Imagem: Patativa do Assaré (Flickr)

A súplica de um poeta

Marcio Tadeu
Revista in-Cômoda
Published in
2 min readAug 8, 2020

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Porque não tentar tocar um sentimento
Rabiscar emoções, desfilar entre artigos
Porque não tentar conectar o desconectado
E de repente ser responsabilizado por criar

Porque não fazer sorrisos, inventar risadas, provocar comichões
Porque não fazer fogueiras pra em volta delas recitar, cantar, falar
Porque não fazer errado? E depois apagar, rabiscar, engavetar
E um dia ser surpreendido pela beleza outrora oculta

Porque não revolucionar as mentes neófitas para juntar-se a nossa num coro do bem
Porque não correr o risco de chocar as arcaicas, talvez por parábolas
Confundir ditaduras com versos consoantes em dissonâncias sustenidas, e sustentadas pela busca de um hiato pra esconder em qualquer tablatura

Há lugares sedentos por gritos de liberdade
Estopins com urgência de chamas
Da pra ser o que grita ou o que cala
O que acende ou o que apaga
Só não dá pra não ser

Porque não abençoar com o consolo Daquele que vive fora do tempo
Salmodiar o Divino, apresentar belos hinos e sair do secreto sorrindo e derramando alforria, euforia, aforismos

Porque não tentar?
Já fizeram tanto por nós, revolucionaram por nós.

Muitos gritaram!
Incendiaram tantos corações e nos abençoaram tanto
Posso ouvir o silêncio dos que pararam suplicar:
- Por favor, continua!

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Marcio Tadeu
Revista in-Cômoda

Eu gosto de escrever, só não sei. Só não sei quando devo, quanto devo, para quem e se é que. Delete. Eu amo escrever me apraz deletar. [destruirparaconstruir]