Infinito Eu.
Já perdi a conta de quantas fui nessa vida.
Entre tantas, Eu.
Como pode, se viver várias vidas numa só?
-
Me encontrei em muitas de mim.
Em outras tantas, confesso, me perdi.
Sei do que sou, mas não me prendo.
Nunca sei em que esquina me transformarei.
Lá fora, é sempre a vida que chama, reluz, clama.
E dói.
-
A vida, essa grande mão que nos molda melhor que ninguém.
Não compreendo as curvas e formas que ela me dá.
Mas confio.
Eu me deixo doer, cortar, quebrar.
Me permito esticar.
Quero dançar e fluir conforme a vida se mostra a mim.
Eu não tiro meus olhos de poeta.
Não deixarei que o mundo os destrua.
Ainda que eles me custem tolices, erros e bobagens.
Que em mim seja conservado tudo aquilo que é meu, tão meu, que facilmente me encontraria mesmo que de mim saísse.
Eu não sei o que a vida quer de mim.
Mas a ela, me encontro de braços, peito, corpo aberto.
Não me preocupo em desvendá-la.
Não se trata de sabê-la.
Mas sim, de sê-la.