"Não podia ser uma menina branca a primeira a estourar. Não faria sentido"

Lurdez da Luz lança disco acústico, "Acrux", neste sábado no Sesc Pompeia e conversa com a Bravo! sobre sua trajetória no rap

Paula Carvalho
Revista Bravo!
14 min readMar 23, 2018

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Foto: Ana Boggaciovas

É como Djonga versa em Atípico, música do recém-lançado O Menino que Queria Ser Deus: "Nem conhecem Racionais, vai ouvir um disco meu?", só que versão feminina: Lurdez da Luz é uma das rappers brasileiras há mais tempo no corre das rimas. Se não é pioneira — pois na época já circulavam Dina Di, Stefanie MC e Negra Li, para citar algumas — , fez parte de projetos importantes como o Mamelo Sound System (com Rodrigo Brandão e Alexandre Basa), central no começo dos anos 2000 para entender a ampliação das fronteiras do rap, estabelecendo parcerias com membros da Nação Zumbi, do Instituto, de instrumentais como o Hurtmold ou uma sonoridade mais próxima do dub e do drum'n'bass. Desde 2010 em carreira solo, a cantora e compositora conta que decidiu, no ano passado, fazer um repasse em sua trajetória num projeto "para se reapresentar", e assim surgiu Acrux, disco que lança neste sábado no Sesc Pompeia.

À la Lauryn Hill, o álbum é acústico, com beats traduzidos em formação baixo-violão-bateria. "Eu queria um som que fosse mais orgânico, em que as letras aparecessem de uma forma mais clara, a voz viesse de uma forma mais crua e com menos camadas", diz Lurdez da Luz. Na época, conta, ela nem sabia de projetos como o Poesia Acústica, do bombado canal Pineapple StormTV, que tem feito sessões com rappers em estilo Luau MTV. A ideia é também, diga-se, contramão do hype do mercado da música atual: enquanto só se fala que "se não tiver vídeo, não tem plays", Lurdez da Luz quis fazer uma música apenas para se ouvir.

Além de canções das mais diversas fases da carreira, como Ela É Favela, Gana, Andei e Love, uma — que também batiza o disco — é inédita. Acrux é poesia sobre a estrela que representa São Paulo na bandeira do Brasil e a cruz, com z, carregada por mulheres no rap ("Crucificada pelo sistema / Minha ressurreição é seu maior problema / Me negou três vezes hoje quer me amar / Talvez não atenda seu telefonema / Talvez num atenda, não sei seu esquema").

Pensando na cidade em que vive desde que nasceu e se criou (na Luz, como no nickname), crê que há essa dubiedade: "É um momento de libertação [para São Paulo] em vários aspectos, ocupando as ruas, entendendo essa cidade como uma cidade de diversão também, que não é só de trabalho, lugar libertário pra todas as minorias, que entende que a periferia cabe no centro e as mulheres podem andar do jeito que elas querem — só que ao mesmo tempo existe um movimento retrógrado pra caramba na contramão disso".

A Bravo! bateu um papo com a rapper, que fala de como vê a evolução do rap ao longo desses mais de 20 anos, próximos projetos — como a ideia de fazer um som mais latino-americano — e branquitude. "Quem realmente comanda a história é o povo negro. Por isso que eu acho que o Rincon é realmente a última bolacha do pacote. Porque ele trouxe o que é necessário pro negócio evoluir. Não tinha como ser outra pessoa. Tipo a Karol Conka: não podia ser uma menina branca a primeira a estourar. Não faria sentido. Tem que ter várias negras pra poder ter uma branca. A gente não pode cometer esse erro novamente na história. Isso aconteceu muito no samba." Leia abaixo trechos da entrevista.

Você vê uma diferença pro rap de quando você começou, há quase 20 anos, para a cena de hoje?

