Crítica | Jurassic World: Domínio é seguro ao caminhar para a nostalgia

Terceiro filme da franquia Jurassic World encerra trilogia e traz de volta personagens consagrados do passado

Victor Malveira
Reviews on Time
3 min readJun 3, 2022

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Cena do filme Jurassic World: Domínio — Reviews On Time
Cena do filme Jurassic World: Domínio - Reviews On Time

É um fato: Jurassic Park é uma das melhores franquias cinema desde que Steven Spielberg emocionou o público nos anos 90 com seus dinossauros mecânicos e em computação gráfica. O último Jurassic Park foi lançado em 2001, e uma nova franquia derivada só foi feita em 2015, com Jurassic World.

Jurassic World e Jurassic World: Reino Ameaçado trouxeram coisas novas para os dinos, além de personagens e contextos diferentes. O desfecho da trilogia ocorre no mais recente filme Jurassic World: Domínio.

A nova aventura prometia na sua divulgação seguir o caminho em que dinossauros e humanos precisariam conviver em sociedade, uma mensagem que o filme reforça em vários momentos. Os trailers mostravam muitas cenas de ação com dinossauros em cidades.

Urbanizar o fundo da ação seria um aspecto inédito para a franquia, pois ela sempre aconteceu nos parques, que ficam isolados do resto do mundo. Somos induzidos a acreditar que o cenário dos acontecimentos mudará de espaço, mas, infelizmente, a trama se direciona para algo que havíamos visto nos outros cinco filmes, além de ir de encontro com a mensagem central.

A humanidade traz os dinossauros de volta a vida e eles “invadem” a nossa sociedade. Ao invés de se aprofundar nessa questão, o filme novamente coloca os humanos adentrando o habitat dos dinossauros. Uma oportunidade de fazer algo diferente é desperdiçada.

Não dá para dizer que a franquia Jurassic esteja saturada, mas ela continua tendo elementos que se repetem massivamente e impede uma renovação total em suas narrativas. O vilão tem tido sua fórmula bem repetida, e é o que acontece com o Dr. Lewis Dodgson (Campbell Scott), que tem as mesmas motivações que seus antecessores.

Apesar de tais questões, Jurassic World: Domínio acerta quase que com precisão total na nostalgia. Ela não se resume em trazer de volta o trio original formado por Laura Dern, Sam Neill e Jeff Goldblum para a história.

Existe toda uma ambientação e pequenos detalhes que nos remetem ao passado. É como muita qualidade que Domínio desperta em nós a saudade da primeira trilogia e no tipo de aventura presente naqueles filmes.

As interações entre Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt), a nova geração, e os clássicos personagens funciona quase que o todo tempo, muito mais por meio das imagens deles reunidos, mas alguns diálogos não ficam à altura.

Daí vem a força do filme. Ele aposta no resgate dos sentimentos do público pelo o que já foi feito; e Jurassic World: Domínio executa bem tal objetivo a ponto de ganhar o fã com a nova aventura envolvendo dinossauros, embora se agarre em fórmulas passadas que poderiam ser substituídas, trazendo novas coisas e oxigenando a franquia.

Nota: 3,5/5 (Bom)

Direção: Colin Trevorrow
Roteiro: Colin Trevorrow e Emily Carmichael
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Sam Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum, Isabella Sermon

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Victor Malveira
Reviews on Time

Um quase jornalista que tenta ser cinéfilo. O objetivo aqui é escrever resenhas de filmes, séries e de outras coisas aleatórias. Amante de futebol.