Existir

Como o conceito de existência pode influenciar em nossas decisões

Se qualquer um for ao dicionário e pesquisar o significado da palavra existir, terá como resultado um verbo intransitivo que expressa ter presença viva, viver, ser real, ou algo do gênero. Caso tente numa temática mais filosófica, encontrará o conceito de Existencialismo bem pautado pelo francês Jean-Paul Sartre, em uma de suas frases, ele diz “Viver é isto: ficar se equilibrando, o tempo todo, entre escolhas e consequências”.

É notório que em ambas as definições, o conceito de existência está correto, afinal, existir é uma noção que todos internamente possuem uma própria. Haja vista isso, já parou pra pensar qual o conceito de existência daqueles ao seu redor? O que é existir para um cristão? E para um ateu? Aqueles que são contra a legalização do aborto? E aqueles que são a favor? Se um dia vierem até você e perguntarem: o que você entende como Existir? Saberia responder?

Nossos pensamentos, ideias, e crenças são totalmente formados pelo meio em que estamos inseridos, é biologicamente impossível um bebê nascer com um conceito pré formado de existencialismo, portanto, podemos inferir que aquilo conceituado como existência, nada mais é, do que uma formação social baseada onde vivemos. Para muitos, existimos com único objetivo de servir a Deus, para outros, existimos para evoluir como espécie e há aqueles que existindo ou não, tanto faz.

Levando em consideração esta análise, é viável concluir que há muitos pontos de vistas diferentes no que concerne existir ou não e por decorrência do mesmo, muitos entram em conflitos ideológicos e, em alguns casos, desavenças que terminam em hostilidade.

Lamentavelmente, as pessoas não possuem um senso de respeito e empatia quando se trata sobre determinados assuntos, pois para elas o único modo correto de existência é o que as mesmas seguem, implicando assim, numa segregação entre os “que vivem corretamente” e os “que não vivem corretamente”. E é a partir desse princípio que ocorre as guerras, invasões, catequizações, dentre outras imposições.

Hoje, é mais do que visível a quantidade de pessoas mortas por serem negras, por orientação sexual, por como se identificam ou por serem simplesmente mulheres, isto é, as pessoas morrem porque elas “existem da forma errada”.

Em suma, podemos inferir, que grande parte das desavenças entre as pessoas, não passam de exigências daquela forma de existir, conclui-se também, que todos possuem seu próprio conceito de viver de acordo com sua formação social, e que não devemos de nenhuma maneira ordenar que as pessoas existam a nossa maneira, ao invés disso, devemos lutar para que sejamos livres para existir.