Acho que finalmente é só mais um gênero musical. Eu tenho MCs preferidos, cantores preferidos, vou em festas de rap ou não, e é isso. E existe também uma nova geração que é estritamente do rap que eu desconheço, não participo muito. Mas eu vejo que é uma coisa que tá mais popular mesmo. Mais pop — antes, na verdade, era mais popular. Antes representava uma classe social, tinha um discurso político mais arraigado, e hoje em dia eu acho que é mais um jeito de fazer música, uma linguagem.

Numa das mesas do Women’s Music Event (WME) sobre o rap, elas falavam justamente que muitas vezes os artistas que já tem muitos anos de carreira querem falar de outras coisas e não podem porque ficavam presos.

Eu nunca me senti presa com nada, justamente porque também tinha um lado ruim, por ser mulher, por ser branca, e não ser obviamente periférica, porque eu cresci no Centro. Apesar de vir de uma família sem dinheiro, os valores são diferentes, a forma que você cresce aqui. Eu morava num lugar ruim, na Estação da Luz. Mas o acesso à informação, como as coisas circulavam, era totalmente diferente do que era a periferia. Falo de quase 20 anos atrás, quando comecei a escutar e querer me envolver com o rap. Faz muito tempo e as coisas eram bem diferentes mesmo. Acho que pra eles a pressão era maior, mas ao mesmo tempo eram levados mais a sério. Eu me dava uma liberdade maior de como falar, como me portar, como me vestir, mas meu trabalho era levado menos a sério.

E hoje em dia, é levado mais a sério?

Acho que todas as mulheres que estão fazendo música estão sendo levadas mais a sério, até por uma questão mercadológica. Tá gerando lucro, tá tendo público. Não só porque de repente todo mundo ficou menos machista.

O tal “mercado da lacração”.

É, eu vejo como um fenômeno de moda. Eu acho que isso passa. É um boom que traz mudanças positivas também, uma coisa menos careta, menos conservadora no modus operandi, mas não me animo. Porque eu acho que disso vai sobrar pouca coisa sólida em termos de arte. Mas acho que comportamentalmente pode ser legal.

Teve um boom em 2010 ali, não sei se me engano, naquele finalzinho da MTV, de mulheres no rap.

Acho que em quantidade não tinha muita. É a minha geração essa daí. Karol Conka, Flora Matos. Teve a história do Andei ser muito veiculado, meu primeiro clipe. Isso ajudou muito pra gente conseguir se profissionalizar. Mas ao mesmo tempo não teve uma cena formada, de tantas minas. E eu acho que aí acabou a MTV e deu uma baixa também no rap, mais um tempo. Sempre tem ondas no mercado da música, essa não foi a primeira onda do rap. Acho que foi 1993 a primeira, em que o Racionais saiu da periferia. A grande diferença é que agora é uma coisa mais consolidada, vão vir outros artistas, sempre vai existir. Não vai sumir de novo da pauta. Vão sempre vir artistas desse rolê, que vão entrar no mainstream ou construir uma carreira sólida por outros meios.

Talvez hoje em dia o que esteja rolando é a cena de fora de São Paulo.

Exatamente. É isso que é louco, o rap parecia que só dizia respeito a uma realidade de São Paulo, que não fazia sentido em outros lugares, e fez muito. E agora essa coisa do Nordeste, do Baco [Exu do Blues], o Rio de Janeiro virou referência do rap, mais do que São Paulo. Os MC’s prediletos de quem curte rap mesmo são de lá. É muito louco isso.

Mas tem uma característica paulistana do rap?

Ah, acho que tem uma lírica sim. É uma lírica meio impregnada da cidade de São Paulo. Nas produções também vem uma coisa mais do baile black. Embora hoje em dia essa coisa do eletrônico e do trap pegaram muito. Mas acho que a gente tem uma parada mais séria e mais política até hoje, sim. Mesmo quando está falando de outras coisas.

Você cresceu na Luz. O Rincon Sapiência fala de uma característica do rap de São Paulo que é a influência de cada região de onde vem. Por exemplo, o dele, da Zona Leste, é mais próximo do samba, os Racionais mais no sul. O Centro tem algum som específico?

