Refugiar-se e dar refúgio também são questões de gênero

Raphaele Godinho
Resgatando e Valorizando a Mulher
14 min readJun 18, 2020

No dia 20 de junho de 2020, comemoram-se 20 anos da criação do Dia Mundial do Refugiado (que por sua vez, marcou o aniversário de 50 anos da Convenção de Genebra, também conhecida como Convenção das Nações Unidas para Refugiados). Eu comecei a me envolver com esse tema após estudar o Global Compact for Migration das Nações Unidas na graduação, e depois de conhecer o conteúdo de tal pacto fiquei inteiramente triste em saber que o Brasil havia deixado-o. Obviamente que há uma diferença significativa entre migração e busca de refugio, são fenômenos distintos, mas ainda assim muito interligados — um exemplo disso é que algumas partes do GCM abordam a questão dos refugiados. É um pacto muito amplo e complexo, mas extremamente rico — é uma pena saber que o Brasil deixou ele de lado por questões políticas (e aqui fica minha indagação de estudante de Relações Internacionais: a nossa politização não deveria parar na fronteira?).

Uma das coisas que o GCM ilustra é como a questão de gênero está interligada com os temas de refugio e migração; durante a maior parte dos pontos listados no pacto, se encontram recomendações específicas de como os governos devem encarar os impasses ligados, por exemplo, aos desafios das mulheres migrantes e das crianças que podem acompanhá-las, em muitos casos. No mais, de acordo com a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados):

“Em todo o mundo, metade das pessoas que foram forçadas a se deslocar são mulheres e meninas que, sem a proteção de seus governos ou famílias, se encontram frequentemente em situações de vulnerabilidade. As grávidas, chefes de família, deficientes, idosas ou desacompanhadas ficam ainda mais expostas”.

Além disso, ainda com o que é colocado pela ONU (dessa vez, a ONU Mulheres), existem números muito importantes quanto a situação de mulheres refugiadas que merecem atenção (informações da Ebc também estão vinculadas no infográfico):

Fica bem evidente como, em qualquer tipo de crise, as mulheres são a parcela da sociedade mais afetada negativamente. Mas tem muita gente boa por aí tentando ajudar refugiados a terem um novo começo; isso acontece em meio aos trabalhos de campo em acampamentos de refugiados, em ONG’s nacionais e internacionais, dentro da iniciativa privada e também em instituições como a ACNUR. Grande parte da linha de frente dessas ações são compostas por minas incríveis que estão fazendo a diferença. Nesse Dia Mundial do Refugiado o blog do Resgatando e Valorizando a Mulher traz entrevistas com mulheres brilhantes, que estão impactando outras vidas e realidades de um jeito muito inspirador. Bora conhecer mais sobre quem são essas lideranças e quais os trabalhos desempenhados por elas?

No campo de refugiados com Paola Moura

Quem é a Paola?

Bacharel em Defesa e Gestão Estratégica Internacional, Paola é ativista no Enfrentamento à Violência e Exploração Sexual, Tráfico Humano e Refúgio

Rapha: Como você se envolveu com a questão dos refugiados?

Paola: Acredito que foi um processo gradual e natural. Durante a graduação eu estive envolvida em pesquisas que tinham como tema as questões fronteiriças da região norte do Brasil e entender, me aprofundar e me envolver sobre tudo o que está relacionado às questões de fronteiras sempre me atraíram. Quando surgiu a oportunidade de trabalhar com refugiados entendi como uma oportunidade de contribuir além da vida acadêmica, mas de contribuir na prática.

R: Por que essa é uma temática importante pra você?

P: Acredito que ninguém deve ser obrigado a fugir, ou abandonar, sua casa, seu país por quaisquer que sejam os motivos. Situações como essas apontam violações dos direitos humanos e a necessidades de se cobrar políticas públicas para evitar tais situações e para que resguardem, assegurem o direito e a segurança da população em situação de refúgio.

