Como relaxar a mente?

William
Resumos & Resenhas
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9 min readMar 25, 2021
Créditos: Freepik

Você já acordou e ainda estava com a sensação de canseira?

Ou ainda, já se sentiu a mente pesada, exausta ou esgotada?

Bem, se a sua resposta for sim para alguma dessas perguntas, saiba que você não está sozinho nessa.

Muitas pessoas ao redor do mundo vem relatado uma sensação parecida. Uma sensação de canseira ou estafa mental.

Mas, o que é este esgotamento mental? Como esse problema acontece? E, principalmente, como descansar a nossa mente?

Vamos falar disso tudo a seguir, confira nosso resumo de temas abordados no texto que segue:

  • O que é cansaço mental?
  • Quais são os sintomas?
  • Por que nos sentimos tão cansados mentalmente?
  • Como descansar a mente?
  • Passo a passo para descansar a mente
  • Ferramentas para descansar o cérebro

O que é cansaço mental?

Cansaço mental pode ser sinônimo de diversos problemas, como estafa, fadiga ou esgotamento mental. Ou ainda, a Síndrome de Bornout.

Quase sempre, o cansaço mental é o resultado de meses ou anos de uma rotina intensa, desgastante e agressiva para o nosso organismo.

E, o pior de tudo isso é que muitos de nós nem percebemos que estamos vivenciando uma rotina ou uma vida ruim que irá nos prejudicar.

Antes de alcançar este momento crítico, no entanto, o nosso próprio organismo dá sinais de que alguma coisa não está certa.

É como um carro que acende o alerta de óleo baixo. Se não pararmos para cuidar disso, uma hora o motor irá estragar. Assim funciona nossa mente.

Os sintomas muitas vezes passam despercebidos ou são ignorados por nós. Mas com o tempo vão se acumulando até que uma crise aguda surja.

Os sintomas do cansaço mental

Créditos: FreePik

Os fatores que causam o cansaço mental podem ser variados, conforme a rotina de cada pessoa.

Izabella Camargo escreveu um livro muito bom sobre o tema. Nele, apresentou uma lista com alguns dos sintomas mais conhecidos:

  • 1) Distúrbios do sono
  • 2) Dor de cabeça frequente
  • 3) Azia, dores no estômago, problemas no intestino
  • 4) Acne, manchas na pele e queda de cabelo
  • 5) Dores musculares
  • 6) Enjoos e tonturas
  • 7) Imunidade baixa
  • 8) Alergias, gripes e infecções constantes
  • 9) Tremedeira nos olhos e piora na visão
  • 10) Dificuldade de concentração e lapsos na memória
  • 11) Cansaço intenso e constante
  • 12) Irritação ou agressividade
  • 13) Queda de rendimento no trabalho
  • 14) Isolamento

A lista completa possui 28 itens, mas sistematizei apenas alguns para exemplificação.

Izabella Camargo cita que no geral esses sintomas começam leves e vão ficando cada vez mais intensos. Assim, nosso corpo envia sinais para nos alertar que algo não está certo.

Cada pessoa pode desenvolver os sintomas mais leves ou agudos. Ou ainda, desenvolver sintomas diferentes.

O que deve chamar a atenção, no entanto, é a presença de sensações que não eram constantes na nossa vida, e de repente, se tornaram comuns.

Isso nos leva a um questionamento simples, mas objetivo: por que isso vem acontecendo?

Por que nos sentimos tão cansados mentalmente?

Créditos: FreePik

Quase sempre o cansaço mental é fruto da rotina. Mas, não uma rotina “comum” e “normal”, dentro de um padrão esperado.

Ao contrário, uma rotina intensa e desgastante, com muitas responsabilidades, prazos e demandas que surgem. E, principalmente, falta de tempo de lidar com isso tudo.

Nosso cérebro vira uma espécie de cabide. Vamos pendurando coisas nele. Horários de reuniões; pautas da semana; lista de compras; deadlines de projetos…

Além disso, diversos sentimentos ou sensações também vão sendo “penduradas” na nossa cabeça.

Frustrações com o resultado de uma reunião que não deu certo. Desapontamento de clientes ou chefes. Saudades da família ou de estar mais presente…

Isso tudo gera um problema muito grande e muitos jogam isso tudo para “debaixo do tapete”, fingindo que está tudo bem.