Acho que não. Eram as pessoas que vinham — sempre tinha festa no Centro. Centro que digo se estendendo até Pinheiros, por exemplo. Tinham muitas festas na Barra Funda, o Clube da Cidade é um ponto onde rolava o baile da Class, por exemplo. Ali se juntava todo mundo. Tinha a São Bento, mas quem eram as pessoas que iam pra lá? Eram do Jabaquara, Heliópolis, Capão Redondo, Cohab 2. Sabe? Então na verdade o Centro juntava esse pessoal da periferia. Então, um rap tipicamente do Centro, não tinha muito. Mas tinham as festas. A primeira vez que eu fui em uma festa foi no Santana Samba que é começo da Zona Norte — foi show do Racionais com RPW, isso já faz muito tempo mesmo, 1993. Mas quando eu comecei a realmente frequentar, foi de 1998 a 2003. E uma característica muito típica do Centro são os crossovers, festas de cultura urbana. Tinha muita mistura com o skate, tocava hardcore, rap, rap nacional. Bandas tipo Pavilhão 9 ou Rodelick, aí tinha o Planet Hemp. Meu primeiro grupo, o Mamelo Sound System, entra muito nessa ideia de rap. Não era um grupo de rap nacional. Era um grupo baseado no hip hop com influência de várias outras coisas. Minha maior paixão nessa época foi o Beastie Boys, por exemplo. Era onde eu conseguia me ver, ter uma identificação mais direta — tem a ver com cor de pele, com comportamento, com cultura, com formação. E o Centro agrega gente de todas as áreas de São Paulo (além do Brasil e do mundo inteiro) que vêm pra curtir. Tinha a galeria [do rap, subsolo da Galeria do Rock] que era também um ponto muito forte. A gente ia ali pra saber o que tava acontecendo, às vezes até pra nada. E essas festas com vários tipos de som. Eu associo muito à cultura do skate. Eu gostava muito de ir em campeonato de skate, batalha de b-boys.

Você andava de skate?

Andava.

E você também circulou muito — trabalhou e gravou os discos do Mamelo — no estúdio da YB Music (na Vila Madalena).

Eu tive esse privilégio. Comecei trabalhando lá, a ideia do Mamelo no começo não era a de ser um grupo fechado, era um núcleo de produção que ia ficar chamando vários artistas, e aí teve a ideia de fazer show e virou um grupo. E eu comecei a apresentar algumas coisas que eu tava escrevendo, fazer dobra e foi meio por amizade, no começo. Acho que eles curtiram o que eu tava querendo fazer. E comecei a participar dos shows imediatamente. Mas era uma época em que eu não sabia muito o que estava fazendo, não tinha muita ideia do que eu queria. E eu sempre tive outros trabalhos, essa coisa de ter a arte como ofício foi bem depois. O Mamelo era quase banda de fim de semana. A YB acho que é um dos primeiros estúdios que era profissional, numa área nobre e tal, e que recebeu a galera do rap. Eu participei da gravação do disco do 509-E, do SNJ, vários grupos que iam gravar lá. Aquilo foi aguçando mais ainda a vontade de participar daquilo.

E como era ser mulher e andar com eles, nessa época?

Era bem fechado. Mas o pessoal do Mamelo já era esquisito pra caramba em relação ao pessoal do rap, e eles se abriram totalmente para o que eu estava fazendo. Mas por isso que eu digo: já era uma outra proposta, era outra proposta de som e ideológica e tudo. Existiam esses grupos no mainstream — como um Planet Hemp — e a gente não era tão pop, era mais abstrato, a proposta musical era um pouco mais doida. Mas existia essa ideia de bandas crossover, com MC rimando e guitarra tocando, influência de rock pra caramba. Isso já rolava no mundo inteiro.

E os próximos projetos?

