“Se existe um mal, ele está em nós mesmos”

Alexandre Cumino, autor de “Exu Não É Diabo” fala à Bravo! sobre umbanda, o bem, o mal e os muitos “diabos”

Joao Luiz Vieira
Revista Bravo!
14 min readAug 28, 2018

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João Luiz Vieira*

Criada, desenvolvida e consolidada no Brasil a partir de signos do Candomblé, do Catolicismo e do Espiritismo, a Umbanda completará no dia 15 de novembro seus 110 anos. O fluminense Zélio Fernandino de Morais (1891–1975) é considerado o responsável por anunciar (é o verbo que se usa) a fundação de uma nova religião no Brasil através de uma entidade que se apresentou como Caboclo das Sete Encruzilhadas. No dia seguinte, em virtude dessa manifestação inusitada e inédita (para a família e também para aquele adolescente de 17 anos), o então aspirante a marinheiro abriu a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, em sua casa, no município de São Gonçalo (RJ).

O resto é (uma longa) história.

Pelos números do Censo de 2010, há 432 mil brasileiros que se declaram umbandistas, a maior parte no Rio Grande do Sul (34,4%), São Paulo (25,4%) e Rio de Janeiro (22%). Sabe-se, porém, que há quem frequente templos de Umbanda e em pesquisas de opinião se diga católico, espírita ou mesmo ateu por motivos que, supostamente, vão de inibição a medo de sofrer represálias por sujeição permanente à intolerância religiosa. Mesmo assim é o dado quantitativo, absolutamente impreciso, que costuma ser usado.

Há uma vasta literatura a respeito da centenária religião que abriga, provavelmente, 380 terreiros espalhados pelo Brasil e no exterior, mas dois autores são considerados faróis para os umbandistas deste século por entregar fatos a questões de fé: os paulistas Rubens Saraceni (1951–2015) e Alexandre Cumino, 45, sendo 23 de Umbanda. O primeiro estabeleceu as bases da chamada Umbanda Sagrada, desenvolveu milhares de médiuns, dentre eles o próprio Cumino, e lançou 50 obras, com um milhão de exemplares vendidos.

Cumino, seu aluno e discípulo, reverberou, ampliou e segue prolífico no fortalecimento da religião em todas as mídias disponíveis na atualidade, sem contar os numerosos cursos que ministra, anualmente, no Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca, no Alto do Ipiranga, em São Paulo, e na plataforma de internet Umbanda EAD. Nascido em berço espírita, graduado em Ciências das Religiões, o sacerdote e escritor conquistou neste mês duas inflexões com seu 12º livro, “Exu Não É Diabo” (Editora Madras).

O primeiro dado relevante foi que ele vendeu 1,2 mil exemplares no lançamento da obra na recém-encerrada Bienal do Livro, autografando por seis horas em um ambiente extremamente disputado. Foi o mais vendido da editora, responsável por toda sua obra literária, e um dos mais comercializados do evento no Anhembi. O segundo ponto de inflexão acontece nesta terça-feira, 28 de agosto. Cumino estará na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, explicando para leitores, iniciados ou não na religião, o que afinal é Exu, e se ele é ou não o Coisa Ruim, o Lazarento ou simplesmente Satanás. Bravo! conversou com ele:

Se Deus, como está em escritos sagrados, é “criador de tudo e de todos”, “onisciente”, “onipresente” e “onipotente”, como se explica existir, ao mesmo tempo, um diabo?

O diabo é uma criação humana.

Por que o criaram?

Ele foi criado, dentre outras coisas, para explicar o porquê do mal, como resultado do livre arbítrio, para se ter um bode expiatório para nossa sombra e, também, como elemento de conversão e de poder. Nesse caso, para manter as pessoas sob uma certa rédea. Porque se não houver o pecado, o diabo e o inferno as pessoas não precisarão obedecer nada e nem ninguém.

Quando foi criado o diabo que a gente conhece?

