Liberdade poética

Adriano Vinício
Revista in-Cômoda
Published in
Apr 22, 2021

Não tenho obrigação de escrever
Palavra alguma

Os versos do último poema
Ainda ressoam

Mesmo assim
Fico indo
De lado a outro

O olhar se perde entre letras
Fica vagando entre produções alheias

Repito um pouco do padrão
Da última

Parece que faz parte
Se perder um pouco
Ser “improdutivo”

Vejo que
A escrita é solução para
Problemas próprios
Uma espécie de manutenção do ser

Algumas produções são extracorpóreas
Outras incorpóreas
Incorporadas
Sem corpo

Vejo que
Meu corpus se torna
Legível
Em minha expressão cotidiana

Se me destravo intelectualmente
Meu corpo reage
— Santo remédio pra minhas dores nas costas

Vivo em busca
Sempre desencontro

Navegando por entre textos
Planando sob significados insólitos
Correndo entre composições

Tudo é poesia

Basta derrubar o primeiro muro
Para se tornar liberto
Ad infinitum

Ativamente liberto
Constantemente
A derrubar barreiras…

Photo by Grant Ritchie on Unsplash

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