Tô morrendo de vontade de fazer outras coisas. Queria fazer um projetão, não exatamente um disco solo. Talvez participações, outros tipos de composição. Fiz uma parada com um cara que acho que está rolando um diálogo legal que é o Jorge Ceruto [trompetista], e a gente tá conversando sobre fazer algumas faixas. Ele toca muito. E pensei em chamar algum beatmaker, alguém não tão músico, pra juntar com ele. E algumas participações vocais, seja de MC, cantor ou cantora. Eu já tava ouvindo muito mais e pensando em fazer um rap mais latino-americano. Não é reggaeton, nem cumbia, mas afro-latinoamericano por assim dizer. Do Caribe pra baixo, e pegar esse tipo de influência. E aí foi natural esse encontro.

Tipo Ana Tijoux.

Por aí. Ela é bem rap mesmo, é como um rap americano, só que em vez de usar sample de soul ou de funk ela usa de músicas latinas, várias vezes. É muito bom, o show dela ao vivo é muito bom.

Você já teve problemas por ser branca, no rap?

Sim, e acho que sempre vai ter um problema. Acho que muita gente hoje em dia acaba não levando em consideração a história das coisas e não entende de onde o negócio vem e acaba se posicionando de uma forma errada ou desrespeitosa. Ou essa coisa de não entender as diferenças e se apropriar de uma coisa que não é sua, em vez de buscar a sua forma de fazer a coisa. Se você não foi criada nos bailes black, se você não tem a menor ideia na pele do que é racismo, porque você vai fazer isso? No começo eu tinha uma coisa quase de pedir desculpa. Mas eu não conseguia fazer outra coisa, era a forma de me expressar. Hoje em dia eu já acho que a música da diáspora africana é muito maior — ela chega em todo mundo que tá aberto pra isso e que tem uma identificação, algo que toca o coração. Você não pode virar as costas pro que sua alma te pede. Acho que sempre quem vai ditar as cartas do rap é a juventude negra: os rumos, as diretrizes disso. Todo mundo tem a contribuir, tem sua forma de fazer. Mas é como Bob Marley falou uma vez pra um cara que perguntou como fazia para fazer reggae como ele: só nascendo de novo. O The Police sabia que não estava fazendo reggae, o The Clash também. Mas eles gostavam muito e faziam de um jeito legal a versão deles. É uma outra proposta em cima daquilo. Dá impressão de que a molecada branca hoje não tem essa noção. De que eles não sabem que não estão fazendo black music de fato, mas a sua versão da história. Às vezes me dá a impressão de que eles estão copiando uma coisa norte-americana de um gueto negro, e que eles não têm a menor noção do que é aquilo.

E os grupos meio conservadores, meio reacionários.

Eu não me identifico com essa cena. Me dá a impressão de que eles dizem que estão falando da realidade, mas não é a realidade deles. Me parece uma realidade forjada, me parece uma coisa que falta certa verdade e conhecimento histórico. Mas eu não acredito que isso se perpetue. Acho que existe a peneira do tempo. Então eu acredito que o rap é negro e sempre será, como é nos EUA, que tem pouquíssimos brancos com destaque. Lógico que sempre tem brancos ganhando muito dinheiro em cima. Mas quem realmente comanda a história é o povo negro. Por isso que eu acho que o Rincon é realmente a última bolacha do pacote. Porque ele trouxe o que é necessário pro negócio evoluir. Não tinha como ser outra pessoa. Tipo a Karol Conka: não podia ser uma menina branca a primeira a estourar. Não faria sentido. Tem que ter várias negras pra poder ter uma branca. A gente não pode cometer esse erro novamente na história. Isso aconteceu muito no samba. E me dá a impressão de ser a ponto de quem rouba até esquecer que roubou. Não dar crédito, e isso perpetua a pobreza desses artistas. São a fonte criativa, mas o dinheiro não chega lá. Como que pode? Eu não sei se fica óbvio isso no meu trabalho, mas espero que fique. Eu nunca vou falar que sou uma artista de black music. Mas eu sempre penso nessa coisa do hip hop brasileiro, que abre espaço pra outras influências. Cada vez me sinto mais como uma artista de música brasileira, independente de qual. E também não gosto dessa ideia de que só porque você pôs uma palavra um pouco diferente você tá sendo elitista, sabe?

