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MINIDocs é uma série de documentários, doze por ano, feitos a partir de ensaios e shows com músicos brasileiros

Helena Bagnoli
Revista Bravo!
4 min readJun 19, 2018

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Grupo 5 a Seco (Foto: Daniel Deak)

O MINIDocs é um projeto da produtora paulistana Zoe Films para divulgar a música brasileira por meio de minidocumentários com músicos espalhados pelo Brasil, dos iniciantes e aos consagrados. O que os une é o mapeamento de suas trajetórias. Com a ideia e a crença, o criador Carlos Gayotto colocou o projeto de pé. A ele se juntaram Tó Brandileone, Ricardo Mosca e Rafael Alterio.

O MINIDocs tem um formato multimídia e mistura shows e ensaios, estes realizados na fazenda Gargolândia, na cidade de Alambary, no interior de São Paulo. A primeira temporada estreou em 2016 com 12 artistas documentados. O material rendeu vários subprodutos. No ensaio, o artista grava cinco músicas que serão trabalhadas uma a uma, semana a semana. Os shows, que são gravados no Teatro Vivo, gera um registro de 60 minutos, estão disponíveis no canal do MINIDocs no YouTube e também são transmitidos pela TV Cultura.

Unindo as músicas com entrevistas feitas nesse processo, ainda são produzidos 13 minidocumentários de 26 minutos cada um, que passaram a ser veiculados no canal Arte 1 e na TV Cultura.

Ivan Lins, Tiago Iorc, Maria Gadu, Renato Teixeira, Oritá, Anavitoria e Arismar do Espírito Santo são alguns dos artistas documentados.

Em 2017 foi realizada uma temporada nos mesmos moldes com outros doze artistas. E em 2018 o projeto continua. Já em fase de pré-produção, a gravação dos shows está prevista para agosto, ainda no Teatro Vivo. Para assistir às apresentações acompanhe a agenda pelo site do MINIDocs. Depois, basta levar um livro, que será doado para uma instituição social.

Os clipes dos 12 artistas selecionados em 2018 serão lançados em outubro.

Para entender melhor o projeto, a Bravo! conversou com Carlos Gayotto, o responsável pelo MINIDocs.

De onde surgiu a ideia do MINIDocs?

Eu já fazia pequenos documentários para empresas e acabei me especializando nesse tipo de entrevista curta. Minha paixão sempre foi a música, então pensei que obrigatoriamente, para dar certo, eu teria que unir o que já fazia bem com o que eu gostava. Chamei os músicos Marcelo Mira e Theodoro Nagô para um piloto, que foi feito no topo do prédio da produtora. Isso aconteceu em 2012.

Como vem se materializando a assinatura de vocês “Do palco para o mundo”?

Esse é o ponto mais legal. Os ensaios levam aos shows e ambos são gravados em áudio e vídeo. E, hoje, na minha opinião, o maior palco do mundo é o YouTube. As TVs querem que o sucesso do YouTube sejam uma extensão de seus canais, e quem sai ganhando é o artista: múltiplas formas de visibilidade para ele (o MINIDocs tem hoje mais de 50 mil inscritos no seu canal).

Quais foram os MINIDocs mais difíceis de fazer?

Todos, sem exceção, deram muito prazer. No final de cada gravação, é como se o artista virasse parte da família MINIDocs. O do Dani Black com o Tiago Iorc teve bastante ansiedade envolvida, pela exigência técnica dos próprios, mas o frio na barriga só fez o resultado ficar ainda mais legal.

Qual é o tempo entre o ensaio e o show?

Isso varia bastante, pois depende sempre da programação dos teatros.

Qual MINIDoc teve maior alcance nas redes?

Até hoje, a música Dengo, do duo pop Anavitoria, teve 8MM de visualizações.

Como é a relação com os artistas? Eles têm cachês?

Todos os artistas recebem um cachê para custear as gravações. Mas o atrativo principal para todos é a visibilidade e a qualidade do projeto, que tem gravações de Tó Brandileone, Pedro Alterio e do estúdio Gargolândia, além das mixagens do Ricardo Mosca, eleito pelo terceiro ano consecutivo como o melhor engenheiro de mixagem do Brasil.

Dandara e Paulo Monarco

Vocês têm trabalhado com streaming? Tem show transmitido ao vivo? Como é o resultado?

Transmitimos a metade da segunda temporada ao vivo do Teatro Vivo e foi surpreendente. Com a mínima divulgação, as pessoas se conectavam, compartilhavam e interagiam com intensidade. Se fosse feito um investimento em mídia para causar tal impacto, sairia muito mais caro do que o streaming em si.

Quais são as plataformas de distribuição?

YouTube, e a plataforma Qello Concerts, além do Canal Arte 1 e TV Cultura.

Qual o ponto alto do projeto?

O ponto alto do projeto, sem dúvida, é o que gera o mesmo material, o crossmedia, as inúmeras reedições. Mas isso, claro, depois dos artistas especialíssimos que são curados pelo Rafael Alterio, do estúdio Gargolândia, junto à produção impecável da Zoe Films.

Como você pensa o futuro do projeto?

Já estamos pré-produzindo as terceiras e quartas temporadas e levantando fundos para a primeira temporada de música estrangeira, que deve ser gravada em Nashville em breve.

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