Minha essência é intensidade,
pode ser bom, pode ser ruim;
De acordo com o dicionário, a palavra intensidade remete a força e veemência. Quando se lê essas palavras, elas trazem consigo uma ideia de potência, de profundidade. Uma pessoa intensa vive a vida, em teoria, sentindo tudo a flor da pele, a maior parte do tempo. Aos olhos de alguns, é algo bom. Para outros, não. Para mim? Um pouco de ambos.
Como o agridoce, ser intensa tem seus dois lados. Mas ultimamente, tem sido cansativo ser assim. Um poço de pura intensidade. De sempre (ou pelo menos parecer) ser a que sente mais, que ama mais, que faz ou quer fazer mais. Muitos falam sobre as tais “pessoas rasas”. Que é bom encontrar pessoas intensas e tudo mais. Porque claro, a profundidade, é melhor. E de fato, se você quer alguém que te ame como se fosse a última coisa que ela irá fazer na Terra, você terá esse amor. Dedicação, carinho, lealdade? Com certeza. E eu até tenho um certo orgulho dessa parte, de dar um amor as pessoas ao meu redor que é raro de se encontrar.
Mas não se fala muito da parte ruim que é em ser assim.
A sensação de que você carrega uma tonelada de algo bem no meio do seu peito. E parece que vai explodir, transbordar, não sei. A questão é: não é bom. É doloroso. É angustiante.
E você não se acostuma. Eu, pelo menos, não me acostumei. Ainda mais sendo uma mulher um tanto orgulhosa (de querer parecer forte o tempo todo) ou seja, de não gosta de sentir ou mostrar vulnerabilidade. Tento todos os dias me acostumar; tentei todos os dias nesses vinte e seis anos de vida e ainda não me acostumei. Ainda não me acostumei a olhar pra pessoa que eu amo e sentir vontade de chorar de repente por pensar no quanto eu a amo ou no quanto tenho medo de perdê-la. Nas coisas que admiro nela ou em tudo que quero viver ao seu lado.
Eu sei que os sentimentos em si são bonitos e sim, são os mais verdadeiros que já senti na vida. Mas, é cansativo em certos momentos. É cansativo se sentir assustada com o tamanho de tudo isso que tá dentro de mim, de querer colo, de querer ouvir um “está tudo bem”. As vezes você não consegue ter isso naquele exato momento. E tem que se virar sozinha pra conseguir respirar de novo. Pra que pareça que o mundo está girando normalmente.
Mas, o que fazer, não é mesmo?
Somos humanos, afinal.