Acervo pessoal da Paola

Após tantas histórias e experiências entendi que eu poderia contribuir para que outros encontrassem seu lugar no mundo, ainda que fosse longe do seu lugar de origem e bem, aqui estou. Hoje não me vejo fazendo outra coisa que não seja ajudar a transformar pequenos mundos e ajudá-los a encontrar o seu novo lugar, seja academicamente, através do voluntariado ou da cobrança de políticas públicas

R: Qual é o trabalho que você desempenha nessa causa? Como ele funciona?

P: Depende muito da organização, mas num geral são trabalhos de amparo, suporte e desenvolvimento da população em situação de refúgio. Em alguns lugares e situações é braçal, em outros assistencial, relacional e até mesmo educacional. Cada local e cada organização tem um método de trabalho, mas como há uma grande demanda de trabalho todos os voluntários aprendem a atuar em todas as áreas dentro da ONG a qual estão associados e atuarem como suporte para outras ONGs da região.

R: Qual é a realidade de um campo de refugiados? O que a mídia não mostra, mas deveria?

P: Não é bonita. São tantos problemas, alguns como violência sexual, suicídio e tantos outros. Acredito que é preciso falar mais sobre a situação insalubre a qual vivem em alguns lugares, sobre a privação da educação, saúde e até mesmo da vida profissional em determinados locais.

Acervo pessoal da Paola

R: Há impactos da desigualdade de gênero dentro de um campo de refugiados? De que forma se manifesta?

P: Infelizmente sim. A desigualdade de gênero se manifesta de diversas formas. Está na opressão, onde a fala de uma mulher não é respeitada, na violência física, na privação de educação, na vestimenta, na ausência de produtos de higiene pessoal. São tantos problemas que poderia passar um bom tempo listando.

R: Como a população de modo geral pode ajudar a comunidade refugiada no Brasil?

P: Sendo empática. O número da população refugiada cresce cada vez mais no Brasil e cada vez mais precisamos entender e nos colocar no lugar do outro. Lembro que assim que cheguei ao Brasil precisei ir a uma unidade de saúde, e quando expliquei o motivo de precisar tomar determinadas vacinas, ouvi de alguns profissionais que eu precisava ter cuidado com essa população e que a mesma era a causa da disseminação de algumas doenças. Fiquei muito brava e cheguei a chorar nesse dia específico.

Acervo pessoal da Paola

Precisamos, como população, entender que ninguém abandona seu país, perde parte da família no caminho porque escolhe. E que nos colocar no lugar do outro e pequenas boas ações sempre transformam e melhoram o dia de alguém.

“Gostaria também de dizer a todas as meninas, principalmente as pretas, que vocês podem e podem muito! Vocês podem mudar o mundo, ou pequenos mundos, vocês podem descobrir a cura do câncer, ou simplesmente compartilhar conhecimento. Vocês podem inspirar tantas crianças, adolescentes e até mesmo mulheres mais velhas através de pequenas coisas como uma dança, um sorriso, um abraço. O caminho é longo e em alguns momentos cansativo, mas vocês podem e conseguem!” (um recado para nossas seguidoras)

Bruna Guedes e oportunidades de RECOMEÇO

Quem é a Bruna?

Bruna Guedes Oliveira é uma jovem ativista pela igualdade de gênero e refugiados. Ela foi destaque em jornais nacionais reconhecidos, como El País, Folha de S.Paulo e G1, por seus esforços contra o assédio nas escolas. Ela também foi uma das cinco meninas selecionadas para palestrar no Girl Up Leadership Summit, em Washington, patrocinado pela Fundação ONU. Bruna é co-presidente do Recomeço, uma iniciativa social que integra socialmente mais de 100 refugiados, e desenvolve uma metodologia de ensino de Português.

