Perlustrar o doce cantar.

Obscuro de teu olhar preso no meu profundo amar.

Alex Domnic
Revista in-Cômoda
Apr 13, 2022

--

Photo by Christopher Burns on Unsplash

Eu quero que me veja,
Mas não me veja
Com esses teus olhos
Banhados pelo amargo
De teu quente
Café.

Não quero que me veja
Com esses teus olhos
Que suplicam o perdão
Como quem teve que abrir mão
De algo maravilhoso,
Sendo que foi por pura escolha
Tua.

Eu quero que me veja,
Como quem vê o belo azul escuro do céu
Se apaixonando
Aos poucos
Pelos simples traços
Complexos da totalidade.

Que troque teus olhos
Por aqueles inocentes
Que me encarou
Pela primeira vez
Embaixo daquele
Salgueiro.

Eu quero que me veja
Banhada pela munificência
Que um dia você disse
Que viu
Enquanto o céu chorava
Sobre nós.

Que escorregue
Para
Debaixo
Das
Minhas
Afáveis
Mãos
E se encaixebempertinho
De mim
Me encarando
Com esses teus
Novos e doces
Olhos negros.

--

--

Alex Domnic
Revista in-Cômoda

Somos pequenos universos prestes a implodir em sentimentos brutalizados. | Nem tudo que eu escrevo, eu sinto mas tudo o que eu sinto eu escrevo.