Pandemia levou a crescimento dos serviços de streaming

O isolamento social promovido pela Covid-19 impulsionou o consumo e o surgimento de novas plataformas de entretenimento online

Samara Elisa
Revista Brado
4 min readJun 22, 2021

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Foto: LPETTET/iStock

Os serviços de streaming são plataformas online que facilitam a nossa forma de consumir filmes, séries, músicas, entre outros. Eles são disponibilizados para que sejam acessados quando e onde o usuário desejar. Inclusive, já é possível acessá-los não só pelo celular ou computador, mas também pelas Smart TVs e videogames. Você certamente conhece exemplos: Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay, Spotify e Deezer são apenas alguns dos mais famosos.

O benefício desses serviços é o pagamento de uma quantia fixa por mês, geralmente a preços bem acessíveis (algumas até mesmo de graça) e o acesso a um vasto acervo, o que sai bem mais em conta do que adquirir separadamente cada produto, seja em DVDs ou CDs. Esse é um dos motivos para ser cada dia mais raro encontrar dispositivos compatíveis com esses formatos.

Os serviços de streaming se popularizaram há poucos anos, mas a gigante Netflix, por exemplo, surgiu em 1997. A princípio funcionava como locadora de filmes; o modelo atual veio 10 anos depois, em 2007. No Brasil, a marca começou a atuar em 2011 e dois anos depois começou a investir em produções originais, aumentando a diversidade de opções em seu catálogo.

Foto: freestocks/Unsplash

Apesar desses anos de trajetória, após o início da pandemia o uso dos streamings teve um enorme crescimento. Uma pesquisa recente do Kantar IBOPE mostrou que 58% dos usuários de internet consumiram mais vídeos e TV online por meio de streamings pagos durante o período de isolamento social. Os brasileiros superam a média global de consumo de vídeo em serviços por assinatura, com cerca de 1 hora e 49 minutos assistindo filmes e séries diariamente.

Ainda de acordo com a mesma pesquisa, 49% dos entrevistados disseram que o que mais chamaria atenção para assinar um serviço de streaming hoje é o menor custo, e 73% dizem que o principal fator que levaria ao cancelamento é o aumento no preço da assinatura. No meio de tantos serviços disponíveis, o custo é o ponto que prevalece como mais importante para a maioria dos usuários.

Além do aumento do uso dessas plataformas, também houve um notável aumento na quantidade de opções de redes de entretenimento que passaram a ter seu próprio serviço de streaming, como o Disney+, da Disney, e a Globoplay, da Rede Globo. Seguindo a mesma direção de crescimento, o consumo de pirataria na internet continua sendo uma preocupação para as marcas que trabalham com streaming. Como vivemos um momento de crise financeira, o entretenimento acaba sendo um dos primeiros gastos que cortamos para economizar, o que torna muitas vezes inviável assinar todas essas plataformas. Se fizermos a conta, é mais econômico assinar uma TV a cabo.

E por conta dessa impossibilidade de assinar diversas contas ao mesmo tempo, muitas pessoas optam por assistir em sites piratas online ou baixar o Torrent. Nos primeiros meses da pandemia, os maiores sites de pirataria do mundo chegaram a ter um aumento de 19% de acessos. No Brasil, esse aumento chegou a quase 50%.

Outro ponto que pode influenciar nesse crescimento da pirataria é a cobrança extra por filmes específicos dentro dos serviços pagos. Um exemplo recente é o filme Cruella, da Disney. Ele estreou nos cinemas e simultaneamente no Disney+, porém custando R$ 69,90, mesmo a plataforma já sendo paga. Muitas pessoas que não puderam frequentar o cinema, seja devido ao fechamento das salas como forma de conter a pandemia ou por questões financeiras, argumentaram que é absurdo ter que pagar a mais por algo que você já paga pelo serviço, sobretudo um valor alto como esse. Por outro lado, os defensores alegam ser na verdade um preço justo, já que uma ida ao cinema envolve o pagamento de estacionamento, pipoca, ingressos e por fim todo esse combo custaria aproximadamente o valor da taxa cobrada pela Disney.

Apesar dessa polêmica atual, esse sistema de cobrança por filmes dentro da plataforma não é novidade da Disney+, recentemente o MUBI fez o mesmo com uma programação especial em parceria com o Canal Brasil, cobrando por títulos selecionados. No entanto, o aluguel de cada um não chegava nem perto dos quase 70 reais de Cruella.

Essa estratégia de cobrança fez com que o filme não chegasse nem ao Top 10 de filmes mais assistidos da plataforma no Brasil desde que estreou. Seguindo o sentido contrário, nos cinemas do país o filme assumiu a liderança de bilheteria, arrecadando R$ 1,6 milhão somente no primeiro fim de semana em cartaz, mostrando que o cinema ainda encontra seu espaço em meio à competição com os filmes online.

Foto: Divulgação/Disney

Apesar de ser um setor em pleno crescimento, essa competição pelo favoritismo do público pode ser uma ameaça para as marcas que querem começar a se inserir nesse meio. É importante encontrar seu público e o nicho em que irá trabalhar para conseguir se diferenciar e não ser mais uma no meio de um mar de opções. Saber se reinventar e inovar é essencial para conquistar a fidelidade dos consumidores.

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