conhecimento é sobre como tornamos o conhecimento adquirido por meio de pesquisa acionável, relevante contextualizado e compreensível. Isso é realmente complexo e, como resultado, vimos o surgimento da Biblioteca de User Research. Gerenciamento de ativos é sobre como você gerencia e armazena dados brutos ou processados.

Relacionado à gestão do conhecimento está como comunicamos nossa pesquisa para que seja impactante.

Quinto, Pessoas.

Pessoas

Operações de pesquisa não se trata apenas de eficiência, suporte e dados. Pessoas e relacionamentos são fundamentais. A capacidade de construção foi um tema forte que ouvimos durante os workshops #WhatIsResearchOps.

Pesquisadoras querem clareza em seus planos de carreira, e apoio no crescimento de suas experiências, conjuntos de habilidades, confiança e oportunidades.

Sexto, Contexto Organizacional.

Orçamento

"Ops" pode ajudar rastreando orçamentos e gastos de maneira sistemática.

Espaços de pesquisa

Os espaços de pesquisa são uma parte interessante da estrutura — não se trata apenas de laboratórios ou espaços físicos para realizar pesquisas, mas do espaço (físico e virtual) para se reunir para trabalhar de forma colaborativa.

Sétimo, Governança de Dados.

Governança de Dados

Trata-se de fornecer aos pesquisadores uma estrutura informada para conduzir pesquisas que sejam seguras, de acordo com a legislação e, muito importante, éticas.

Por último, Ferramentas e infraestrutura.

Compras, licenciamento e gerenciamento de software e hardware são uma perda de tempo que não pode ser deixada apenas para a TI.

Você pode ver como mover parte deste trabalho para ser responsabilidade de outra pessoa pode ajudar os pesquisadores a se concentrar no que eles são bons.

Ajudar pessoas pesquisadoras para que eles façam o melhor trabalho.

Ao entender esses oito pilares, podemos reunir o que é importante tanto para os pesquisadores quanto para os especialistas em ResearchOps.

A comunidade Research Ops agora é um grupo enorme de pessoas que são apaixonadas por pesquisa e lutam de alguma forma com a escala da pesquisa e como respondemos a isso.

Também somos uma comunidade de pessoas que se preocupam em como desenvolvemos a profissão de operações de pesquisa. Os profissionais de ResearchOps se dedicam a ampliar o poder da pesquisa, permitindo que ela seja dimensionada e cresça nas organizações.

Os oito pilares atuam como andaimes entre pesquisadores e ReOps, enquanto trabalhamos em nossos objetivos comuns. A Comunidade ResearchOps continua trabalhando com os dados que temos sobre esses pilares com cada um de nossos projetos globais e, sem dúvida, nosso pensamento evoluirá com o tempo.

Se você gostaria de se juntar a nós, o formulário de entrada do ResearchOps Community Slack está qui. Caso contrário, veja abaixo para mais conteúdos sobre como começar com as Operações de Pesquisa:

Comece com ResearchOps:

  1. Explorar o framework: https://bit.ly/2EmQun7
  2. Explore a visualização em Kumu: https://bit.ly/2ZD8rEK
  3. Kate Towsey, no podcast "User Interviews": https://bit.ly/2X2M6nl
  4. Aaron Fulmar da Microsoft:https://bit.ly/2Yahcpt
  5. Lucy Walsh do Spotify:https://bit.ly/2PuWETK
  6. Hana Nagel’s Research Ops Owl Part 1: https://bit.ly/2J4ZTzI — e Parte 2: https://bit.ly/2LdFN93

Palavras baseadas em uma palestra de Emma Boulton no User Research London 2019. Apresentação de slides original de autoria de Kate Towsey e projetada por Nishita Gill. Evoluído ao longo do tempo por Brigette Metzler, Emma Boulton, Holly Cole e Tomomi Sasaki. Com contribuições de muitos dos outros organizadores e do restante do "Cheese Board".

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