Resumo e Resenha de Mulherzinhas

Saiba tudo sobre o livro de Louisa May Alcott que inspirou o filme “Adoráveis Mulheres”

William
Resumos & Resenhas
9 min readMay 29, 2021

--

Estava procurando um filme na TV dias atrás e acabei encontrando “Adoráveis Mulheres” em um dos canais da HBO.

O filme já havia começado a um bom tempo, mesmo assim, me prendeu a atenção e eu acabei assistindo até o fim.

O obra é fantástica e mistura muitos elementos fixando o telespectador. O filme foi tão bom que decidi pesquisar sobre ele.

Então, descobri que a história é baseada no livro “Mulherzinhas” da autora Louisa May Alcott. Depois disso, outra jornada começou.

Então, assisti o filme, comprei o livro e li a história. Por fim, decidi trazê-la para cá. Confira abaixo o resumo, resenha e a sinopse de tudo que passa com as quatro irmãs March na obra que imortalizou a autora Alcott.

Conteúdo da publicação

  • Resumo do livro
  • Principais personagens
  • Resenha literária
  • Sinopse do filme e livro
  • Comentários

Disclaimer: Todas as imagens usadas nesta publicação são do filme “Adoráveis Mulheres” de 2019. Recomendo fortemente assistí-lo. Existem diferentes opções na internet, mas sei que está disponível na Amazon Prime Vídeo.

Resumo do livro Mulherzinhas

O pano de fundo da obra é a vida de uma família simples formada por quatro irmãs com temperamentos completamente distintos entre si.

Distintos, mas de certo modo, complementares. A obra narra a vida, o amadurecimento e acontecimentos comuns que uma família encara.

Integram a história principal— além das protagonistas — os pais das meninas, a tia-avó, os vizinhos e os amigos.

Cada personagem, imensamente complexo e completo é descrito com uma grande riqueza de detalhes que impressiona.

A história se desenrola durante a Guerra Civil Americana, amarrando muito dos acontecimentos apresentados com o evento real e marcante dos Estados Unidos.

A parte que cativa na história é que as quatro irmãs possuem perspectivas de vidas completamente diferentes.

E o livro aborda todas essas nuances, desde nascimento de filhos, casamentos, trabalho e até mesmo a morte.

Como dito, existem quatro irmãs na família March: Meg, Jo, Amy e Beth. Essas são as personagens principais da obra e para resumir é necessário falar um pouco de cada uma.

Margaret March (Meg)

A irmã “Meg” interpretada por Emma Watson e seu marido Brooke. Personagens inspirados no livro Mulherzinhas — Fonte

Margaret é a irmã mais velha da família. Conhecida apenas como “Meg” por todas e que possui um comportamento muito discreto e de certo modo orquestrador.

Ocupa o papel de mãe das meninas quando a mãe está ausente, e mesmo assim, é talvez por isso mesmo seja tão querida e respeitada por todas.

Durante a história assistimos a mudança e o amadurecimento de Meg como um todo e as descobertas da vida adulta.

O livro narra a diversão dela em ir até uma festa sozinha, o nascimento de sua paixão pelo jovem John Brooke.

Brooke e Meg, alias, se casam e o livro narra a cerimônia bem como o começo da vida do casal. Desde o pedido de casamento até a primeira briga, passando pela construção da sua casa e as idas e vindas de um jovem casal.

Parece muito? Bem, essa é só a primeira irmã e não é a personagem mais desenvolvida pela autora.

Por isso mesmo o livro encanta tanto, por apresentar aspectos tão grandiosos e coesos numa narrativa.

Meg é um termômetro das irmãs, representando ao mesmo tempo a maturidade (por ser a mais velha), mas também a inocência (por encarar muitas coisas pela primeira vez).

Josephine March (Jo)

A irmã Jo, a personagem mais marcante de “Mulerzinhas” — Fonte

Jo é a filha com a personalidade mais forte da obra. É escritora e por diversas vezes é referida como se fosse um filho ao invés de uma filha.

Por ser a personagem mais complexa, grande parte da história se passa sobre a sua perspectiva. Seja no momento que ela escreve seu primeiro romance ou quando conhece Laurie, vizinho que se torna parente no decorrer da história.