E o que você tá ouvindo que curte mais?

Eu escuto muita coisa velha sempre. Mas atualmente: o rap daqui, Rincon, Don L, Rimas e Melodias eu acho bom, Tássia Reis, e Boogie Naipe [de Mano Brown], acho esse trabalho foda. Mundialmente tô meio parada nessas pesquisas. Mas dos caras mais novos não tem como não gostar do Kendrick Lamar, da Nadia Rose, faz tempo que ela não lança nada novo, mas acho foda, das britânicas, da mistura que sempre tem com a cena eletrônica. Dei uma pesquisada na cena de afro-house. Gosto de algumas cantoras daqui, como Luisa Maita. Agora eu tô procurando mais o rap latino, tipo Miss Colômbia, mina que eu acho foda. Gosto de funk, atualmente acho que a produção deu uma caída em termos de criatividade, mas teve um tempo que eu tava escutando muito os lançamentos de funk, tinha muita coisa legal. Kevinho acho muito bom, Pedrinho, Livinho. Gosto muito do Neguinho da Kaxeta. Acho que cada vez é mais legal quando ele solta algo. A propria Anitta, todas as músicas mais do funk, são boas. Acho mais legal do que as que são super cantadas.

Falando em funk, outra coisa que comentavam no WME é que essa lógica do funk, de soltar single e clipes toda hora, vídeos com mega produção, está chegando pra todo mundo, especialmente pro rap.

Mas me dá a impressão, no rap, de que pra ter uma megaprodução mas é para parecer que é real. Essa ideia de lifestyle no rap parece que é: a nossa vida é uma festa, fumar maconha o dia inteiro, e as meninas andam de biquini. Agora é assim. Todo mundo pegou essa ideia de que tem que ter uma agenda de lançamento e audiovisual, nada mais vale a pena lançar só single. E eu pensei exatamente o contrário nessa ideia do Acrux que foi de ouvir a música. Eu não preciso de um clipe. Não que eu não goste, muito pelo contrário, mas eu não preciso ter que ter um produto. É tipo: ouçam o som. Não vou fazer clipe de uma música ao vivo, sabe?

É uma discussão arte versus mercado né. Como balancear essas duas coisas.

Então, acho que a demanda do mercado tá sendo um pouco chata, principalmente pra quem tá querendo se manter nessa linha do pop. É muito lançamento, e não precisa. Ninguém dá conta disso. E aí entra nessa ideia do capitalismo, dessa produção desenfreada, sem necessidade. E acaba ficando muito plástico. Daqui a um mês ninguém mais lembra. Ao mesmo tempo tem vários hits legais, como o da JoJo Todynho. Ou o Xenhenhém. Passa a moda, e num baile de carnaval daqui a três anos, se tocar vai ser legal. Agora tem muita musica ruim. O problema é esse, cara. Nossa. No rap, o que está bombando é esse negócio das cyphers. É muito legal porque dá uma impressão de união. Mas tem uns que eu vejo uns que tem 4 ou 5 milhões de views e eu não conheço nenhum MC. Tem umas crianças… Só que tem umas coisas que são legais, alguns meninos melhores. Essa é a cena que eu desconheço como funciona, como se chegou ate aí. É pós Costa Gold, Haikass, que é até onde eu ainda entendo como o processo se deu. Agora já não to entendendo mais. Acho que é investidor. Você vê que aluga chácara, tem uma infraestrutura.

Parecido com a cena sertaneja.

Sim, tem empresa, agências. Isso tá rolando sim pro rap. Nesse pensamento de público juvenil. O Pedrinho mesmo tá fazendo um som que não é mais funk, tem uns meninos migrando pra essa produção mais a ver com o trap, rimando, no rap.

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Paula Carvalho
Revista Bravo!

jornalista, doutoranda em sociologia na usp. quase tudo em torno de som 🎛 pra mandar mensagem: paula.cncarvalho@gmail.com