As janelas — semana 6
Já me perdi no número de semanas nestes escritos. Comecei com semana zero, por isso agora corrijo o número.
Já sou uma perfeita dona de casa. Não me apavoro com o almoço por fazer, a casa para limpar, a roupa para cuidar. E a ansiedade dos convites da rua já não me atingem.
E descobri as janelas. Elas são uma benção. Tenho três vistas diferentes da cidade olhando por elas.
Afastei os móveis e deixei que a proximidade do mundo viesse até mim. Ouso dizer que tenho momentos felizes adivinhando o que existe por trás de cada janela fechada do meu entorno, apreciando a beleza deste outono seco e claro em uma cidade famosa por seus dias nublados.
Às vezes me preocupo com a visão de pessoas sem máscara caminhando com sacolas e cruzando por outras igualmente desprotegidas. Mas, minha cidade tem um índice pequeno de contaminados e os hospitais estão bem equipados. Há que confiar!
E estou aprendendo a fazer isto. Não fazer planos além de uma semana, não tentar visualizar o futuro. As interrogações estão em todos planos. Tentar ultrapassá-las só me deixará inquieta e diminuirá minha paz.
Aprendo todos os dias. Aprendo olhando por minhas janelas bonitas e que me descortinam a cidade, mas aprendo mais ainda, olhando para a minha janela interior. Estou me conhecendo mais e mais, ficando próxima deste meu eu — tão próximo e ainda um pouco desconhecido. E me descubro e me admiro com o que encontro neste ser que sou eu.
É o benefício deste período de isolamento. A descoberta de quem sou, o que posso fazer, qual a missão que tenho neste planeta.
Os áudios do Deepak Chopra, me ensinam a me conectar com o aqui e agora.
“Self Refferal — Deepak Chopra
Retornando para mim mesmo eu me faço livre.
Em qualquer momento que eu me sentir ofuscado por qualquer experiência, eu vou lembrar a mim mesmo que eu não sou o cenário eu sou aquele que vivencia a cena. O cenário vem e vai, mas quem vivencia é eterno.
A experiência vem e vai, quem experiencia está sempre aqui, porque está além do espaço, tempo e causalidades.
Retornando para mim mesmo eu me faço livre.
Eu vou ver a mim mesmo como a alma que vivencia em meio ao cenário que muda. Minha alma é sem começo e sem fim.
Estando em contato com a minha alma imutável, em meio ao cenário mutável eu estarei em contato com meu ser além do tempo.
Em meio aos limites do tempo eu vou lembrar de minha alma imutável.
Retornando para mim mesmo eu me faço livre.
Hoje eu vou colocar a minha alma no aqui e agora. Eu vou me fixar no momento presente.”
( traduzido do áudio do Spotify)
Mato a saudade de outros dias compartilhando fotos de paisagens bonitas que meus olhos visitaram, admirando as imagens dos encontros de família, dos encontros com meu filho distante.
Economizo cada copo de água devido à seca que assola o Estado do Paraná. E também evito pensar como vai ser até o fim do inverno. Aos poucos vou me fixando naquilo que cada dia me traz.
E sempre aprendendo a aprender.
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