Fiz a nuvem de palavras de todos os meus textos de 2018

E o resultado não foi o que eu esperava

Andresa Scucuglia
Revista in-Cômoda
Published in
2 min readJan 9, 2019

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Criei uma nuvem de palavras com todos os textos que publiquei em 2018. A ideia era descobrir as tendências da escrita nesse ano. O resultado foi este:

Imagem: Andresa Scucuglia, no WordArt.com.

Tiradas as principais preposições e artigos, a palavra mais utilizada foi… NÃO. Fiquei em choque e decepcionada logo de cara. Afinal, minha escrita nesse período foi permeada por reflexões sobre memórias e quem eu sou, mas sempre com good vibes (o que eu aprendi com isso). Como podia o "não" ter sido a palavra mais repetida?

Foram 174 nãos e apenas 5 sins.

Para tentar entender, voltei aos textos e busquei os "nãos" utilizados para entender os contextos. E cada resultado encontrado foi me aliviando. Muitos deles foram usados como contraposição a ideias, para expressar uma mudança de estado, uma forma linguística que percebi que eu gosto de utilizar.

Também fui olhar os "sins" e percebi que não seria possível usar essa dualidade para comparar as tendências do meu textos (ou de mim mesma). Nós utilizamos frases afirmativas sem precisar incluir a palavra sim ("eu já esperava isso"), porém para expressarmos a negativa o não é necessário ("eu já não esperava isso"). O sim é palavra pouco usada em narrativas, se encaixa melhor nas falas e diálogos, que não foi o recurso que utilizei na produção dos textos. Ufa…

Isso pacificado, passei um tempo olhando a grandeza de cada palavra no meu verbo.

Mais! Se... Eu. Como. Muito! Meu. Ele. Era. Ser. Sua. Vida. Você. Tem. Quando… Tantas palavras, tantos significados. Algumas que eu esperava ver grandes, ficaram tão pequenininhas. E outras, inesperadamente repetiram-se à exaustão.

Tomando o resultado da minha nuvem de palavras como o retrato do meu ferramental linguístico, me desafiei a dar mais atenção para isso em 2019. Será que consigo diversificar mais o vocabulário? Transitar entre diferentes linguagens e ainda assim fazer sentido, ser verdadeira?

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Andresa Scucuglia
Revista in-Cômoda

Música, filmes, livros, inovação, a vida, o universo e tudo mais. Sou jornalista e trabalho no Banco do Brasil.