O Estado de Natureza Hobbesiano

Movimento Brasiliterário
Revista Brasiliterário
3 min readMar 15, 2017
Representação de Hobbes

O conceito de estado de natureza é bem simples, mesmo havendo quem acredite que ele seja complicado. Para melhor ilustrá-lo, façamos uma indagação "Como seria o ser humano antes do estado?" pergunta interessante, não?

Para imaginarmos o homem sem um governo, uma estrutura social, precisamos voltar e conhecer quem foram os contratualistas, pensadores que, através da filosofia política, pensaram como o estado "perfeito" deveria ser.

Estes pensadores, dotados de grande perspicácia, antes de idealizarem o melhor estado, segundo suas opiniões, imaginaram como o homem era sem ele. Tiveram de analisar como seríamos em um estado natural, onde não havia uma instituição reguladora que garantisse a justiça.

Para este artigo, o primeiro contratualista, Hobbes, será objeto de análise junto de seu magnum opus, onde ele descreve como deveria ser o governo, ou melhor, o estado, segundo suas perspectivas.

Thomas Hobbes foi um escritor e filosofo inglês criador da obra "Leviatã". O título desta obra faz uma analogia entre o estado e o monstro marinho de mesmo nome, primeira vez mencionado na bíblia como um polvo considerado o quinto pecado capital, a inveja.

A visão Hobbesiana do homem é de um ser mau que nasceu com um único direito natural, à vida e fará de tudo para perpetuar tal direito, até mesmo matar aqueles que se colocarem em seu caminho.

Por não haver um contrato social e naturalmente, segundo Hobbes, o ser humano ser individualista e mau, inevitavelmente guerras e mortes seriam comuns. Portanto, em um ambiente sem estado, para este contratualista, seria uma guerra de todos contra todos.

Peguemos como exemplo uma casa que nela morava uma família, estas pessoas, unidas por um laço sanguíneo, não guerreavam, pois sabiam que eram semelhantes. Certo dia, alguém de fora da casa tentou invadi-la pulando o muro da frente. O barulho da queda da pessoa no chão chamou a atenção da família que logo se armou com pedaços de paus, a fim de averiguarem. Ao se depararem com alguém de fora, partiram para cima do invasor, matando-o sem o menor escrúpulo, pois não havia algo, uma força acima das pessoas que julgaria o invasor, colocando na mão da família apresentada, o poder de acabar com o direito à vida da pessoa que pulou o muro.

Com o exemplo anterior, é possível notar que antes do estado, segundo Hobbes, haveriam guerras generalizadas, pois a força física seria a responsável por decidir com quem ficaria os territórios, ou seja, não teria como parar um ser humano mau por natureza e individualista quando o estado não existe.

Com tanta insegurança rondando, pois ninguém estaria feliz e bem em saber que outra pessoa, a qualquer momento, poderia acabar com sua vida, o medo se instala. A instabilidade, portanto, é para Hobbes aquilo que gera o contrato social, ou seja, aquela entidade chamada estado, onde a justiça garantiria a estabilidade para a vida do indivíduo.

O estado perfeito para um ser humano mau e individualista é o Leviatã, um governo absolutista, ou seja, um líder absoluto seria o responsável pela segurança de todos, por criar a leis, administrá-las e executá-las, pois para se garantir a estabilidade, todos deveriam transferir a força, ou seja, seu direito de julgamento ao estado, ao líder, a fim dele aplicar a justiça.

São muitas as visões de Hobbes sobre o homem e o estado, para falar em apenas um artigo seria impossível, por isso, nos diga nos comentários se devemos fazer um vídeo falando mais sobre este autor e suas ideias, a fim de fazê-los compreender em geral seu pensamento.

No próximo artigo sobre filosofia política que publicaremos em uma semana, na quarta, falaremos do segundo contratualista, John Locke, pai do liberalismo político e grande influenciador na política atual, tendo sido o responsável por dividir o poder, a fim de acabar, ao seu ver, com o absolutismo totalitarista.

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Um grande abraço e até o próximo artigo.

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