“Chico Bento certinho não funcionaria”

Na série de entrevistas com grandes quadrinistas brasileiros, Mauricio de Sousa fala com Rafael Spaca sobre um dos seus principais personagens

Bravo!
Revista Bravo!
2 min readJul 27, 2017

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Por Rafael Spaca

Chico Bento não nasceu, como quase todos os seus personagens principais, de uma pessoa da família ou muito próxima a ti. O fato de tê-lo criado sem uma referência foi a sua grande dificuldade em conceber o desenho em todos os seus aspectos (conceito, traço, etc.)?

Chico Bento tem muito de um tio-avô meu e de mim mesmo que cresci no interior paulista. Em Mogi das Cruzes, então uma pequena cidade. Mas não tive dificuldade em chegar ao Chico definitivo. Tive oportunidade de treinar e amadurecer o personagem graças a um contrato com uma revista chamada Coopercotia, editada pela então Cooperativa de Cotia. Eram histórias, originalmente, de dois personagens chamados Hiroshi e Zezinho que lá pelas tantas receberam em suas historinhas um menino caipira totalmente fora da realidade. Mas ingênuo e bondoso. Com o tempo, esse menino, cada vez mais parecido com o atual Chico, foi “engolindo” a presença dos dois titulares das historinhas até que tomou conta do pedaço. Mais ou menos como aconteceu quando a Mônica surgiu nas tirinhas do Cebolinha. Chegou e ganhou o lugar.

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