Infinito Eu.

Mylena Andrade
Revista in-Cômoda
Published in
1 min readJul 22, 2018

Já perdi a conta de quantas fui nessa vida.

Entre tantas, Eu.

Como pode, se viver várias vidas numa só?

-

Me encontrei em muitas de mim.

Em outras tantas, confesso, me perdi.

Sei do que sou, mas não me prendo.

Nunca sei em que esquina me transformarei.

Lá fora, é sempre a vida que chama, reluz, clama.

E dói.

-

A vida, essa grande mão que nos molda melhor que ninguém.

Não compreendo as curvas e formas que ela me dá.

Mas confio.

Eu me deixo doer, cortar, quebrar.

Me permito esticar.

Quero dançar e fluir conforme a vida se mostra a mim.

Eu não tiro meus olhos de poeta.

Não deixarei que o mundo os destrua.

Ainda que eles me custem tolices, erros e bobagens.

Que em mim seja conservado tudo aquilo que é meu, tão meu, que facilmente me encontraria mesmo que de mim saísse.

Eu não sei o que a vida quer de mim.

Mas a ela, me encontro de braços, peito, corpo aberto.

Não me preocupo em desvendá-la.

Não se trata de sabê-la.

Mas sim, de sê-la.

--

--

Mylena Andrade
Revista in-Cômoda

E sobre a poesia, pousa uma alma inquieta que nunca repousa.