Ricardo Gueda
Revista in-Cômoda
Published in
2 min readJul 12, 2018

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Papeis na vida

Ilustração: obra de Heitor dos Prazeres

“Agora eu vou mudar a minha conduta, eu vou pra luta, pois eu quero me aprumar”. Noel Rosa

Para atuarmos no palco da vida precisamos de papeis, scripts de diversos personagens que encenamos no nosso dia a dia. “No samba que você me convidou, com que roupa eu vou?” Papel, conceito tão importante à psicologia social, refere- se a conduta esperada por uma pessoa na sua interação social.

Uma dada sociedade não existe sem eles: pais e filhos, professor e aluno, médico e paciente. Nos grupos menores (equipes de trabalho, por exemplo) frente à uma tarefa costumamos ver emergir a presença de papeis mais específicos como os de liderança, de críticos, de bodes expiatórios, de silenciosos.

Papeis são inevitáveis, diríamos até que fundamentais. O problema é quando eles se cristalizam. “Todo dia ela faz tudo sempre igual” é a velha máxima que acaba corroendo o espírito criativo na operatividade de um grupo ao passo em que mina também a qualidade do vínculo entre os integrantes. “Mude, mude sempre “ já dizia o poeta Edson Marques, mas mudar em direção à quê?

Talvez, uma alternativa venha de uma concepção dialética de desenvolvimento humano. Se somos feitos de contradições, por onde elas andam? Estas, se não podem nos levar a uma posição de equilíbrio (o caminho do meio está mais para um ideal) pelo menos podem nos pôr em movimento o suficiente para nos trazer mais riquezas para nossas vidas?

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