.(extra)ordinário.
~quando deixamos de ser~
difícil acreditar
um dia
escrever foi rotina
era natural
compor monalisas
tão parecidas
extraordinárias
pedantes
delirantes
fui insana
me pintei avassaladora
profunda
enquanto analogia
fui tão vulgar
tão comum
me vi obcecada
pela dor
pela água
no limite da própria sombra
não me entendia
crente de uma religião
só minha
só vulto
de quem admitia ser
mas não fui prudente
metódica
ou previsível
na contramão da vida
deixei-me à mercê da sorte
derrotada
tão arrogante
antes soubesse gritar socorro
me pouparia da ruína
tornei a ser imperfeita
contemplei meus remendos
abracei o caos
fui ingênua ao crer
que partiria só
livre do ciclo vicioso
acorrentada aos meus clichês
junto os opostos
para encontrar equilíbrio.