Entre tempos e lugares: adoção internacional, movimento migratório e os limites da comunidade

Miradas de Iberoaméricas: “Memoria, Migrantes y Cultura” (2015)

Cartas do Litoral
Palavras em Transe
2 min readNov 20, 2020

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O tema da migração envolve diferentes aspectos da vida que, por vezes, se entrelaçam. Fala-se em migrações econômicas ou ambientais, por exemplo. Deslocamentos que se impõem ao sujeito por razões as mais diversas, as quais teriam por aspecto comum as marcas que promovem na subjetividade. Ao falarmos das migrações, raramente nos damos conta de que uma prática social cuja origem se perde na noite dos tempos também encontra aí expressão: a adoção e, em particular, a adoção internacional.

O entrelaçamento que mencionamos há pouco apresenta-se de modos diversos: usualmente reconhecem-se países que são as fontes de crianças para a adoção e aqueles que são os receptores. Não por acaso, esse fluxo reflete as condições socioeconômicas dessas nações. Assim, os países pobres ou em desenvolvimento são o ponto de partida de adotandos que migrarão para uma nova vida, nova identidade, nos países desenvolvidos. Nesse sentido, os países da América Latina, África e Ásia estão envolvidos nesse processo que, recorrentemente, não encontra a visibilidade que lhe é devida.

Esse movimento não é sem um custo e é bastante fácil hoje ver isso seja na literatura, no cinema ou em outras manifestações artísticas e culturais que colocam em relevo a história de vida daqueles que foram adotados. Esse relevo expressa os questionamentos sobre o passado e o presente: por que fui abandonado? Por que fui escolhido? Quem sou eu verdadeiramente? O que posso saber de minha família de origem ou de que fui no passado? Sou de tal ou qual nacionalidade?

Continua em:

Coimbra, J. (2015). Entre tempos e lugares: Adoção internacional, movimento migratório e os limites da comunidade. Iber-Rutas (OEA). https://bit.ly/2KniKKF

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