Todas as irmãs tem alguma história conectada com Jo. A irmã mais velha — Meg — é uma fiel companheira e as duas possuem grande sinergia.

Em uma das conversas mais interessantes da obra, Jo tenta convecer Meg a não se casar por medo de perdê-la. E narra, emotivamente, como a vida passou tão rápido.

A outra irmã, Amy, queima o primeiro rascunho do livro de Jo. E por isso mesmo Jo fica sem conversar com a irmã durante um bom tempo. Só falta a falar quando a jovem Amy cai em um lago congelado e quase morre.

Beth, a mais nova, é querida por Jo. Ao vencer um concurso e receber 100 dólares pelo seu conto, despacha a irmãzinha e a mãe para uma viagem de férias, a fim de descansarem.

Ao mesmo tempo, ancora na irmã um papel de cuidado e muito amor. Sempre ficando próxima dela e cuidando.

Jo é extremamente conectada com seus pais. E por diversas vezes são narrados episódios em que a personagem pede conselhos e ajuda a eles.

Mesmo sendo tão independente, pede colo e abraço aos pais a fim de entender as angústias e dúvidas que surgem no decorrer da vida.

Em um determinado momento ela corta seu cabelo e doa o dinheiro para a sua mãe, para que ela possa visitar o marido que está doente no hospital.

Isso reforça seu estereótipo de ser um “filho”. Mas, algumas páginas depois a pobre Jo é pega chorando escondido por causa de estar com o cabelo curto.

Por isso tudo Jo é uma personagem forte, mas ao mesmo tempo, muito sublime.

Amy March (Amy)

A vaidosa Amy. Mesmo vaidosa, é uma personagem interessantissima — Fonte

A filha vaidosa da família é a jovem Amy. Ela tem inclinação as artes, sobretudo para pintura. É de certo modo uma aversão as outras irmãs.

Amy acaba fazendo coisas que quer e tendo que arcar com as consequências, nem sempre por maldade, às vezes apenas por inocência.

Um dia ela queima o livro de Jo (como narrei anteriormente) e ao invés de esperar a irmã se acalmar vai atrás dela e quase morre congelada no lago.

Além do mais, Amy também tenta viver aquilo que não pode ser. Como por exemplo, quando convida suas amigas da escola de artes para lhe visitar.

Ao invés de um encontro simples, com comidas simples de acordo com o orçamento da família, Amy gasta todo seu dinheiro em um banquete caro, alugando transportes e tentando fazer com que tudo sai de modo perfeito.

No fim das contas, apesar das 12 convidadas apenas 1 aparece e todo o seu investimento, tempo e esforço se esvaem no ar. Tendo ao fim, que doar a comida que sobrou, evitando que ela se perca.

Amy personifica o espírito vaidoso. Mas, mesmo assim não é uma personagem fraca ou superficial.

É dela o discurso que convence o amigo Laurence a rever diversos erros de sua vida, e que de certo modo, transforma a vida de toda a família.

Beth March (Beth)

A jovem Beth. Fonte

É a caçula da família. Beth é menina extremamente talentosa e tem na música do seu piano o maior aliado.

Beth evita conversar com meninos e é muito tímida. Gosta de brincar e cuidar dos seus gatos e bonecas.

Durante a obra, desenvolve uma grande amizade com seu vizinho. E mesmo sendo extremamente quieta, é amada por todos.

Mas, Beth contrai uma doença e a partir de determinado momento acaba falecendo.

Apesar de ser a caçula, a autora explora muito bem esse fato e o impacto disso na rotina de toda a família, inclusive na vida da própria Beth.

Durante os capítulos que narram o declinio de saúde de Beth, diversos diálogos e reflexões são feitas sobre a vida e sua finitude.

Sobre a religião e o nosso lugar no mundo. Beth, no fundo, incorpora a inocência de uma criança, mas ao mesmo tempo, uma capacidade imensa de amar e ser amada.

Mesmo no seu leito de morte, não se angustiou ou se revoltou contra o destino. Ao contrário, tentou deixar tudo pronto para quando partisse.