Ou ainda pior, simplesmente nem percebem que algo está errado.

A nossa cabeça, no entanto, vai funcionando como uma panela de pressão, fervendo e cozinhando isso tudo durante muito tempo.

Aos poucos nossos recursos mentais vão se esgotando e nosso cérebro fica entulhado de coisas que nem ele mesmo consegue dar conta.

Vem então a sensação de cansaço mental. Um esgotamento tão grande que podemos dormir bem, mas ainda acordamos com a sensação de canseira.

Falta de foco e baixa produtividade são exemplos de como o esgotamento mental nos atinge. Uma tarefa que levaria minutos se estende por horas.

Logo, encaramos uma exaustão tão grande e por vezes diária, como se o cérebro estivesse derretendo.

Posto isso tudo a mesa, como descansamos nossa mente?

Como descansar a mente

Apenas deitar no sofá por alguns minutos não resolverá o problema de uma mente cansada. Nem mesmo uma boa noite de sono trará descanso esperado.

Quase sempre é necessário fazer mudanças profundas em nossos hábitos diários e alterações na nossa rotina.

Em resumo, após ler sobre o assunto percebi que temos 3 grandes passos para seguir a fim de relaxar e descansar a nossa mente:

  • Passo 1: Descarregar a tralha mental
  • Passo 2: Organizar os “inputs”
  • Passo 3: Aprender a dizer não

Vamos falar sobre cada passo a seguir.

Passo 1. Descarregando a tralha mental

Créditos: Thiago Pedrosa

Um dos problemas mais comuns de quem está cansado mentalmente é estar com a cabeça cheia de coisas.

Nosso cérebro é excelente para tomar decisões e processar informações, mas não foi feito para armazenar coisas. Não mesmo.

No entanto, temos o costume de entulhar nosso cérebro com coisas que não deveriam estar ali. Datas de aniversário, prazos de projeto ou a necessidade de responder um e-mail, por exemplo.

Armazenar essas informações na nossa cabeça geralmente nos geram frustração, cansaço constante, e principalmente, esquecimentos.

Além disso tudo, como consequência direta, a sensação de esgotamento mental também acontece. Por isso, é essencial descarregar toda essa tralha.

Como fazemos isso? Criando uma caixa de entrada.

A caixa de entrada

Caixa de entrada é um conceito proposto por David Allen, criador do método GTD. Em suma, consiste em transferir tudo o que está flutuando na nossa cabeça para um local fixo.

A caixa de entrada nada mais é do que um local em que você armazenará as informações, por isso mesmo, pode ser qualquer meio.

Você pode usar uma folha de caderno, papel sulfite ou uma planilha do excel, por exemplo.

Não importa o formato, se físico ou digital, o importante é tirar tudo o que está na cabeça e passar para caixa de entrada.

Pessoalmente, prefiro usar o Trello pois consigo gerenciar essas listas pelo computador e celular.

Além disso, é possível adicionar datas, anexos e fazer diversas marcações em cada item.

Você certamente se surpreenderá com o tanto de tralha que seu cérebro está armazenado. Datas de aniversário, listas de compras, metas, prazos, etc…

Gaste o tempo que precisar, mas descarregue toda essa tralha.

Revise a caixa de entrada

Após transferir tudo o que flutuava na cabeça para sua caixa de entrada você terá em mãos uma lista cheia de itens.

Agora é a hora da revisão. Veja quais itens são relevantes e possuem datas para serem entregues. Priorize-os para serem feitos assim que possível.

Veja o que precisa de alguma ajuda externa e decida quem poderá ajudá-lo. Seu chefe, seu grupo de amigos, seus familiares, etc…

A ideia é que a revisão da caixa de entrada seja um rito semanal ou diário. Todo dia (ou toda a semana) reserve um período para esta atividade.

Eu, por exemplo, reviso minha caixa de entrada semanalmente, na segunda-feira às 08:30 hrs.

Atualize sua caixa de entrada

Durante a revisão, pode ser que alguns itens sejam descartados. Por exemplo, “viajar para Europa” pode ser uma tarefa interessante, mas que dada as condições atuais não será possível num futuro próximo.

