Das coisas que se vê quando se olha pro Eu
Nua e sem nenhum disfarce.
Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Que ainda exista amor pra recomeçar
Frejat
.
Eu não sei quantas vezes já me cansei de mim.
Perdi a conta.
Inúmeras foram as vezes em que, de mim, jurei desistir.
Já cheguei ao fundo do poço achando que era precipício.
Tantos tombos e socos na cara dados pela vida.
Ainda assim, eu me olho.
Por que, afinal, que outro jeito há?
Do amar já fui refém.
Em sonhos e infinitos alheios já morei.
Em alguns tempos, me perdi.
Em outros, me reencontrei.
Eu não sei, de todos os preparos pra viver, não sei.
Quem sabe um dia, ainda, algo aprenda.
No meu peito, trago as dores do mundo.
Meu inteiro é todo caos.
Carrego vida.
Céu.
Inferno.
E de novo, caos.
Tenho o peito em carne viva.
Porque da vida, eu não quero o nada nem o quase.
Eu quero só ser o que eu quiser ser.
Em meu seio, a própria liberdade troveja.
Ouve-se rojões, escândalos, temporais.
Já não sei o que de mim se fez, ou o que tornou-se nada, o que se desfez, ou o que em mim emergiu.
Na margem, o que se vê é só reflexo.
Porque ainda sou borboletas.
Em tantas delas ainda me transformarei.
Eu não nasci para lugar nenhum.
Porque sou do mundo todo
E também
Toda de mim.
Porque
O mundo inteiro
Cabe
Em mim.