Meu primeiro amor

Poeta Rafa Ribeiro
Revista in-Cômoda
Published in
2 min readJan 23, 2020

Meu primeiro grande amor
com o passar do tempo foi mudando,
não mudou a forma de amar,
não mudou o gosto,
não mudou o jeito alegre que vem quando a vejo,
não mudou a sensação de quando ela deita no meu peito.
Mas mudou a aparência,
digo das roupas,
da face,
da capa que cobre,
mudou um pouco do peso.

Antes ela era muito mais bruta,
mas hoje não é mais bonita,
não consigo dizer isso,
só está diferente.

Hoje mudou a frequência dos nossos encontros,
antes era toda tarde,
hoje quando muito tenho uma por semana,
tem vezes que ficamos meses sem ter um ao outro,
mas por incrível que pareça
não mudou a intimidade,
a distância às vezes muda o nosso contato,
me sinto de novo um menino perdido,
não a ponto de esquecer como é lindo nosso toque,
mas esses períodos longos,
deixa óbvio que não sou eu quem tenho o domínio,
que ela quem dita meu ritmo,
que não importa o que faça,
vou sempre querer um pouco mais da sua companhia.

Eu nunca gostei de tê-la na cabeça,
sempre fui o mais alto
e prefiro que fique mais perto do chão,
a mente reservo pra planejar nosso próximo passo,
pra pensar antes que ela chegue
se vamos mais rápido ou vamos manter nosso ritmo,
sem pressa,
com calma,
com jeito,
prefiro cuidar com o carinho que merece,
bater com força só nos lugares certos,
na hora certa,
quando ela praticamente implora que faça.

Não sei guiar minha própria vida,
mas amo quando ela confia que eu direcione a sua,
sempre partindo da esquerda,
quase sempre acertando,
a deito mansa na rede
acho que por isso ela sempre volta.

Acho que nunca te disse,
mas eu amo você, bola.
Até semana que vem.

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