Bagunça na Sala da Vida

Iuri Santos e Tavares
Revista in-Cômoda
Published in
1 min readMar 5, 2022

Na Sala da Vida, me visita a Paz
Ela não dança, não precisa fazê-lo
Ao invés disso, permanece sentada
Um copo de café amargo, fumegante de verdades
Sua voz tranquila, porém firme
Enche a sala e faz o tempo passar devagar
As janelas entreabertas convidam uma brisa leve
O Amor se retirou, foi tratar feridas profundas demais
Deixando suas marcas no chão nu
Agora a luz do entardecer evidencia a poeira
Poeira dourada, que paira ritmicamente no ar pesado
A brisa leve faz as cortinas dançarem lentamente
E o entardecer de uma vida toma forma quase simétrica
“Mas que bagunça… quantos sentimentos dançaram aqui?”
“O suficiente para deixar essa sala vazia”
“Não posso ficar para sempre, mas te ajudo a organizar o que posso”
E começa o tempo a correr novamente
Canta a Paz enquanto limpa os cantos dessa sala
Pode ela limpar toda essa bagunça de sentimentos?
Não sei, mas gosto da sua canção
Ao estar com a Paz, escute-a

--

--

Iuri Santos e Tavares
Revista in-Cômoda

Cristão, farmacêutico, grunge e poeta (necessariamente nessa ordem).