Afeto
Esperando uma estrela cadente
Um gênio da lampada
Um Saci Pererê
Para levantar do fundo
Aquela poeira encrustada
Volver aquela água parada
Dissolver a lama que paira
Na mente
Na vida
No caminhar
Me explica direito
O que aconteceu
Quando foi
Que tudo desapareceu
Os dias passam
Devagar
Queria entender
Parar de imaginar
Onde errei
Onde errou
Onde enterrou
Aquele amor
Mas dizem
Que o tempo
É amigo
É camarada
Cura
Desentala
É, amigo tempo,
Conto contigo
Desfaz esse avesso
Me alenta
Que estou sofrendo
Sara esse mal
Cicatriza
Minha ferida
Me ajuda
Por favor
A voltar
A ser rei da minha vida
Seguir minha estrada
De cabeça erguida
Arrumar a casa
Colocar no lugar
Me salva desse marasmo
Esquenta o meu momarço
Me livra dessa sina
Esquece o normal
Faz tudo diferente
Acaba com o clichê
Que tudo tem um fim
Ainda tem jeito
Renasce das cinzas
Transforma o pó
Junta os pedaços
Desata os nós
Ainda tem muito
Ainda dá tempo
Mesmo que estranho
Faremos um circulo
Meio quadrado
Sem muitos lados
Assim ficamos no centro
Um do outro
Dentro do peito
Abriremos a janela
Deixaremos o Sol entrar
Faremos um pedido
Para Iemanjá
Esquece o que passou
O tempo já mudou
Começa da estaca zero
Cria algo novo
Ressuscita
Todo aquele afeto