Poeta...

Sensível...
Confessa...
Tu sentes...Tudo...
O mundo inteiro
Está em ti.
Sofre, sente a lágrima, a tristeza, escorrendo...
Sente o peso do mundo,
as guerras e sofrimentos...
Diga
Expressa, poeta
todas as dores
tuas
e alheias.
Fala pra mim
o quanto Tu
gostaria
de poder
Mudar
aquilo que sabe
que poderia ser
Diferente.
Poeta...
Cale-se
Não diga muito
não pense mais
nem sinta tudo
isso que tu
não queres mais.
Fale pra mim
quantas noites tu se escondeu
dentro do seu casulo,
na poeira da solidão
quantas águas
naquele colchão... rolaram... até
tu dormir
esperando a morte
chegar.
Diga, diga mais
sobre o buraco negro
no teu peito.
Não finja, poeta...
Não diga que tu és vencedor
se tua dor
é o caminho
da tua
poesia
Não queira
ser só
alegria
se é na profundeza
de sua melancolia
que tu tens
o reflexo
das águas
que purificam
o grande
coração
que tu tens
onde cabe
tudo
e ao
mesmo tempo
nada.