EDITORIAL | As mídias sociais estão no centro de todos os debates urgentes

Até o dia 7 deste mês, a Revista Brado vai explorar esse assunto em sua quarta campanha semestral

Revista Brado
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3 min readJun 30, 2022

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Imagem: Florian Schmetz/Unsplash

N o dia 30 de junho é celebrado desde 2010 o Social Media Day, ou Dia das Mídias Sociais. Alguns movimentos aproveitam para celebrar o dia do social media, o profissional que trabalha com essas plataformas. Contudo, a Revista Brado vai utilizar esta data, neste momento tão importante, em que se discute a formulação dos algoritmos, os impactos das mídias sociais, o poder delas de influenciarem em processos eleitorais, sua regulamentação por parte dos Estados e outros diversos temas que são e serão ainda mais urgentes neste ano eleitoral de 2022, para iniciar uma campanha de uma semana justamente sobre todos esses e outros assuntos que envolvem as mídias sociais.

Esta será mais uma das campanhas semestrais realizadas pela Brado desde dezembro de 2020, quando toda a equipe se mobilizou pela conscientização e combate ao HIV/Aids. Em maio de 2021 abordamos o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes e em setembro a Agenda 2030 da ONU. Nessas campanhas, todas as equipes da Revista são mobilizadas, com textos de todas as editorias e conteúdos da equipe de Comunicação.

As mídias sociais estão no centro de todos os debates essenciais da atualidade. Na arena política, enquanto não lidarmos com elas, não lidaremos com os desafios impostos por elas próprias à manutenção das democracias. Também não se pode falar da luta de movimentos LGBT+, feministas e étnico-raciais sem levar em conta as transformações que as redes sociais promoveram nessas lutas, seja com oportunidades, seja com percalços. A produção, distribuição e consumo cultural também foram impactadas em cheio por essas novas plataformas de mídia, e questões ambientais ganham novos ares, com ferramentas e empecilhos, a partir desse advento. No cenário econômico, profissões surgiram ou se transformaram nesse cenário; outras perderam valor; e a roda da economia começa a rodar de outra forma com mecanismos trazidos por esses novos ambientes digitais. Cercando tudo isso, estão a ciência e a tecnologia, proporcionando cada vez mais novas ferramentas, plataformas e utilidades, e o Direito, tentando adaptar esse contexto até então disruptivo a um cotidiano saudável.

Ao mesmo tempo que encurtaram nossas distâncias, reaproximaram amigos e familiares distantes e permitiram novas ferramentas para aproximar casais, colegas e parentes a longas distâncias, as mesmas mídias sociais criaram muros entre nós que jamais haviam sido impostos. Os mesmos primos que moram em estados diferentes e conseguiram criar um canal de comunicação se bloqueiam nas redes sociais devido às opiniões que são compartilhadas por um e outro.

Se elas deram a populações o poder de organizar protestos de massa em poucas horas e derrubar governos autoritários, elas também criaram mecanismos para interferências ilegítimas em eleições e a organização de atos golpistas que colocam democracias em risco — como a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Enquanto permitiram que a brutalidade policial seja gravada e exposta, levando, em muitos casos, a uma concretização da justiça que não aconteceria sem esses canais, elas também permitiram que acusações falsas se espalhassem numa velocidade brutal, levando ao assassinato de reputações, a linchamentos virtuais e, não raro, a linchamentos reais.

No meio de tudo, estamos nós, cidadãos comuns, sendo parte ativa ou plateia para o teatro que é encenado pelos grandes grupos de poder do mundo e pelos magnatas do Vale do Silício com seus algoritmos e autorregulações.

Por isso, tendo em vista o turbilhão no qual esse debate está inserido, a seriedade dele e o impacto direto que terá sobre a eleição presidencial de outubro deste ano no Brasil, esta campanha terá como objetivo abordar diversos assuntos que se relacionam com essa temática, destrinchando e oferecendo ferramentas para que o público compreenda um pouco melhor o cenário quase distópico no qual fomos colocados — e com o qual precisamos, com certa dose de urgência, aprender a lidar.

Este texto representa toda a equipe da Revista Brado.

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