Eleitor brasileiro!

Em 2022 o eleitor brasileiro precisa incorporar o detetive e barrar as fake news

Graziela Bezerra
Revista Brado
4 min readJun 9, 2022

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

C om a chegada do ano eleitoral, muitos questionamentos retornam. O Brasil volta a ser dividido em três tipos de eleitores: os esquerdistas, que serão apontados como comunistas que querem fazer do Brasil uma “Venezuela”; os de direita, que em suma serão expostos como se todos fossem “bolsominions”; e por fim os eleitores de centro, que serão apontados como os “confusos” que não sabem o que querem ou “isentões” que não querem se comprometer. A generalização do esquerdista como pessoas contra a produção da riqueza, dos direitistas como pessoas em prol da pobreza e dos centristas como aqueles que não querem se posicionar só nos mostra a falta que faz o acesso à educação política.

Sem dúvidas, o que não faltará nessa eleição são as tradicionais brigas em grupos de WhatsApp — afinal, quem nunca? A preocupação, entretanto, não deveria estar estritamente voltada às brigas e discussões familiares e entre amigos, mas sim no que ela provocou. O brasileiro possui um histórico de luta pelo direito à expressão e à democracia, e jamais deve se calar — pelo contrário: independentemente de ser esquerdista, direitista ou centrista, nessa eleição, como nunca antes, o eleitor brasileiro deve manifestar sua opinião. Contudo, este ano também nos guarda perigos. Entre eles, as fake news, que manipulam e espalham mentiras numa velocidade imparável.

Foto: pixel2013/Pixabay

Há muito tempo o Brasil não é um exemplo de investidor na educação. Dessa forma, podemos imaginar que ele é um país bem leigo no que diz respeito a fornecer educação política à sua população — acrescente-se a isso o fato de termos um sistema político único, cheio de nuances e minúcias que tornam o entendimento ainda mais complicado até para os mais atentos. E o Brasileiro de fato é aquele ser maravilhoso e emotivo, que quando gosta defende até o fim, o que faz com que ele muitas vezes deixe de agir com a razão e use apenas o fígado. E é aí que se torna efetiva a ação das fake news.

É claro que um eleitor leigo, que em muitos casos não teve acesso a ferramentas e conhecimentos que o auxilia na construção de uma conduta que impediria a atuação das fake news, frequentemente não conseguirá por si só distinguir notícias falsas de verdadeiras. Até mesmo os mais calejados acabam às vezes sendo enganados pelas fontes não seguras.

Mas como precisamos assumir nossa responsabilidade de eleitor diante do atual cenário brasileiro e em prol do futuro de nosso país, devemos fazer o que for possível. Uma das atitudes mais importantes será não compartilhar informações de fontes duvidosas, principalmente sobre fatos que não foram divulgados em outros jornais, seja televisivos, físicos ou os eletrônicos reconhecidos.

Se duvidar das informações, é importante confirmar os fatos. Há diversas formas de fazer isso. Se determinado assunto não foi abordado por nenhum veículo renomado, é alta a possibilidade de que ele não seja procedente ou tenha tido seu conteúdo alterado. Em muitos casos, também é possível checar as informações em sites especializados em fact-checking (checagem de fatos), como a Agencia Lupa, boatos.org, Fato ou Fake (O Globo e/ou Senado), Estadão Verifica, etc.

As eleições de 2022, especialmente a para a Presidência da República, prometem diversas ondas de discussões. O que se pede ao eleitor é que ele abra os olhos para o que aconteceu e continua acontecendo no país e procure por fontes confiáveis. Memes e brincadeiras podem ser divertidos, mas também podem ser perigosos se disseminados na forma de notícias falsas.

O futuro de nosso país não é brincadeira. Alguém de fato se preocupou em acompanhar a Câmara Legislativa e verificar as propostas que estão sendo aprovadas? Quem votou contra ou a favor? Jovens, sobretudo os que possuem o tão sonhado curso superior, estão atentos e cientes da votação da PLV 3/2022, que altera as regras do Prouni? Medidas como essas podem facilitar ou atrapalhar o ingresso de diversos de vocês no ensino superior.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Muitos fatos aconteceram e acontecem no Brasil a todo o momento, e é nossa responsabilidade requerer respostas, justiça e que os nossos direitos sejam respeitados. Afinal, o que está por trás do Acampamento Terra Livre? Porque mataram Marielle Franco e cadê os Yanomami?

Estudem, analisem cada proposta e o histórico de atuação dos políticos. Comparem períodos de atuação. Fechem os olhos e tampem os ouvidos para as fake news e escutem os que os candidatos estão falando e o que fizeram quando estiveram no poder.

No dia 02 de outubro, cada cidadão, seja brasileiro ou não, mas que esteja apto a votar, possui a responsabilidade da mudança em suas mãos. E aqueles que por algum motivo não poderão votar possuem a responsabilidade de espalhar a verdade.

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Graziela Bezerra
Revista Brado

Bacharel em Ciências Econômicas, Mestranda em Desenvolvimento Econômico e Colunista na Revista Brado.