Rapha: Como você se envolveu com a questão dos refugiados?
Bruna: Em agosto de 2018, comecei a dar aula de Português para sírios. Na época, já usava o conceito da linguística chamado língua de acolhimento para adaptar as aulas à realidade dos refugiados no Brasil. Logo depois, me inscrevi para um intercâmbio acadêmico com um protótipo de projeto social para ajudar refugiados para além das aulas de Português e ganhei a bolsa integral. Em janeiro de 2019, parti para os EUA para apresentar esse projeto em ONGs e universidades durante o intercâmbio. De volta ao Brasil, conheci a Izadora que havia feito uma disciplina na UFG, onde estuda, sobre interculturalidade, ensino e aprendizagem de Português. No início de 2019, decidimos unir a teoria com a prática e iniciar o Recomeço, uma iniciativa social sem fins lucrativos.

R: Por que essa é uma temática importante pra você?
B: A logo do Recomeço é um refugiado caindo de paraquedas, intencionalmente nas condições que a expressão brasileira “cair de paraquedas” pressupõe: de repente e sem qualquer preparo ou assistência. Dentro de sala de aula, me incomodava bastante a condição vulnerável que um refugiados encontra-se ao chegar no país de acolhimento. Considero que a questão dos refugiados é a maior crise social e humanitária enfrentada pelo mundo atualmente. Então, eu não podia apenas observar o problema; eu senti a necessidade de agir para amenizá-lo.

R: Qual é o trabalho que você desempenha nessa causa? Como ele funciona?
B: Sou co-fundadora e co-presidente, com a Iza, do Recomeço que visa colocar em prática os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. O Recomeço oferece aulas de língua para os refugiados em três localidades da região metropolitana de Goiânia; forma instrutores de Português em parceria com a UFG; orienta juridicamente os refugiados sobre seus direitos e deveres no Brasil; fiscaliza, cobra e faz parcerias com órgãos do governo para elaboração de políticas de assistência à essa população; oferta um banco de oportunidades de emprego para os refugiados; e realiza campanhas de arrecadação.

R: Caso alguém tenha interesse em ajudar o seu projeto ou em fazer parte, há algum mecanismo de seleção e participação?
B: Primeiro, os voluntários têm que nos contactar em uma das nossas redes sociais demonstrando interesse de fazer parte do time. Posteriormente, faremos entrevistas com esses voluntários para ver seus interesse na causa e checar a sua disponibilidade de tempo para atuar no Recomeço. Caso o voluntário seja aprovado, encaminhamos ele para as áreas que mais lhe interessa dentro da iniciativa social.

R: Como a população de modo geral pode ajudar a comunidade refugiada no Brasil?
B: A forma mais significativa de ajuda é doar diretamente para os refugiados ou organizações. Isso dará mais condições para que eles saiam da condição de vulnerabilidade. Além disso, conhecer a causa e sobre o país de onde vieram aqueles refugiados é o primeiro passo para destruir possíveis discriminações que você possa proferir, como xenofobia, racismo e preconceitos linguísticos. Isso serve também para que você consiga alertar pessoas a não reproduzir esses preconceitos.

R: Tem alguma história de alguém em situação de refugiado que você conhece e acha pertinente compartilhar?
B: Ano passado, meu aluno sofreu discriminações xenofóbicas no trabalho quando diziam, de forma negativa, que ele não deveria agir como se tivesse no seu país. Também, um colega de trabalho armou uma situação para que a culpa caísse sobre ele, e ele acabou sendo demitido. Além disso, sua rescisão de contrato e férias não foram pagas. Infelizmente essas situações são mais recorrentes no Brasil do que a gente imagina.

Contate o Recomeço:

Email: contato.recomecorefugiados@gmail.com

Instagram (@recomecorefugiados): https://www.instagram.com/recomecorefugiados/

LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/recomeco/

Uma startup reduzindo desigualdades

Quem é Bruna Amaral?

