Crítica | The Good Doctor se perde em sua nova temporada

5º temporada da série médica se divide entre casamento de Shaun e Lea e transformação do hospital em empresa

Victor Malveira
Reviews on Time
2 min readJul 28, 2022

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Freddie Highmore e Paige Spara, em cena de The Good Doctor (Divulgação) — Reviews on Time
Freddie Highmore e Paige Spara, em cena de The Good Doctor (Divulgação) — Reviews on Time

Talvez a maior característica e força de The Good Doctor seja o fato de que os acontecimentos são capazes de emocionar o espectador, especialmente quando se tratam de Shaun Murphy (Freddie Highmore).

A série vai trabalhando ao longo das temporadas o desenvolvimento do protagonista da série. Embora a série se repita constantemente, o desenvolvimento de Shaun como personagem funciona.

A temporada anterior havia colocado a paternidade no caminho de Shaun, algo que aprofundou a relação com Lea (Paige Spara). A 5º temporada continua a expandir o relacionamento do casal com o desafio do casamento.

É algo natural de se imaginar que o casal Shaun e Lea fosse se casar em algum momento, até porque a jornada dos dois é um dos grandes pontos cativantes de The Good Doctor. Entre idas e vindas, a série estende a trama até o final da temporada, porém ela se torna um problema em determinada altura da temporada.

Tudo corria bem até a ideia do casamento de Shaun e Lea fazer parte de um reality. Além de chato e de ser perda de tempo, o formato de documentário quebra as ligações emocionais que temos com os personagens. É quase um anticlímax que atrapalha.

A primeira metade da temporada é mais empolgante e tem um drama mais envolvente, muito por causa de Salen (Rachel Bay Jones). A personagem é a vilã, muito parecida com uma vilã de novela, que movimenta as coisas no hospital.

Salen é uma boa representação de como é quando a saúde das pessoas é tratada como uma empresa. O conflito entre a total ausência de emoções que o corporativismo carrega e a forte presença de emoções por parte da equipe médica faz com que a primeira metade da temporada seja boa.

Depois que a série resolve tal conflito, ela se perde e fica arrastada até o final. O casamento é o que sobra para conduzir o restante da temporada, mas também é algo que se estende. E o breve retorno de Claire (Antonia Thomas), uma das melhores personagem, foi bem-vindo.

O lado emocional, aquilo que é um dos principais elementos de The Good Doctor, que nos arranca sorrisos ou lágrimas, fica pendente. Ele é menos presente do que nas outras temporadas da série.

Nota: 3/5 (Mediano)

Elenco: Freddie Highmore, Paige Spara, Christina Chang, Richard Schiff, Bria Samoné Henderson, Noah Galvin

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Victor Malveira
Reviews on Time

Um quase jornalista que tenta ser cinéfilo. O objetivo aqui é escrever resenhas de filmes, séries e de outras coisas aleatórias. Amante de futebol.