Crítica | Stranger Things ainda nos empolga mesmo após três anos longe

Primeira parte da última temporada da série de grande sucesso da Netflix traz sete episódios que constroem os momentos finais da história

Victor Malveira
Reviews on Time
3 min readMay 31, 2022

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Stranger Things Temporada 4 Netlfix — Reviews on Time
Elenco de Stranger Things em cena da série (Netflix) Reviews On Time

Depois de quase três anos após lançar sua terceira temporada, Stranger Things lançou mais 7 episódios que dão início ao final da série. A quarta temporada ainda terá uma segunda parte com mais dois episódios.

A primeira produção de sucesso da Netflix começa a caminhar para o desfecho dos personagens de Hawkins. A grande novidade se dá por conta da duração dos novos episódios, cada um com mais de uma hora. Embora um tanto exagerado, o tempo dos episódios é um “problema” criado pela própria série.

O “problema” é quantidade de personagens importantes para a trama. Diferentemente do começo da série em que o protagonismo caia sob as crianças, agora Stranger Things dilui o protagonismo entre muitos outros indivíduos, e ainda acrescenta novos personagens de destaque na série.

A série resolve tal questão os dividindo em pequenos grupos e núcleos e os direciona para side quests (missões secundárias).

Em relação a isso, a subtrama de Hopper (David Harbour), assim como a própria não morte no fim da temporada passada, acaba se justificando apenas pelos grandes momentos de ação. Joyce (Winona Ryder) também fica bem reduzido e um tanto cômico exagerado. Os soviéticos tem só estão ali para justificar Hopper estar vivo.

Eleven (Millie Bobby Brown) tem um papel de mais destaque, embora sua jornada seja individual. Stranger Things aproveita para resgatar coisas do passado da personagem para construir os caminhos para o desfecho, além de explicar a origem do grande vilão da história.

O núcleo que carrega a maior parte do tempo a desenvolvimento da trama principal e das side quests é encabeçado por Dustin (Gaten Matarazzo) e companhia, ao contrário do grupo de Mike (Finn Wolfhard) que é esquecido em certo momento da temporada.

O grupo de Dustin é o que melhor equilibra as partes cômicas, de terror e dramática — esta desempenhada incrivelmente por Max (Sadie Sink) no episódio 4 — . As dinâmicas fluem bem o tempo todo, entretanto, a série erra ao retomar o conflito amoroso entre Nancy (Natalia Dyer) e Steven (Joe Keery).

Stranger Things, indiscutivelmente, não tem mais a mesma magia das temporadas anteriores, algo que havia começado a ser perdida no terceiro ano da série.

A série resgatou os anos 80 como pano de fundo para histórias de terror, e pôs crianças como protagonistas. Muitas outras produções se aproveitaram de tal fórmula, IT: A Coisa, por exemplo, o que gerou o desgaste; além do fato de as crianças crescerem, levando o tom do enredo para algo mais teen.

No geral, Stranger Things atende as expectativas deixadas para esta última temporada e cria novas para a parte dois. A grande diferença de tempo entre o lançamento da terceira e quarta temporada traz uma sensação estranha de que a série e personagens pertencem a uma época distante.

Contundo, Stranger Things é capaz de nos trazer de voltar para aquele universo e nos envolver novamente. A consolidada série da Netflix ainda é capaz de empolgar o público mesmo após muito tempo.

Nota: 4/5 (Muito Bom)

Criador: Matt Duffer e Ross Duffer
Elenco: Millie Bobby Brown, Gaten Matarazzo, Finn Wolfhard, Sadie Sink, Natalia Dyer, Joe Keery, David Harbour, Winona Ryder

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Victor Malveira
Reviews on Time

Um quase jornalista que tenta ser cinéfilo. O objetivo aqui é escrever resenhas de filmes, séries e de outras coisas aleatórias. Amante de futebol.