O diabo, tal qual conhecemos, é uma criação católica. Mas na origem judaico-cristã vem do Velho Testamento, do judaísmo, em que temos a figura de um acusador, que é Satã. Não é a mesma coisa (que o diabo) porque no “Livro de Jó” ele se senta ao lado de Deus, troca umas ideias com Ele. Satã é um “funcionário público” que tem a função de apontar os erros da humanidade. Ele, portanto, não é inimigo de Deus, nem da humanidade. Ele está exercendo uma função. Tanto que pode ser chamado de Satanael, que quer dizer “Satã, o filho de El, que é Deus”.

Imagem ilustrativa de Jó

O deus do outro é o meu diabo?

Isso é a questão da demonização dos deuses estrangeiros, de considerar o deus do outro um diabo. Baal quer dizer “O Senhor”, em aramaico, na cultura babilônica. Em hebraico, “O Senhor” é Adonai. Baal, então, deus dos babilônicos (e nem é um só, é uma pluralidade de deuses), é considerado um demônio. Moisés (líder religioso, legislador e profeta, a quem a autoria da Torá é tradicionalmente atribuída), quando desce do Monte Sinai com os Dez Mandamentos e vê as pessoas adorando um bezerro de ouro, ele tem um piti e quebra a pedra da Lei.

Para um leigo em assuntos bíblicos, quem eram essas pessoas?

Eram seguidores de Moisés que estavam ali, saídos do Egito, esperavam por ele desde que ele subiu à montanha para falar com Deus. Como ele demorou muito lá em cima, o povo, impaciente, se questionou se ele iria ou não descer, e decidiram cultuar o bezerro, mas, assim, era culto a outro deus. No dia seguinte, está escrito na Bíblia, Ele mandou matar todo mundo.

Mas eram todos filhos Dele?

Só os que o cultuavam. Os que não deveriam ser passados ao fio da navalha. Em diversas passagens na Bíblia, lê-se que a ordem é matar todos que são seguidores de Baal, Moloch (Moloc ou Moloque), Azazel. Nada disso é demônio, mas é a origem de uma construção de um demônio forte que surgirá na cultura católica.

Lúcifer?

Lúcifer é uma construção tardia e é inspirado no encontro das culturas semita, judaica, persa e greco-romana. Na cultura persa, a gente tem o zoroastrismo (antiga religião persa que pregava o dualismo constante entre duas forças, representando a luta entre o bem e o mal), que inspirou o maniqueísmo, onde tudo ou é bom ou é ruim. Havia sempre um deus bom e um deus mau. Esse deus ruim é igual ao deus bom em poder, e isso inspira a construção de um diabo junto com a lenda de um anjo caído. Essa lenda tem origem em textos intertestamentários, ou seja, escritos entre o Antigo e o Novo Testamento, e outros do judaísmo, como se fossem apócrifos: o Livro dos Jubileus e o de Enoc. Neles, diz-se que houve uma queda de anjos e, nessa, um deles virou um grande demônio. Que anjo é esse? O mais iluminado. Por isso o nome dele é Lúcifer, “portador da luz” ou “brilhante”. Tudo, tudo, tudo construção. Porque se existe um mal ele está em nós mesmos. No imaginário popular você cria um demônio. A partir do momento que está criado, ele passa a existir. A gente vê o demônio onde quiser ver.

Imagem ilustrativa de Moloque

Há muito de recusa em olhar as próprias sombras, ou não?

Também. Não apenas.

(Carl Gustav) Jung (psicanalista suíço, 1875–1961) dizia que “quem, por conseguinte, desejar encontrar uma resposta ao problema do mal, tal como ele é colocado hoje em dia”, portanto Século XX, “necessita, em primeiro lugar de um conhecimento de si mesmo, isto é, de um conhecimento tão quanto possível de sua totalidade”. O que acha desse raciocínio a propósito de luzes e sombras individuais?

