editorial
Capitu — agosto-outubro/2017 [final]
Última edição da revista feita especialmente para o Medium
Capitu chega ao fim de um percurso. A partir do dia 1º de novembro, ela será integrada à novíssima revista Úrsula, que vai prosseguir e expandir o trabalho realizado desde outro 1º de novembro nove anos atrás, quando lançamos o primeiro site desta publicação, quando Capitu era um trabalho de conclusão de curso. Em Úrsula, o jornalismo cultural pelo qual nos esforçamos estará incluído em um espaço de debate e reportagem de maior escopo.
Continuaremos com este posto avançado no Medium, porém, respeitando os leitores que nos seguem por aqui e mantendo um outro meio de comunicação. A relação de republicação entre os dois sites ainda está sendo decidida.
Estivemos de 2008 a 2014 com um site em servidor próprio, nos mudamos em novembro (!) de 2014 para o Medium e ficamos aqui até agora. O material do primeiro período esteve fora de acesso durante esse tempo — em Úrsula, ele será colocado novamente ao alcance do público. O conteúdo da segunda fase será migrado também. Além disso, até o fim de 2018, pretendemos produzir uma edição impressa com o melhor de Capitu ao longo da sua história.
Espero que vocês tenham gostado do passeio até aqui e que nos acompanhem adiante. E vamos aos textos que fecham nosso caminho capitulino.
Três textos dessa edição abordam devires minoritários, para usar o termo do filósofo francês Gilles Deleuze. O historiador Icaro Santos Mello entrevista o professor Renato Noguera sobre filosofia africana, desde a sua invisibilização, causada pelo racismo, até a situação atual dos estudos da área, trazendo uma lista de referências para quem queira se aprofundar nessa seara. Em paralelo à matéria do Ícaro pode ser lida a entrevista de Maria Mazzarello Rodrigues, diretora da Mazza Edições, editora dedicada às questões étnico-raciais.
Já Monica Marques resenha Antologia Trans, livro que reúne a produção de 30 poetas trans, travestis e não-binários. A obra esgotou após o lançamento, mas deve ganhar uma nova tiragem até o fim deste ano.
Também com trabalho da Monica, agora como tradutora, em parceria com Adriana Silva, trazemos poemas do escritor guatemalteco Wingston González vertidos ao português. Esta é a quarta publicação do projeto internacional Clínamen na Capitu, um diálogo que continuará em Úrsula.
Além de poesia, contamos com música e dança. O jornalista Eugênio Martins Junior, autor da coletânea de entrevistas Blues — The Backseat Music, descreve como foi produzir o livro e conhecer lendas do blues. E a coreógrafa Juliana Moraes, na segunda edição da série Como Começar, comenta quais possam ser os primeiros passos em dança. São seis dicas.
Por fim, dois depoimentos: Carlos Willian Leite, da Bula, fala sobre o modus operandi da revista; e traduzimos um texto publicado pelo Guardian sobre a necessidade de formação para orientadores no ensino superior. É isso. Vemos vocês na casa nova a partir de 1º de novembro.
Longa vida à Úrsula!
Duanne Ribeiro é editor da Capitu. Jornalista formado pela Universidade Santa Cecília, mestre em ciência da informação, pós-graduado em gestão cultural pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação (Celacc) e graduado em filosofia, todos pela USP. É analista de comunicação para o Itaú Cultural, membro do conselho editorial da revista de política e ideias Maquiavel e colunista do Digestivo Cultural.