Editorial

Revista Apuro
Revista Apuro
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2 min readMay 10, 2016

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Não há um dia em que ela não apareça no noticiário. Pequena no tamanho, enorme no significado, ela designa tudo: dos problemas da macroeconomia ao preço do tomate no mercado; da ausência de um camisa 10 na Seleção Brasileira à preocupação com a segurança nas Olímpiadas; das corrupções diárias de cada um de nós às grandes falcatruas dos que usam colarinho branco; da democracia reivindicada por quem quer tirar uma presidenta eleita, como por quem quer mantê-la. Ela nos define, está na boca do povo, e virou uma espécie de estado geral: a crise.

Crise de pensamento, de ideias e de atitudes. Crises existenciais, ideológicas, descrenças. “Conjuntura perigosa, situação anormal e grave”, diz um dicionário sobre o sentido de crise. Há outros tantos possíveis, pode escolher o seu. A Revista Apuro nasce de uma atribuição de sentido à palavra crise: no lugar de encarar o momento como hora de estagnação e descrença, é hora de criar e tentar fazer algo. Este algo, todos se apressam em dizer, também está em baixa, em questionamento. Mas seguiremos.

Queremos fazer jornalismo em tempos de crise.

Como isso funcionará, exatamente? Inauguramos hoje, 10 de maio de 2016, este projeto que tem três etapas principais: a primeira é acompanhar os desdobramentos da crise política que se abateu sobre Brasília, sob novos vieses. Na sequência, acompanharemos as eleições municipais de 2016, com foco sobre a cidade do Rio de Janeiro. E imaginamos, no ano que vem, transformar a Revista Apuro num ponto de contato entre o fazer jornalístico e o mundo acadêmico.

Sem medo de experimentar, com as portas abertas para quem quiser contribuir.

Quem somos? Somos jornalistas recém-formados, ou em fase de formação, egressos em sua maioria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E temos um lado bastante claro: estamos engajados no combate ao racismo, à homofobia, ao machismo. Nosso lado é o da defesa intransigente da democracia, na luta contra exaltadores de ditaduras e torturadores, e contra quem faz pouco caso daquilo que é público.

Estamos em apuros, mas sonhamos que esse país tem jeito. Qual jeito?

Vamos apurar.

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