O conceito de bem e do mal é humano. Eu sou o bem e o mal. Se eu achar que o bem é Deus e o mal é o diabo, então, quero mandar esse diabo embora de mim. Só que esse mal faz parte de mim. Daí entra a totalidade do humano que Jung está dizendo aí. Que o ser humano em sua totalidade não é só bom, nem é só ruim, mas o que há de bom e ruim é humano.

Ao mesmo tempo, eu posso estar inteiro ou lidando bem com minha sombra, isso pode ser um bem para mim, mas, por outro lado, pode representar um mal para o outro?

Porque o que é bom para um pode não ser bom para o outro.

A “cor” do diabo é vermelho. Ele tem chifre e rabo, é irreverente e libertário. É possível interpretar alguns elementos ligados a essa construção que se referem, também, à sexualidade humana?

Vermelho é a cor da carne, do sangue e do chacra básico, onde está o sexo, e, também, a cor da guerra. Por isso, está profundamente associado. O vermelho, relacionado ao sexo, é o da paixão. E guerra é paixão. Amor e ódio caminham muito juntos. O sexo não é só paixão, pode ser amor também. Daí não será vermelho, será cor de rosa. Há sexo vermelho, cor de rosa, colorido, os 50 tons de cinza… O sexo transcende a cor. A grande questão é o quanto a gente está mal resolvido com sexo, o quanto ele foi reprimido, especialmente nessa cultura judaico-cristã, onde Adão e Eva comem a maçã e descobrem que estão nus e isso se tornou uma vergonha. Estar nu é uma vergonha, fazer sexo é uma vergonha, isso é considerado um pecado. Daí entra Santo Agostinho (teólogo e filósofo argelino, 354 d.C- 430 d.C.), que criou a ideia do “pecado original”, que só pode ter sido inspirado pelo demônio. A serpente, que representava a sabedoria, passa a ser considerada um capeta, inclusive, nessa tradição cristã, é dito que a serpente já é o demônio no paraíso.

Imagem ilustrativa de Santo Agostinho

Mas Adão e Eva têm problemas em ficar nus diante de Deus, que os criou?

Não é isso. É que eles estão nus diante deles mesmos. Não há problema da nudez com relação a Deus. A nudez é apenas uma metáfora de que agora eu me enxergo. A partir do momento que me enxergo, e enxergo o outro, tenho livre arbítrio, ou seja, tenho conhecimento ou sabedoria, o que é dito ruim, mas torna humano esse ser que não está mais no paraíso. Porque o paraíso pode ser muito bonito do ponto de vista de pureza, mas não é esse paraíso todo do ponto de vista da ignorância. De que adianta ser puro e, ao mesmo tempo, ignorante? Perde-se a pureza, mas se ganha livre arbítrio em busca da sabedoria. Quando se transcende o conhecimento e se chega à sabedoria retorna-se a Deus. Esse é o ponto.

Livre arbítrio exige responsabilidade e disciplina?

Livre arbítrio não exige nada. É um fato, todo mundo tem. Saber usá-lo é que é o ponto. O que é essa tal responsabilidade? É um peso? Não pecar? Não sabemos bem. É não fazer para o outro o que não quero para mim? Mas pode ser que o que o outro não quer pra ele é o que eu quero pra mim, e, assim, eu tô fazendo pro outro o que quero pra mim, mas não é o que ele quer? Existe uma questão de alteridade. Mais do que responsabilidade, é necessário aprender a amar, a não julgar, a se libertar, a vencer suas dores e dificuldades.

Por que inventaram o pecado?

A origem da palavra significa “errar”. Pecar é errar. Só que ele ganha uma construção teológica que é contra Deus, as leis, regras e vontade Dele. O pecado original é construído para que todos sejam obrigados a se batizar porque, nesse caso, você já nasce em pecado. É graças a ideia do batismo associado a esse pecado que o Brasil é, por exemplo, o país mais católico do mundo. Todos esses se consideram católicos “só” porque foram batizados e “só” serão batizados porque alguém acredita no pecado original. Caso contrário não se precisaria batizar. O pecado não é porque as crianças nasceram de uma relação sexual. Se foi para procriar tá tudo certo. O problema é que somos descendentes de Adão e Eva.