Bruna empreende na Toti — uma empresa de impacto social responsável pela formação profissional e empregabilidade de refugiados na área de Tecnologia da Informação e trabalha há 4 anos com a causa de refugiados. É Fellow da Turma 2019 do ProLíder, e graduada em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Participou da Enactus CEFET/RJ durante 2 anos, onde foi líder da área de Treinamentos e Desenvolvimento, Coordenadora de Projetos e apresentadora do Evento Nacional de Enactus Brasil, maior evento de Empreendedorismo Social da América Latina.

Rapha: Como você se envolveu com a essa temática? O que te inspirou?

Bruna: Comecei a trabalhar com a causa de refugiados e migrantes no meu 3º período da faculdade, quando entrei para a Enactus Cefet/RJ — uma organização universitária na qual desenvolvemos iniciativas para solucionar desafios da sociedade através do empreendedorismo social. Sou formada em Negociações Internacionais e naquela época estava estudando Direito Humanitário Internacional. Para mim, foi muito forte entrar em contato com migrantes e refugiados e poder conhecer mais a fundo a realidade do processo de refúgio no Brasil, com pessoas que realmente estavam vivendo tudo o que eu estava aprendendo de maneira teórica na faculdade. O que mais me inspirou foi conhecer a luta e garra das pessoas que saem de seus países e vêm reconstruir suas vidas no Brasil, muitas vezes, sozinhas. O tempo foi passando, e quanto mais eu estudava e conhecia sobre o refúgio no Brasil, mais eu tinha a certeza de que gostaria de trabalhar com uma iniciativa que auxiliasse os migrantes a viver melhor em nosso país.

R: Por que essa é uma temática importante pra você?
B: Existem algumas razões que explicam o porquê trabalho para a causa de refugiados há 4 anos. Meu propósito é promover mais educação, diversidade e representatividade para a sociedade brasileira. Hoje faço isso através da Toti, minha primeira empresa.
Primeiro, acredito que o ato de migrar e buscar refúgio em outro país seja um processo que requer muita atenção e apoio vindo do governo e da sociedade civil que está recebendo um migrante. É um processo que sempre esteve presente na história da nossa humanidade e nas relações estabelecidas entre os países. Fico feliz por trabalhar trazendo mais oportunidades de educação e trabalho para os migrantes no Brasil.

Segundo dados da ONU, existem mais de 300 mil migrantes buscando refúgio e enfrentando diversos desafios para se estabelecer de maneira digna em nosso país, como por exemplo, ter oportunidades de emprego no mercado de trabalho qualificado. Por isso, outro motivo pelo qual eu trabalho com a temática de migração forçada é que: comparando a quantidade de pessoas que se refugiam no Brasil com o número de organizações que trabalham para ajudá-los, ainda existem poucas em nosso país. E isso me motiva muito a expandir o trabalho da Toti e auxiliar cada vez mais refugiados, no Brasil e no mundo.

R: Qual é o trabalho que você desempenha nessa causa? Como ele funciona?

B: Sou uma das fundadoras e Diretora de Operações da Toti. Somos uma plataforma de ensino presencial e online que forma refugiados e migrantes em situação de vulnerabilidade social em diversas áreas da programação, de acordo com as demandas das empresas. Assim, os profissionais formados em nossos cursos com empresas de tecnologia que têm alta demanda de contratação de desenvolvedores. Assim, os migrantes conseguem se reinserir social e economicamente através de um trabalho digno, com alta perspectiva de crescimento e ótimos salários.

Cerimônia de Abertura da Turma SP (2020)

Nosso trabalho começou em Outubro de 2016, dentro da faculdade mesmo, ainda como um projeto universitário. Em 2018 lançamos nossa primeira turma dentro da faculdade mesmo, na qual 4 refugiados congoleses foram formados. A partir de 2019, abrimos a Toti como um negócio social e desde então trabalhamos para expandir nosso impacto. Hoje temos turmas no Rio de Janeiro, São Paulo e Roraima, com o total de 43 refugiados vindos de diversos países como Síria, Venezuela, República Democrática do Congo, Guiné-Bissau, Angola, Índia, dentre outros. Nosso objetivo é inspirar a mudança na vida dos refugiados do Brasil e do mundo através da educação, tecnologia e diversidade.

