Empreendedorismo

Por Kaique dos Santos

RESENHA PRA MIM
Resenhas Liberais
Published in
4 min readFeb 29, 2020

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Empreendedorismo — HISRICH, Robert; PETERS Michael; SHEPHERD, Dean.

O livro em questão é a nona edição de uma coleção da McGraw Hill Education, escrita por três professores PhD em áreas relacionadas aos negócios. Apesar de a obra ser didática, um passo a passo para estudantes da área, irei me ater a parte 1: A Perspectiva do Empreendedorismo. Porque nós que defendemos a liberdade, precisamos andar lado a lado com os empreendedores, porque sabemos que é a livre iniciativa e a dinâmica de mercado que causam as mudanças relevantes em nossa sociedade. Como diz os autores “o empreendedorismo tem uma função importante na criação e no crescimento dos negócios, assim como no crescimento e na prosperidade de nações e regiões.”

Assim como os economistas austríacos, eles falam da existência da chamada ação empreendedora e explicam “o segredo para entender é ser capaz de avaliar o nível de incerteza percebido em torno de uma oportunidade em potencial e a disposição do indivíduo de enfrentar essa incerteza.” Nunca devemos nos esquecer dessa definição hoje em dia, em que quase tudo é chamado de empreendedorismo. O empreendedor é aquele que emprega seus esforços em uma situação incerta, sendo movido pela ação empreendedora, e não o simples — embora louvável — esforço e iniciativa no seu ramo profissional — como tem sido descrito pelos influenciadores de LinkedIn.

O que leva uma pessoa a tomar uma ação empreendedora é o pensamento empreendedor — e não, não vou mandar você mudar seu mindset. Pensamento empreendedor é sobre o processo que induz o sujeito a fazer escolhas em situações inseguras, arriscadas e com considerável investimento emocional. “Dada a natureza do ambiente de tomada de decisões de um empreendedor, às vezes ele precisa (1) pensar estruturalmente, (2) adotar a bricolagem, (3) executar e (4) se adaptar de modo cognitivo.”

Pensamento Estrutural. É esta forma peculiar de raciocinar que faz com se perceba as oportunidades que não estão óbvias os demais e que permite os saltos criativos para propor soluções. A capacidade de enxergar as semelhanças superficiais (quando elementos básicos da tecnologia se assemelham aos do mercado) e estruturais (quando os mecanismos fundamentais da tecnologia se assemelham aos do mercado). Conceitos que vale a pena pesquisar mais a fundo.

Bricolagem. A capacidade que eles possuem de se virar aplicando combinações dos recursos disponíveis a novos problemas e oportunidades. Ninguém inventa a roda do nada, notam-se os recursos disponíveis para solucionar o problema e a roda aparece como opção viável.

Efetuação. As pessoas costumam agir de acordo com o que a professora Saras Sarasvathy descreveu como processo de efetuação, que é quando se inicia com um resultado almejado e se concentra nos meios para gerar esse resultado. Os empreendedores são capazes de adotar uma alternativa, o processo de efetuação, que inicia com o que se tem e seleciona entre os possíveis resultados. Um bom link para entender o conceito é o famoso “se a vida te der limões…”

Adaptabilidade Cognitiva. Descreve até que ponto os empreendedores são dinâmicos, flexíveis, autorreguladores e engajados no processo de geração de várias estruturas de decisão focadas na identificação e no processamento de mudanças em seus ambientes para depois se guiar por essas mudanças. É essa forma de pensar que da origem a duas palavras que estão muito na moda hoje em dia: resiliência e antifragilidade.

O restante do livro tem muitas técnicas de empreendedorismo, que vai desde a identificação de uma oportunidade, como estruturar seu plano de negócios e sobre a gestão de empresas emergentes. Minha ideia era propor ao leitor um livro de empreendedorismo que não estivesse voltado a jargões corporativismo, frases motivacionais e história de pessoas bem sucedidas; Empreendedorismo é uma obra didática, que te ensinará skills importantes. Se você se considera uma intraempreendedor — como eu — será-te útil da mesma forma. O intraempreendedor é aquele que emprega sua criatividade para uma empresa de outra pessoa, geralmente -embora não seja regra — lidam melhor com processos, eles definem como “ação empreendedora dentro de uma organização estabelecida.”

Por fim, seja para si mesmo ou para uma organização, é importante que se incentive a atividade empreendedora. De acordo com os austríacos: o empreendedorismo é o motor da sociedade. A burocracia com a qual estamos acostumado é nociva ao empreendedor, que fica refém de advogados, cartórios, contadores e políticos. Não sou contra os serviços burocráticos, no entanto, prefiro quando eles não apagam chamas recém acesas. É importante estar por dentro da Lei 13.874/19, que teve seu início com o SFL alumni Gianluca Lorenzon.

Essa resenha foi elaborada por Kaique dos Santos, um brilhante coordenador do SFLB. Contate Kaike pelo e-mail kaiqueoliveira@studentsforliberty.org.

Dúvidas, sugestões e elogios pelo e-mail resenhapramim@studentsforliberty.org

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O resenha pra mim é uma iniciativa de coordenadores do SFLB que visa resumir livros liberais com qualidade. Escreva para: resenhapramim@studentsforliberty.org