Filósofos como (Friedrich Wilhelm)Nietzsche (filósofo alemão, 1844–1900) nos ajudaram a entender Deus?

Adoro Nietzsche. Foi um incompreendido, estava à frente do seu tempo. Ele disse que Deus estava morto, mas era aquele modelo de Deus que não vive, não respira. (Sigmund) Freud (médico neurologista tcheco, 1856–1939), o pai da psicanálise, também é um filósofo e diz que a religião é infantil. Jung vai salvar a religião ao dizer que não importa o que é, mas faz parte da vida da pessoa e deve ser levada em consideração.

Estamos falando muito do Ocidente. Nesse passado remoto, o diabo também existiu para os orientais?

Não com essa conotação. Você tem um diabo japonês, Oni, que tem a cara vermelha com dois chifres. Chamam ele de diabo, mas ele não é. É um guardião que protege as pessoas dos maus espíritos. Fizeram com ele a mesma coisa que fizeram com Exu. Na Índia tem Shiva, o senhor dos Exércitos que desce aos infernos. Ele é um deus, não é um diabo. Tudo tem sua função na criação.

Imagem ilustrativa de Oni

E por que Exu virou diabo para o inconsciente coletivo?

Porque ele foi demonizado. Ele representa tudo o que é reprimido nessa Igreja. Exu representa o poder fálico, masculino, sexual. Ele é irreverente, anda nu, de falo ereto, rindo, gargalhando, alegre, feliz. Tão alegre, feliz e ereto só pode ser o diabo, não é? Ele tá no mesmo campo de Dionísio, de Baco, de Hermes, de Pã, de Príapo. Exu, como diria o Nietzsche, é dionisíaco. Daí você tem uma casta de sacerdotes totalmente reprimida e repressora com relação à alegria, ao sexo e à vida que olha Exu e diz: “Esse é o diabo”. Foi demonizado de fora para dentro, e dentro pra dentro.

Mesmo nas religiões de matriz afro-brasileiras ele foi incompreendido?

Na própria Umbanda e no Candomblé. Muitos consideravam e ainda o consideram o diabo.

Ainda hoje?

Ainda hoje. Porque a ignorância prevalece. A gente leva um pouquinho de conhecimento e de saber, mas não alcançamos o todo. Há aqueles que não querem ser alcançados.

Há um trecho em seu livro, Exu Não é Diabo, que fala de uma Bíblia em iorubá que associa Exu ao diabo. Daí começou o problema nas religiões africanas?

Exu quer dizer esfera, mas nessa Bíblia onde deveria estar a palavra diabo colocaram Exu. No translator do Google se você colocar diabo em iorubá vai aparecer Exu, então, mesmo lá na Nigéria, de onde veio o orixá, na língua iorubá, as coisas são complicadas para ele.

As igrejas neopentecostais também ajudam a disseminar essa ideia?

Elas seguem a regra antiga, onde o deus do outro é o diabo. No caso da Umbanda, os orixás. Quem é mais facilmente demonizado entre os orixás? Exu. É isso que elas fazem.

Pombagira está alheia a isso?

