Algum lugar do mundo

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Revista in-Cômoda
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4 min readFeb 11, 2018

Escrever sobre o que amamos é estar em constante ligação com nossa morada.

“Qualquer coisa é morada da poesia”, frase de algum livro do qual não me recordo nome e autor.

Dicas de músicas para acompanhar a leitura: Your Ghost — Axel Flovent//Lighthouse — Axel Flovent

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ÍNDIA: posso listar algumas coisas que subitamente penso quando escuto falar nesse país com uma cultura maldita de linda, seja lá o Taj Mahal ou seu inchaço urbano com bilhões de pessoas e seus animais sagrados, a poluição ou seus rios sagrados, mulheres carregadas de acessórios e pinturas pelo corpo, os panos coloridos e suas especiarias… A Índia vai muito além do que os filmes, TV, ou seja lá qual foi o seu meio de guardar esses breves flashes da tão imensa Índia.

Não posso esquecer de avisar que é meu primeiro escrito sobre algo do tipo, e POR QUE A ÍNDIA? Ah, essa é fácil, algumas pessoas dizem que tenho traços indianos e eu até curto essas observações, além do mais volto a dizer UMA CULTURA DESGRAÇADA DE LINDA, vai me dizer que você nunca tentou imitar uma indiana usando o lençol da sua cama ou qualquer tipo de pano colorido, vale mencionar também o olhar penetrante e marcante das mulheres indianas e, acima de tudo, o poder que os mais sábios exercem em tal cultura.

De toda a Índia, o que mais me encanta é sua religião, os indianos têm inúmeras crendices e tradições, em sua maioria, seguem os princípios do Hinduísmo. “Para o Hinduísmo, as pessoas possuem um espírito (atman) que é uma força indestrutível. A trajetória desse espírito depende do que praticamos, pois toda ação corresponde a uma reação — quando você acha que vai se libertar da Física, ela te aparece na cultura alheia. Enquanto não atingimos a libertação final, chamada de “moksha”, iremos morrer e ressuscitar diversas vezes. Este ciclo é chamado Roda de Samsara, da qual só saímos após atingirmos a Iluminação. Os rituais se compõem de dois elementos principais: Darshan, que é a meditação e contemplação da divindade, e o Puja. A alimentação vegetariana é extremamente importante na filosofia hindu. Isso porque livra seus seguidores das impurezas, impedindo-os de receber o sangue “sujo” de outro animal. De longe essa é a única crença do povo indiano, essa é só uma das várias maneiras de exercitar sua fé ou seja lá como a chama. Uma das várias formas de ser o que te define, de ser o que te marca, um de nós todos.

Shiva é um dos deuses supremos do hinduísmo, conhecido também como “o destruidor e regenerador” da energia vital; significa o “benéfico”, aquele que faz o bem.

Importante discorrer sobre o favoritismo masculino e o machismo enraizado na sociedade indiana, infelizmente, as mulheres são vistas como um fardo desde o momento que nascem.

“Garotas. Elas são uma dependência econômica para os pais indianos. A criação delas é cara. Elas podem arruinar a reputação da família com o poder da indiscrição. Elas precisam de um dote quando você as casa, e o que você recebe de volta? Nada além de preocupação e miséria.

Garotos, por outro lado, são produtivos economicamente. Quando crescerem, ganharão salários, trarão uma esposa para casa, recebendo o dote desta, e agirão de modo a preservar e trazer prosperidade à situação dos pais, quando estes envelhecem. Quem não desejaria filhos?”

Trechos do livro “Casamento Arranjado” da autora Sushi Das uma jornalista que nasceu na Índia.

Ainda que repugnante para alguns e sagrado para outros, um relato sobre a Índia não seria o mesmo se não fosse pelo Ganges, desde água para abastecimento até um lugar sagrado de oferenda com imagens de deuses. Essa imensidão de água, cor, fé, instantes, reunidos sob o mesmo céu, reunião de nações e crenças antigas, enraizadas numa cultura milenar.

Se leu até aqui, sou grata pela paciência e por tirar um pouco do seu tempo para ler uma breve jornada sobre algo tão imenso. Até a próxima nação.

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