Observando a Melancolia

Na Sala da Vida, observei a Melancolia
Séria, em trajes tom pastel na pele clara de uma dúvida
Projetando sua finita sombra em memórias de paredes
Fria, como um buraco negro para a minh’alma
Onde todo riso se esvai, toda luz dos olhos se drena
E preenche com silêncio absoluto um vazio sentimental
Mas que me puxa e me faz orbitar

Ah Melancolia… onde está a sua beleza?
Está em sua fome insaciável e eterna?
Ou nos seus movimentos rústicos e incrustados ?
Observo sua apatia, os olhos fixos que não observam
Sonhando com mundos, tentando preenchê-los
Talvez, e apenas talvez, você não deseje ser quem és
Você é tão confusa, talvez por isso permito que você fique
Por me identificar contigo e tentar achar razão
No porque chegamos até aqui
Ao observar a Melancolia, aprecie-a

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Iuri Santos e Tavares
Revista in-Cômoda

Cristão, farmacêutico, grunge e poeta (necessariamente nessa ordem).