Ela não está alheia. Pombagira tem lugar de super destaque. Mal falei dela no livro porque não posso aceitar que ela seja uma “costela de Adão” nesta obra. Pombagira merece um livro só pra ela. Ela representa o empoderamento da mulher. A mulher que é dona de sua própria sexualidade, da sua corporeidade. É o poder dessa mulher que faz o homem tremer. Ele treme diante de uma mulher dona de si. E foi isso que fez Adão, segundo o Talmud, diante de uma mulher, Lilith, extremamente poderosa. Ele tremeu, ele se borrou. Daí ele disse: “Deus, essa não! Dá pra mandar uma que seja só uma costela?”. Deus, então, “arrancou” uma costela e faz uma Eva, doce, recatada e do lar. (risos) Se alguém representa Pombagira é Lilith, mas entendendo que ela não é uma demônia. É uma deusa. Lilith e Pombagira são deusas da sexualidade e da alegria femininas, mas também da irreverência. Como diz Nilton Bonder, a alma é transgressora, quer ser livre,respirar, consumar desejo, mas a tradição e o corpo brecam isso. A Pombagira promove o encontro de você com sua alma.

Imagem ilustrativa de Exu e Pombagira

Aliás, se Adão devolveu Lilith, fez recall de mulher nas priscas eras, aonde ela foi parar?

Dizem que reina no inferno. (risos)

O medo do erro é motor de muitas angústias. Novamente Jung: “A verdade sai do erro. Por isso nunca tive medo de errar, nem dele me arrependi seriamente”. A sociedade pune o erro, incluindo, claro, muitas igrejas. Tem de ser perfeito, não pode desviar, não pode exagerar, não pode, não pode, não pode. Isso é viável?

Não errar não é humano. Você é? Então cedo ou tarde você vai fazer merda, vai errar, vai chutar o pau da barraca, vai ser enganado, vai enganar, vai ser traído, vai trair, e quando não trair o outro estará traindo a si mesmo. Ó!

Você cita “Fausto” (poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, 1749–1832), em que há um aposta entre Deus e Mefistóteles sobre o tamanho da fé do protagonista, e “Grande Sertão: Veredas” (obra seminal de Guimarães Rosa, 1908–67), referindo-se a Riobaldo. Acordar com o diabo é entrar em sintonia consigo?

Pacto é coisa de cristão. Incrível mesmo é a história de Riobaldo, que quer fazer um acordo com o demo para vencer um inimigo (Hermógenes). Só que o diabo não aparece no dia do pacto (ou ele não o vê). Quando sai do local do encontro sai forte e violento. Mas se o diabo não apareceu será que o pacto funcionou ou não? Riobaldo vira chefe de todos os demais. Será que se fortaleceu porque o pacto aconteceu ou porque dali em diante ele não tinha mais medo do inferno, de pecar, de errar. Será que o super-homem do qual falava Nietzsche, o homem (ou mulher) que não tem medo de sua sombra e nem está à sombra de pecado, diabo ou inferno.

Esse é o caminho da inteireza: descobrir e lidar com a própria sombra?

É um deles. A gente não tem só a sombra. Há a questão da alma. Há quem não entenda a sombra, mas existe quem não entenda a própria alma. Há, ainda, os que não entendem a mente, a origem divina. Exu tá aí para nos ajudar. Existe um Exu em cada um de nós, e que ele nos abençoe.

“O inferno são os outros”, como disse (Jean-Paul) Sartre (filósofo, escritor e crítico francês, 1905–1980)?

O inferno somos nós mesmos.

Algumas das obras do escritor, todas publicadas pela Editora Madras:

*João Luiz Vieira tem 33 anos de carreira na área de comunicação, sendo 28 deles como jornalista. Trabalhou em quatro jornais diários (Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Jornal do Commercio e Correio de Jaboatão), quatro revistas (Época, Marie Claire, Quem Acontece e Top Magazine) e dois portais de internet (Terra e IG). Pós-graduado em Projetos Culturais e Educação Sexual, assina como autor/coordenador os livros “Construindo Daniel” (Harper Collins/2017), “Sexo Sem Tabu” (Planeta/2017), “Kama Sutra Brasileiro” (Planeta/2016) e “Sexo com Todas as Letras” (E-Galaxia/2013). Desde 2017 atua em sociedade com Kahuê Rozzi no projeto Sexo Sem Medo, do YouTube, onde responde por roteiro e apresentação.

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