Amor que se merece 💓

Kelly Sikkema, Unplash.

Para alguns de nós pode ser uma única vez; para outros, diversas vezes, que se tem a sensação de abafar ou reprimir emoções um tanto desconfortantes e dolorosas, como dizem “afogar as mágoas”, para poder, então, seguir em frente, sem parar por um momento e pensar naquilo que a gente realmente acredita que merece.

Qual história você conta a si mesmo(a)?

A gente precisa responder a isso, porque é o que molda as nossas vidas.

No que você acredita? Quais valores você persegue? Em qual aspecto de sua vida você põe mais força e dedicação? Você já sentiu que lhe amaram? Você já amou alguém sem nenhum outro interesse senão estar ali, presente, por inteiro?

Já sabendo essas coisas, é meio caminho percorrido para chegar à excelência de ser quem você é.

Só busque ir mais além do que você teve que superar quando contar a sua história, pois, lembre-se de que quanto mais essa tarefa destacar fragilidades que você teve que vencer, mais capaz de refletir a respeito de si você terá de ser. Tem feito isso? Caso sim, maior liberdade você terá para identificar onde está a sua felicidade, e o contrário disso também.

Esse tipo de coragem é tão contagioso quanto o medo. Mas a coragem de uma vez ou diversas vezes ter sido vulnerável é a maneira mais segura, porém, difícil, de autotranscedência, ou seja, de transpor os próprios limites para viver plenamente.

Além de outros tipos de coragem necessários para habitar no espaço-tempo em que se merece, como a coragem de revelar a própria humanidade, de se desesperar, de resistir ao cinismo…

A coragem é a medida da nossa participação sincera com a vida, com o outro, com uma comunidade, com um trabalho; um futuro. Ser corajoso não é necessariamente ir a qualquer lugar ou fazer qualquer coisa a não ser tornar conscientes as coisas que já sentimos profundamente e, em seguida, viver as vulnerabilidades intermináveis dessas consequências. Ser corajoso é assentar nossos sentimentos profundamente no corpo e no mundo: viver de acordo com as necessidades de relacionamentos que muitas vezes já existem, com coisas que achamos que já nos importamos profundamente: com uma pessoa, um futuro, uma possibilidade na sociedade, ou com um desconhecido que nos implora e sempre nos implorou. David Whyte.

O que tudo isso quer dizer? Significa que a gente precisa viver com sinceridade na vida, sendo quem somos, não quem gostaríamos de ser ou achamos ser mais vantajoso. Ter a coragem de viver conforme o que sentimos profundamente, aceitando as consequências disso, mesmo as não tão boas.

Pra que isso aconteça, é necessário conexão e comprometimento com o que realmente é importante pra gente na vida.

Por dentro, passamos a saber quem e o quê e como amamos e o que podemos fazer para aprofundar esse amor; só de fora e só olhando para trás, parece coragem. Whyte.

Ao olhar para o que se viveu até aqui, compreendendo as coisas como elas são e não como gostaríamos que elas fossem, incluindo pessoas, consegue-se reconhecer que o amor precisa ser recíproco, valorizado para que seja merecido, demonstrando cuidado e respeito.

Por fim, conhecer e aprofundar o amor próprio e reconhecer a responsabilidade de merecer e cultivar esse amor nas relações.

Um poema para acalentar o seu coração e o meu. 💐

“Amor não se transforma de hora em hora / Antes se afirma para a eternidade. / Se isso é falso, e que é falso alguém provou. / Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.” Shakespeare.