Neste caso, você pode remover/descartar este item da sua caixa de entrada. Ou ainda, criar uma segunda lista em que armazenará os itens para “algum dia”.

Além disso, novos itens serão adicionados a sua caixa de entrada por meio de inputs. Vamos falar disso no segundo passo sobre como descansar a mente.

Passo 2. Organizando os “inputs” que ficam no nosso cérebro

Créditos: FreePik

Inputs são tarefas atribuídas a nós. Esses inputs acontecem a todo o momento. Alguém pede um favor, nosso chefe envia uma nova tarefa, uma mensagem chega no WhatsApp para comprar algo…

O ideal é organizar todos os novos inputs na caixa de entrada e não ficar armazenando-os na nossa cabeça.

Vamos supor que seu chefe pediu para que você realize uma ligação para um cliente até amanhã. Não fique com essa informação na cabeça!

Salve esse input na sua caixa de entrada e por ter uma prioridade alta já defina o melhor horário para a ligação.

Assim, sua cabeça ficará livre para que você se ocupe no que é necessário e sua caixa de entrada servirá como um guia do que precisa ser feito.

Perceba que com essa simples ação a nossa mente está descansando, ocupando-se nas tarefas ao invés das lembranças.

A grande sacada nessa etapa é criar o hábito de identificar inputs e sempre jogá-los na nossa caixa de entrada ao invés de deixá-los na nossa mente.

Qualquer favor, pedido ou ação que demande algum tempo não deve ser salvo na nossa memória. Isso irá gerar canseira e desgaste mental, o que estamos evitando.

Após treinar isso por algum tempo, é essencial aprender a negar alguns favores ou pedidos.

Passo 3. Aprender a dizer não

Créditos FreePik

Dizer não é algo poderoso. Embora seja essencial, muitos de nós evitamos essa palavrinha. Seja por medo de julgamentos ou inocência mesmo.

Como resultado, ficamos sobrecarregados de tarefas, projetos e quando menos se espera, o cansaço mental bate a porta.

O simples ato de dizer “não” algumas vezes ajudará a reduzir a nossa carga de trabalho e como consequência reduzir o nosso estresse e nosso cansaço mental.

É essencial ter em mente que quando dizemos “sim” aos prazos, aos projetos, aos chefes, aos familiares, aos amigos e a tudo que está a nossa volta isso gera um problema.

Um “sim” trás consigo uma carga de responsabilidade. Um novo item (ou diversos novos itens) para a nossa caixa de entrada.

Esse “sim” vai trazer consequentemente uma dose de cansaço. Seja ele físico ou mental.

O ponto relevante é entender se vale a pena ou não dizer o “sim”. Cada um tem um momento próprio e deve considerar o peso de ambos, seja o “sim” ou “não”.

O “não” não precisa ser algo duro e insensível. Ao contrário, pode ser dito com leveza e até mesmo ajudar aos outros. Tenho 2 dicas sobre isso.

Terceirizando as coisas

Ao invés de um “não” você pode terceirizar a atividade. Já pensou nisso? Será que não existe alguém capaz de fazer melhor o que estão lhe pedindo?

Se encontrar alguém, não tenha medo de terceirizar. Ao contrário, sua mente cansada agradecerá e muito essa ação.

Priorizando as coisas

Ao invés de dizer não, considere ter um método mais técnico para isso. Um bom começo é uma lista de prioridades.

Alguns “nãos” são evitados se tivermos consciência do que é prioridade ou não. Por isso, uma lista de prioridades pode ser essencial nesse momento de decisão.

Grande parte da experiência e das dicas relatadas neste texto vem das leituras e dos muitos testes que fiz a fim de reduzir meu cansaço mental.

Como dicas, sugiro 2 livros que me ajudaram muito neste processo.

O primeiro é o excelente livro Dá um tempo! Como encontrar limite em um mundo sem limites de autoria da Izabella Camargo.

Neste livro, a autora que sofreu uma grave crise da síndrome de Bornout explora como o tempo e o cansaço que sentimos impacta a nossa vida.

O segundo livro é A arte de fazer acontecer. É uma obra essencial para quem deseja organizar a vida. A ideia da caixa de entrada, por exemplo, é dali.

O livro apresenta muitas dicas e estratégias de organização.

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