AMORES SUSPENSOS

Cintia Migatta
Revista in-Cômoda
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2 min readSep 1, 2020
Photo by Emiliano Vittoriosi on Unsplash

Hoje, mais uma vez, sonhei com você
E tive vontade de te escrever
Já que a distância e a atual circunstância
Me impedem de poder te ver

Sem ter realmente o que fazer
No nosso compromisso me pego pensando
A minha vida continuo tocando
Com aquela alegria que você conhece
Mas uma parte de mim entristece
Por não ter a sua companhia
Haja confiança e sabedoria
Pra lidar com todo esse silêncio
Tem sido um desafio a cada dia
E o aprendizado continua intenso!

Te disse que iria pro inferno junto
E sem me estender mais nesse assunto
Cheguei até ele e montei acampamento
Te digo com todo o meu entendimento:
Esse não é o meu, nem é o seu lugar
Aqui acendi uma vela e construí o meu altar
Sem isso não daria pra suportar
Abra os olhos e veja minha mão estendida
Basta você segurar
Só saio daqui quando você der o primeiro passo
Sinalizando que a gente já pode retornar!

Mesmo longe, espero que consiga sentir
As orações que sempre te faço
Em pensamento te desejo boa noite
Sorrio e te dou um abraço
Às vezes me permito chorar
Pra aliviar a dor e não deixar virar sofrimento
E então me lembro de fazer o melhor
Que eu puder de cada momento
Nessa verdade de cá eu me fortaleço
E então, finalmente… adormeço!

Ao fechar os olhos e me concentrar
Consigo nitidamente me lembrar
De como é você sorrindo
Do tom calmo da sua voz
Do encaixe no seu colo
De ao te tocar, sentir tudo florindo!

Estou vendo tudo isso como uma pausa
Pra reorientar cada história
Cada um amadurecer
e acertar os pontos da trajetória
Se a vida então te levar
Agradeço por cada aprendizado
Sua pintura por aqui virou quadro
E vou guardar no meu álbum de memória

Eu não posso te salvar disso
Apenas cabe à você e às suas escolhas
Mas sei que o amor dá apoio e fortalece
Então conta com o meu amor,
Seja ele da forma que for:
Bronca, humor, amizade,
Caretices ou espiritualidade
Te espero pra comer broa de fubá e iogurte comigo
Assim que você sair desse seu “castigo”
Pra gente cantar e tocar violão
E filosofar a tarde toda
Sem nem ligar a televisão!

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Cintia Migatta
Revista in-Cômoda

Eterna aprendiz e buscadora das respostas da vida na natureza e nas experiências cotidianas. Escrevo em prosa, mas (re)conheço-me na poesia. [Brasília/DF]