Me queda à cacho

Poeta Rafa Ribeiro
Revista in-Cômoda
Published in
1 min readFeb 11, 2019
Photo by Caique Silva on Unsplash

E a cada queda minha eu sigo

Se a cada passo dado…
Eu tivesse falado
E te mostrado como sinto
Quando vejo você

De braços abertos indo…
A queda num abismo
Incerto fico, mas sem medo
Sei vai amortecer

Ahh, sua copa me enfeitiça…
Floresta de magia
Enquanto for só minha
Serei fruta, pinha
Madura chegada queda
Eu ter sua saliva
Me lambuza e caia em cima
Eu ser trono
Tu rainha
Vem!

Tão alto, anjo caído
Sou só um menino
Frente um sonho vejo
Nuvem seu cabelo
Cheio os dedos fundo
Cada toque um mundo
Sinto sua nuca
Te largar mais nunca
Mola na cabeça
Cheio cachos solto
Antes que aconteça
Me deixando louco
Franja solta, uma mecha
Cafuné carinho
Tocando sem pressa
Te fazer meu ninho
Não, eu não sou santo
Compondo seu canto
Perto dos ouvidos
Sussurrando digo
“Deita, vem comigo”
Cheiro no cangote
Quase como esporte
Calafrio na espinha
Perdendo meu norte
Molas na minha mão
Cada toque um pulo
Quase perco o chão
Voar perto sol
Ter seu caracol
Tal anjo certeiro
O cupido ligeiro
Dessa vez acerta
No peito uma flecha
E lá de cima
Transformando em rima
Fuiii…

--

--