Outros personagens

A obra possui uma série de personagens marcantes, segue a lista dos principais que recebem bastante atenção:

  • Abigail “Marmee” March: a matriarca da família e mãe das quatro meninas. Desenvolve grandes diálogos e reflexões sobre a vida em casal e sobre a família
  • Mr. March: o patriarca e pai das quatro irmãs. É uma espécie de guia, reflete bastante sobre a vida e as angústias que possuímos
  • Theodore “Laurie” Laurence: vizinho da família. É um menino rico e arteiro. Se casa com Amy (terceira filha)
  • Mr. James Laurence: Avô do jovem Laurence. Desenvolver uma grande amizade com Beth (quarta filha, caçula)
  • John Brooke: Tutor de Laurence e esposo de Meg (primeira filha)
  • Friedrich Bhaer: Esposo de Jo (segunda filha) que exerce a profissão de professor. Tem um forte sotaque e se torna um grande amigo do sogro para debates
  • Tia March: uma senhora rica e ranzinza, tia das meninas. Durante a obra acaba falecendo, deixando parte de sua herança para as meninas.
  • Hannah: ajudante na casa dos March, tem grande amizade e estima com todos.

Resenha do livro “Mulherzinhas”

Photo by Markus Winkler on Unsplash

O livro Mulherzinhas é — sem sombra de dúvidas — uma daquelas histórias que merecem ser lidas e relidas.

Isso acontece por uma fato marcante nas grandes obras: elas não envelhecem. Independente do ano que foi escrita, permanecem atuais e relevantes.

Logicamente, o papel social da mulher, da família e das relações mudaram muito desde o tempo que o livro Mulherzinhas foi escrito.

Mas os dramas, problemas e angústias enfrentadas pelas quatro irmãs permanecem reais e atuais.

Assim como em grandes obras atemporais, como “Dom Casmurro” em que Machado de Assis retrata tão bem tais assuntos.

Outro ponto de destaque da obra é a riqueza de personagens, datas e locais.

Como apresentado no texto, além das quatro irmãs que dominam a narração da obra existe uma série de personagens que ganham maior ou menor atenção.

Isso poderia ser um problema se a construção fosse mal feita e os personagens mal amarrados.

Mas, ao contrário do que possa parecer, é uma linha do tempo perfeitamente compatível e que narra com uma riqueza enorme de detalhes a vida de uma família.

Ao fim da leitura, parece que nós — leitores — de certo modo somos parte da família March, espiando pelas páginas a rotina e os eventos marcantes da vida de uma família comum, como a nossa mesma.

Filme ou livro?

Photo by Jakob Owens on Unsplash

É um debate longo se devemos assistir ao filme ou ler o livro primeiro. Independente da obra.

Isso acontece em “Contato”, por exemplo, obra do genial Carl Sagan. Mas, todos os filmes que foram baseados em livros tem algo em comum…

…O livro, geralmente, tem muito mais informação e detalhes.

Mulherzinhas já foi retratato em diferentes obras cinematrográficas com o passar dos tempos.

Recentemente, assisti o filme “Adoráveis Mulheres” de 2019 e consegui traçar um bom comparativo entre os dois.

Em primeiro lugar, o filme é muito bom e retrata de modo fiel as personagens e principais situações.

Mesmo assim, é um recorte. Nem todos os eventos relatados no livro são apresentados no filme. E muito deles ganham uma roupagem diferente e mais resumida.

Em segundo lugar, o livro é um companheiro para muito mais tempo. A versão que li possui quase 700 páginas e demorou bem mais tempo que a duração do filme.

A verdade é que ambas as obras são excelentes, cada uma de seu modo. Ao que o filme se propõem, é algo extremamente fiel e bem roteirizado com grandes artistas.

O livro, por sua vez, é mais denso e um companheiro por mais horas. Da uma sensação de proximidade maior.

Concluindo…

O livro “Mulherzinhas” está disponível na Amazon em diferentes formatos e preços. Desde R$ 10,00 até R$ 60,00. Abaixo, uma lista de opções.

Pessoalmente, optei pela versão em capa dura. Por ser um livro grande é mais confortável de ser lido.

--

--