Intervencionismo: Uma Análise Econômica — Ludwig Von Mises

Por Wagner Santos

A excelente obra, Intervencionismo: Uma análise econômica, foi elaborada pelo economista Ludwig von Mises que teve como objetivo apresentar uma rápida análise do sistema Intervencionista. Esse livro nos leva a refletir se o Estado intervencionista realmente alcança seus objetivos.

O livro tem cerca de 120 páginas, a leitura é recomendável tanto aos leigos como também àqueles que já possuem um bom conhecimento em economia, para que ao final da leitura estejam cientes dos reais impactos do intervencionismo de acordo com as análises apresentadas pelo autor.

Muitas pessoas não entendem realmente o conceito de: capitalismo, socialismo e intervencionismo. É necessária a compreensão desses conceitos para o entendimento da obra:

Primeiramente, o capitalismo é a economia de mercado em ação, é onde há a interação das pessoas fazendo trocas voluntárias. Nesse cenário, há os consumidores que necessitam de algo (Produto ou serviço), e os empreendedores que procuram prever as tendências de consumo mais rápido que seus competidores.

Na economia de mercado, qualquer um pode ter sucesso em seus empreendimentos desde que consiga ser flexível aos requisitos do mercado e sempre competitivo no que se tratar dos preços e a qualidade dos serviços ou produtos.

Já o socialismo propõe que os meios de produção sejam controlados pelo Estado.

Há dois modelos diferentes de socialismo, e apesar de manterem o autoritarismo econômico, o primeiro modelo é muito burocrático pois o Estado estaria no controle de tudo. E no segundo modelo socialista, existe mercados e uma economia com sistemas, porém totalmente influenciada pelo governo, ou seja, o governo praticamente escolhe a dedo àqueles que entram no mercado, sendo o governo responsável por controlar os preços e o que deve ser produzido.

Estado intervencionista

Quando entendido os conceitos de socialismo e capitalismo então podemos avançar para compreender o Estado Intervencionista.

O Estado Intervencionista é quando há o dualismo entre mercado e autoridade numa economia, e assim o sistema da economia de mercado fica obstruído onde “o governo interfere no próprio funcionamento do mercado por meio de ações isoladas, emitindo ordens e proibições” (p.28).

O que acontece é que essas intervenções realizadas pelos governos intervencionistas têm seus objetivos, mas será que esses objetivos são realmente alcançados? Esse livro busca responder esse questionamento.

Quando uma autoridade adota uma medida de intervenção para o mercado, ela desvia a produção, ou seja, os empreendimentos seguem outra direção da que iria seguir se algo no mercado não estivesse sendo obstruído.

É através dessas interferências que o Estado pode proibir a fabricação de produtos, ou então a maneira de como algum produto está sendo produzido, e dessa maneira o mercado pode ter que produzir de maneira ineficiente. O ponto negativo é que dessa ineficiência de produção, os preços podem ser repassados para o consumidor final.

É notável que quando a autoridade identifica os pontos negativos de uma intervenção, ela então usa o argumento de que tal desvantagem causada tanto de oferta como o de produtividade se transforma em vantagem para outro setor da economia.

Altas tarifas de importação que são usadas como proteção das empresas nacionais é um exemplo, pois através dessas tarifas os preços são repassados aos consumidores fazendo com que os produtos fiquem mais caros, e infelizmente essa informação não é claramente dita para público.

No cenário onde o Estado controla como algo deve ser produzido, de que forma e o preço em que deve ser vendido, o mercado não tem nenhuma opção a não ser o de reagir.

A estrutura de preços no mercado funciona de maneira em que a oferta e a demanda devem estar em constante procura de equilíbrio. Mas isso é uma função do próprio mercado e não de alguma regulação do governo, pois quando é emitida uma ordem autoritária de fixação de preços, como tentativa de equilibrar, o mercado reage de maneira contrária ao objetivo.

Um exemplo de reação do mercado contra a fixação de preços ocorre com a política de salário mínimo, que é uma fixação de preço mínimo do salário com o objetivo social da valorização do trabalho, Mises explica a conseqüência disso: “o salário fixado de forma autoritária tende causar o desemprego permanente de uma parte considerável da força de trabalho.”(p.50).

A política de salário mínimo é apenas uma das várias ações de um estado intervencionista que podem gerar desemprego.

No momento em que os desempregos começam surgir em escala, as autoridades criam novas políticas salariais para reduzir os impactos até que possam criar programas que gerem empregos por meio de obras públicas.

Como as obras públicas não podem surgir através do aumento de impostos (o que seria horrível), o governo opta pela expansão do crédito e inflação, para que possa haver a execução dos planos.

Muitas pessoas acreditam que a expansão do crédito é um excelente ato do governo, porque através disso o Estado reduz a taxa de juros e dessa maneira mais pessoas utilizam crédito barato podendo consumir mais.

O crédito barato no mercado faz com que várias pessoas ao mesmo tempo consumam muito mais, e o aumento de grandes devedores (quais acreditam que sempre irão honrar às dívidas), novos empreendimentos também surgem somente por causa da expansão de crédito “A redução artificial das taxas de juros em virtude da expansão do crédito gera falsa impressão de que esses empreendimentos, que até então eram considerados inviáveis, agora são lucrativos.”(p.62).

Chega um ponto em que ou continua a expansão de crédito em constante aumento dos preços podendo chegar a níveis de hiperinflação, ou então encerra a expansão de crédito que por conseqüência produz crise econômica.

As análises apresentadas no livro mostram que esses e outros objetivos das políticas intervencionistas não são alcançados. Diferentemente do que muitos pensam, as pessoas não ficam mais ricas por meio dessas políticas. Já que a política intervencionista não funciona, Mises explica que a humanidade tem uma decisão a fazer: Ou escolhe a liberdade e economia de mercado não obstruída (livre mercado) ou o socialismo

Essa resenha foi elaborada por Wagner Santos, um brilhante coordenador do SFLB. Contate Wagner pelo e-mail wagnersousasantos@studentsforliberty.org

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