Thor: Amor e Trovão tem mais piadas e trovão do que amor

Quarto filme do deus do trovão tem a mesma pegada de Thor: Ragnarok e romance entre Thor e Jane Foster

Victor Malveira
Reviews on Time
3 min readJul 8, 2022

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Natalie Portman e Chris Hemsworth, em cena do filme Thor: Amor e Trovão
Natalie Portman e Chris Hemsworth, em cena do filme Thor: Amor e Trovão

A mudança de personalidade do deus nórdico Thor no MCU deu uma grande sobrevida ao personagem no cinema. Thor: Ragnarok repaginou o herói, alterando o que havíamos visto nos dois filmes solo. O diretor Taika Waititi trouxe a comédia como traço principal de Thor.

Em Thor: Amor e Trovão, a mesma pegada cômica se mistura com a proposta de romance entre Thor (Chris Hemsworth) e Jane Foster (Natalie Portman). Jane surge nessa nova história como a Poderosa Thor.

Estava bem evidente pelos trailers que a história seria recheada de humor e que haveria o reacender do romance entre os dois, indicando que Thor: Amor e Trovão iria caminhar para a comédia romântica.

Fica bem evidente que o filme tem muito mais comédia do que romance entre Thor e Jane, e o que tem fica rodeado de piadas. Existe um exagero na quantidade, o que acaba atrapalhando o desenvolvimento da relação entre o casal.

É um pouco decepcionante não ver uma comédia romântica melhor trabalhada. Da mesma forma é o lado dramático que Jane carrega ao se tornar a Poderosa Thor. Faltou mais sentimentos negativos quanto a doença de Jane, embora o tom do filme seja alegre.

Trazer mais disso daria mais senso de importância a jornada da personagem e no fato de Thor estar prestes a perder mais uma pessoa importante para ele. Fica tudo superficial demais e distancia o público da nova conexão amorosa que eles tentam construir.

Amor e Trovão, o título, se justifica nos momentos finais para desconfirmar que o que havíamos criado de expectativa antes e durante o filme. A ligação vem diretamente do vilão Gorr (Christian Bale), o matador de deuses que se revolta por causa da morte da filha.

O sentimento amor, e o amor do título, se explica no que Thor sente por Jane e no que Gorr sentia pela filha. Embora explorado subjetivamente ao longo do filme, o sentimento é a explicação de tudo no fim das contas.

Thor: Amor e Trovão é visualmente muito bonito, uma característica que Taika havia reformulado em Ragnarok. O preto e branco no embate com Gorr nos domínios do vilão deixa Bale ainda mais assustador.

Por fim, basear a retomada e o desenvolvimento amoroso de Thor e Jane mais por situações engraçadas — nem em cenas de combates tiveram muitos momentos de colaboração direta entre ambos — enfraquece o todo do filme.

É difícil sustentar a retomada do relacionamento amoroso de Jane e Thor, assim como é difícil nos conectarmos com isso; o excesso de piadas mais atrapalha do que ajuda com isso — sem contar o desfecho da personagem de Portman.

Thor: Amor e Trovão não é ruim, mas também não está de acordo com as expectativas. Ele está abaixo de Ragnarok, o melhor filme do deus do trovão, e no mesmo nível de Thor: O Mundo Sombrio, que melhorou com o passar dos anos.

Nota: 3,5/5 (Bom)

Direção: Taika Waititi
Roteiro: Taika Waititi e Jennifer Kaytin Robinson
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Christian Bale, Tessa Thompson

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Victor Malveira
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Um quase jornalista que tenta ser cinéfilo. O objetivo aqui é escrever resenhas de filmes, séries e de outras coisas aleatórias. Amante de futebol.