El Tanguito

Lucas Pimentel
OIMOI
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1 min readJan 4, 2022

Pinta-me ao céu de isopor
Construa-me entre pregos e cordas
Emaranhado ao costume do teu deus de palha
Qualquer pecado, condenação na fogueira

Pinta as paredes desta casa com sangue
As esconda por baixo de folhas secas
Junte-se ao martírio promovendo dúvida
E seja visto, para toda a intimidação há um álibi

Objeção? O deus tempestade inventiva
E meu braço armado estão ao teu encalço
Enquanto vagueia-se em coxias da tua reputação
Se desmembrando em três novos pecados

Com todo amor, toma-me os bolsos
Com toda a força, beba de minha fome
Com toda a insistência, dita-me estéticas
Com toda a imprudência, me concede vitórias

Nas densas águas desta superficialidade
Encontra-se catedrais e traumas
Saudemos aos escombros do casamento
Aos olhos da dupla conservação-procriação

As fases obscuras da lua
Ainda não são capazes de alimentar crianças famintas
A paz perseguida a prestação indigna de existir
Faz com que o futuro seja exilado e nebuloso

Pouco se precisa para assassinar a paz
Apenas símbolos pródigos de colonizadores
As façanhas imorais pregando moralidade
Em colos retalhados e superioridade étnica

E não tem volta, deus como prisão
Na américa celibata e monoteísta
Não há liberdade nos mergulhos
E uivos de crenças antigas…

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Lucas Pimentel
OIMOI
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Me verás caer como una flecha salvaje. | 29 anos | Instagram: pierrotruivo