Governo Bolsonaro já deixou mais de 33 milhões de brasileiros com fome

Mesmo sem apresentar uma gestão eficiente, principalmente durante a pandemia de Covid-19, o presidente afirmou que a economia do país “vai muito bem”, em encontro com evangélicos em Orlando (EUA)

Luisa Cruz Ribeiro
Revista Brado
3 min readJul 15, 2022

--

Foto: Rawpixel.com/Freepik

No início do mês de junho, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN) divulgou o segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. O resultado: 33,1 milhões de brasileiros sem condições mínimas de garantir o próprio alimento. Em 2020, o número era de 19,1 milhões.

A PENSSAN explica que “a insegurança alimentar ocorre quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente a alimentos. Ela é classificada em três níveis: leve (incerteza quanto ao acesso a alimentos em um futuro próximo e/ou quando a qualidade da alimentação está comprometida; moderada (quantidade insuficiente de alimentos) e grave (privação no consumo de alimentos e fome)”.

O Brasil estava fora do Mapa da Fome apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2014, quando o país reduziu em 75% o número de brasileiros vivendo em situação de extrema pobreza, ou seja, recebendo menos de 1 dólar por dia. Ainda assim, na época, 16 milhões de brasileiros ainda passavam fome.

Cada número desses dados é algum homem, alguma mulher ou criança sem assistência! Tenha consciência do que são 33,1 milhões de pessoas. Se você está percebendo mais gente pedindo comida nas portas dos supermercados, nos ônibus, nos semáforos, isso não é só uma impressão sua. Tem gente com fome!

Fonte: PENSSAN

Minorias, os mais afetados são mulheres e negros

O inquérito da PENSSAN registrou pessoas vivendo em restrição alimentar em 65% das casas chefiadas por pessoas pretas ou pardas. Porcentagem que não deveria ter reduzido, a taxa de segurança alimentar nesses locais passou de 41,5% para 35%. A fome, entre 2020 e 2022, teve um salto de 10,4% para 18,4%.

Entre os lares sustentados por mulheres, 6 em cada 10 convivem com insegurança alimentar. A taxa de famílias com fome passou de 11,2% para 19,3%.

Fonte: PENSSAN

Esses são dados que, quanto menores, melhor seria o cenário. Em um país ideal, as notícias seriam inéditas: “a fome e a extrema pobreza foram erradicadas no Brasil”. Porém, o contexto e o governo atuais somente permitem a derrocada de um dos direitos humanos fundamentais: o de uma alimentação adequada. Bolsonaro e seus aliados, escondidos no discurso estratégico de patriotismo — “Brasil acima de tudo! Deus acima de todos!” — odeiam o Brasil e tudo o que vem dele. A gestão de Jair Bolsonaro mata. De fome, a tiros, em viaturas transformadas em câmaras de gás e de tantas outras formas.

Gostou deste texto? Deixe seus aplausos (vão de 1 a 50) e compartilhe.

Siga a Brado nas redes sociais: Instagram; Facebook; Twitter; e LinkedIn.

--

--

Luisa Cruz Ribeiro
Revista Brado

Em síntese, nas palavras me encontrei. Colunista na editoria de Raça da Revista Brado.