Café com Mozart

Pris Rocha
Revista in-Cômoda
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1 min readNov 8, 2019

Além dos ossos firmes que refletem a profundidade complexa de cadeias biológicas, encontra-se a mais despida fórmula firmada.

Afinar-se às estações diversas é ir de encontro aos centros cósmicos dos movimentos mais sutis. Dessa forma, o acaso não acontece. Basta viajar no tempo do pós-cronologia óbvia estabelecido ao campo da materialidade, para visitar o paralelo imensurável. Há a vida por toda a vida.

Os caminhos se traçam conforme a sua própria linha de costura. É assim que nos alinhamos aos encontros.

O que há a declarar sobre a beleza do sentir? Se as estações são tão profundas quanto os oceanos, já não lhe cabe o pensar. A alma deslumbra os segredos de micropartículas sensórias. Pensar demais lhe pesaria desnecessariamente.

Teu verso então se reúne ao mais encantado som fragmentado das notas. São pedaços de um mesmo eu que se espalha e retorna. Somos a respiração do universo.

Talvez esse seja o sentido da vida. Caminhar em matéria tão densa, atingir o extremo do rígido para simplesmente sentir. Experienciar cada veia de um coração para compreender o embalo de ser guiado pelas costuras de outrora aos encontros do agora.

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Pris Rocha
Revista in-Cômoda

Cursou Geografia-UFSCAR e hoje é Graduanda em Letras/italiano -UNESP. Tem paixão por cinema, arte, filosofia e política.