AO MIRANTE
AO MIRANTE
Encontro-me ao mirante a cismar versos:
D’ali, minha cidade inteira se descortina!
Como n’um instantâneo, a poesia à retina
Da vida me ilumina os caminhos diversos.
Mais longe, vejo os prédios d’ouro sendo imersos
E em meio ao alvorecer, a estrela matutina.
Se a condição humana à morte me destina,
Ao menos eu contemple alguns clarões dispersos…
Penso, n’essa amplidão que por ora me cabe,
Que se Deus tudo sabe é porque tudo vê
E que se tudo vê é porque tudo sabe!
Certo de especular de Deus quanto se dê,
Acabe eu — a não ser que o mundo antes acabe… —
A buscar na distância algum vago porquê.
Brumadinho — 12 02 1999