A arte de Ozi

Revista Blooks
Revista Blooks
Published in
2 min readMay 8, 2018

Texto de Marco Antonio Teobaldo
Originalmente escrito para a Revista Blooks #3

A Street Art no Brasil surgiu durante os anos 1980, em São Paulo, durante o período da ditadura militar, com os artistas Alex Vallauri e Maurício Villaça. Maurício abriu as portas de sua casa e transformou-a na galeria Art-Brut, que se constituiu em um espaço alternativo da cena underground daquela época e acolheu artistas visuais e performáticos, poetas e toda sorte de visitantes que eram atraídos por aquela nova forma de gerar o pensamento artístico. Foi a partir do encontro destes dois artistas com o então publicitário Ozéas Duarte (Ozi), que foi iniciada uma série de intervenções e ações públicas na capital paulistana, que fariam história na constituição do grafitti brasileiro.

Em 1985, Ozi registrou na rua a sua primeira arte com a técnica do estêncil, que acabou se tornando sua marca. A transgressão do ato de grafitar ganhou conotações políticas e sociais, associadas ao discurso irônico que Ozi imprime em sua arte. Ele acredita que seu trabalho tem um papel fundamental de provocar as pessoas nas questões que mais lhe incomodam: injustiça, exclusão social e preconceito de qualquer espécie. Por isso mesmo, ele se tornou pioneiro nas intervenções em comunidades de periferias, onde tenta levar uma mensagem de força e esperança aos que levam a vida nas quebradas.

Marco Antonio Teobaldo é jornalista, curador, pesquisador e mestre em Curadoria em Novas Tecnologias pela Universidad Ramón Llull, de Barcelona, na Espanha. Com especial atenção à arte urbana, atualmente dirige a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea na região portuária do Rio de Janeiro, situada em um dos mais importantes sítios arqueológicos da Rota do Escravos (Unesco).

--

--