Pulsação
Existia um vazio no peito
que pouco pulsava,
pouco reagia.
Quando cruzou sua mão na minha,
foi como espasmo muscular,
não acreditei que o que aqui se remexia
foi meu coração que se agitava em batidas.
Daí tentei acorrentá-lo,
arrancar de vez do meu peito.
Gritei mais alto que as palpitações,
não teve jeito,
cedi e larguei de mão.
Quando vi, senti-me segura em suas mãos.
Sua palma grudada na minha,
queria eu ser cola permanente
e não te permitir me desgrudar.
Sua boca na minha,
queria eu ser imã
e nunca te permitir me soltar;
dizer não à cada despedida,
voltar no tempo para o ponto de partida,
abrir mão do passado
pra você entrar na minha vida;
e ficar. De sexta pro sábado,
de domingo pra semana inteira,
um mês com mais de trinta e um dias
e despedidas que o tragam de volta
para a primeira vez que sua mão cruzou com a minha.