Um transe patriótico
Fé, crença e patriotismo. Você acreditaria?
A informação que recebi nos últimos dias é muito boa. Assustadora, mas é boa. Ainda é preciso verificar os detalhes, mas o resumo é esse: Bolsonaro trouxe prosperidade ao Brasil, mas quer provar a fraude criada pela imprensa de que o seu governo fracassou. Para provar, precisou “deixar” seu governo fracassar para revelar a fraude midiática.
Confuso? Sem problemas. Em momentos históricos, de dificuldades e de tomadas de decisões, as incertezas vêm para testar aqueles que realmente estão aptos a enfrentar a guerra. Você não precisa entender, basta acreditar. É como bem diz o nosso presidente: com fé, crença e patriotismo, nós podemos derrotar os desafios do país. Não à toa, o chefe do executivo carrega um nome bíblico: Messias.
Nesse espírito, e para tentar explicar aos incrédulos o que estamos vivendo e reforçar aos adeptos a “palavra”, venho por meio deste texto destacar um “Brasil diferente daquilo que vem sendo publicado em jornais e visto em televisões”. Um Brasil de Jair Messias.
Naquele transe eu vi
Mesmo com 14,4 milhões de desempregados, uma inflação com dois dígitos e a escalada nos preços de alimentos, produtos e serviços, a nossa economia está “bombando”. O Brasil se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos.
Qualquer comentário ou constatação no sentido contrário é mera “rolagem da desgraça”. Afinal, todos sabem que os eventuais problemas citados acima nada têm a ver com o governo federal, e sim com a pandemia e as políticas públicas de governadores e prefeitos. Ou não?
A culpa mesmo foi do STF, que confirmou as competências concorrentes de Municípios, Estados e União nas ações de combate à pandemia da Covid-19 — decisão totalmente alinhada com o preceito constitucional das autonomias dos entes federativos e que não limita o presidente da República nas ações de controle e estratégia contra à pandemia.
A culpa da alta de 40% da gasolina somente neste ano é do ICMS cobrado sobre o combustível — imposto estadual que se manteve com a mesma alíquota em todos os estados há mais de um ano.
A verdade, como bem disse o nosso ministro da Economia Paulo Guedes — aquele, que quando entra nos supermercados, é ovacionado pelos brasileiros –, é que a nossa economia está voando e quem está dizendo o contrário “não entendeu nada”. Entende? Ou acredita?
Com uma economia forte e um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e valoriza a família, o Brasil, que há poucos anos estava à beira do socialismo, já recuperou a sua credibilidade no cenário internacional.
Afinal, não são esses os valores que toda a geopolítica procura? Um líder que cultua o símbolo de uma arma ao mesmo tempo que venera a Deus. Um presidente que participa e convoca manifestações contra os Poderes para mostrar seu respeito à Constituição. Um chefe de Estado que de tanto honrar a família tradicional, já esteve à frente de três.
São inúmeros os valores. Mas há também outras condutas que vêm colocando o país na vanguarda das relações internacionais. O combate ao “globalismo” é um deles. Estamos alinhados a políticas externas de países como Hungria e Polônia — ultra tradicionais na diplomacia.
Há quem diga que isso nos coloca na periferia da geopolítica internacional. Porém, como nosso ex-chanceler Ernesto Araújo bem ressaltou: “se isso faz de nós um pária internacional [enfrentar o globalismo], então que sejamos esse pária”.
E conquistamos esse status. Prova viva é o nosso presidente ser encarado como piada na imprensa internacional, justamente desses mesmos países globalistas — o que na prática, acaba se tornando algo positivo, um sinal de que estamos no caminho certo. Certo?
Pois, bem. Os confrontos não se limitam somente ao anti-globalismo. O combate à corrupção também é um dos grandes marcos desse governo. A mamata acabou, e para eliminá-la de vez, o governo precisou bater recordes em emendas parlamentares: R$ 41,1 bi. O valor, corrigido pelo IPCA, é maior que os gastos durante os dois mandatos do governo Lula; o dobro gasto durante os governos Dilma e também durante a gestão Temer.
Além disso, a Lava-Jato foi enterrada, pois como o próprio o presidente disse: “não tem mais corrupção no governo”. Isso sem falar na nomeação de Augusto Aras para a PGR e nas indicações de Kassio Nunes e André Mendonça para o STF — grandes nomes no combate à corrupção. Os métodos podem ser tortos, mas são para nos testar. Você crê?
Os avanços e batalhas não param por aí. O ato de não se vacinar foi mais uma, simbólica, conduta do seu árduo combate à pandemia. Em momentos de dificuldade é necessário coragem para tomar decisões — e isso foi um dos grandes valores do presidente. Não priorizar a negociação e compra de vacinas, investir no tratamento precoce, defender a economia: tudo isso foi um ato de resistência frente ao establishment.
Os covardes foram no caminho mais fácil: o populismo. Todos sabem que medidas de isolamento social são absurdamente eleitoreiras. Políticas de restrição são altamente populares, principalmente para as camadas dos setores trabalhista e empresarial — os mais beneficiados, não é mesmo?
Mas “a história e a ciência saberão responsabilizar a todos”. Tudo isso e muito mais é reflexo de uma política séria e responsável, liderada pelo excelentíssimo presidente da República, Jair Messias.
Não sei. Só sei que foi assim!
Nessa altura da leitura, você já deve ter percebido o sarcasmo presente na coluna. Mas, para deixar ainda mais transparente e explícito: ESTE TEXTO CONTÉM IRONIA. Há tempos venho comentando, neste espaço digital da Brado, sobre a novilíngua do Jair e seus métodos.
O nonsense impera e a verdade é um discurso antônimo dos fatos. A expertise mora justamente nesse detalhe — nessa subversão sociolinguística. Às vezes mais parece um transe, um delírio, uma histeria seletiva.
Como já escrevi: é preciso entendê-la e combatê-la com inteligência, união e bom senso. Mas, às vezes, um pouco de sarcasmo, “dentro das quatro linhas” desse transe patriótico, também pode cair bem — se é que você me entende.
Mas se não entender, sem problemas: basta ter fé, crença e patriotismo. Amém?