R: Há impactos da desigualdade de gênero entre refugiados? Homens e mulheres são impactados de diferentes maneiras?

B: Com certeza e em diferentes aspectos. De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), cerca de 50% das pessoas deslocadas à força são mulheres. E os motivos que levam à migração forçada destas mulheres são, em sua grande maioria, relacionados à violência contra seu gênero em seus países de origem, como estupro, violência sexual e física. Por isso, é importante ressaltar o impacto negativo com relação à saúde mental das mulheres refugiadas. Além disso, muitas migram com filhos, ocasionando a responsabilidade de ter condições financeiras em um novo país para suprir suas necessidades e as dos filhos.
Outro fator é a empregabilidade destas mulheres no país em que está refugiada. Segundo o Atlas Temático da Migração Refugiada em São Paulo, 55% das mulheres refugiadas não têm ocupação no mercado de trabalho ou estão em empregos precários. Considerando homens e mulheres, o percentual é 38%. De acordo com Rosana Baeninger, cientista social da Unicamp e uma das autoras do atlas, muitos dos refugiados não terminaram os estudos e faltam empregos para alocar essa população. “Como já tem uma desigualdade de gênero na questão das mulheres, vai sobrepondo particularidades da migração refugiada na migração de mulheres”.

Por isso, a Toti faz questão que as turmas dos Cursos de Programação que promove sejam sempre ocupadas 50% por mulheres e 50% por homens.

Cerimônia de Formatura da Turma RJ (2019)

R: Como a população de modo geral pode ajudar a comunidade refugiada no Brasil?

B: Com algumas atitudes a população brasileira pode ajudar a comunidade refugiada. Primeiro, se você tem contato, trabalha, mora perto ou conhece algum refugiado, dê apoio para esta pessoa, da maneira que puder. Seja ajudando com a língua portuguesa ou auxiliando para compreender sobre aspectos legais do Brasil. Todo auxílio é bem-vindo. Além disso, compartilhe com sua comunidade local sobre a importância de não discriminar ou demonstrar qualquer preconceito com migrantes.
Segundo, se você é contratante de uma empresa ou detém de alguma organização, dê oportunidades de trabalhos dignos para pessoas refugiadas e compreenda as necessidades com relação à adaptação devido à diferença linguística e social dos migrantes. Ou, se você conhece algum refugiado que está empreendendo, compartilhe, compre ou contribua para o trabalho dessas pessoas. Se já é difícil para nós, brasileiros, conseguirmos empreender e ter condições de viver de maneira digna em nosso país, imagina para um migrante que está se refugiando aqui.

R: Tem alguma história de alguém em situação de refugiado que você conhece e acha pertinente compartilhar?

B: As histórias são muitas e todas muito inspiradoras. Uma aluna da Toti que me inspira muito é a Ana Silva. Ela é angolana e veio para o Brasil há 6 anos, em busca de melhores condições de vida, estudo e trabalho. No Brasil, Ana se formou em Engenharia de Produção, teve seu próprio empreendimento de moda por quase 4 anos e hoje tem o sonho de trabalhar na área da programação. Ela me disse também que seu maior desafio na Angola era a qualidade de vida e oportunidades para estudar e trabalhar. Já aqui no Brasil, o maior desafio que vive é o preconceito diário por ser uma mulher negra. Isso me deixa muito triste e retrata o desafio que a mulher negra vive em nosso país, independente de sua nacionalidade.

Sempre que converso com ela, ela diz que quer entrar e trazer mais representação feminina para o mercado de programação. Fico muito feliz por poder conhecer mulheres guerreiras como ela.

Existem minas incríveis desenvolvendo iniciativas inspiradoras em todo o Brasil! Conhece alguma história e quer compartilhar com a gente? Entre em contato: rescuing.vw@gmail.com

--

--